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Quais são as diferenças entre o TCC e a dissertação de mestrado? Entendendo melhor seus conceitos e esclarecendo algumas dúvidas cruéis

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Os trabalhos finais exigidos em programas de graduação e pós-graduação: compreendendo as suas características

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos discutir sobre uma questão primordial que afeta tanto os alunos-pesquisadores que se encontram em um programa de graduação quanto aqueles que estão em um programa de pós-graduação. Estamos nos referindo aos trabalhos finais requeridos nessas duas etapas essenciais tanto para quem deseja atuar no mercado quanto para aqueles que desejam investir e construir uma carreira no âmbito da academia. A primeira coisa que gostaríamos de pontuar é que para cada nível da cátedra acadêmica existe um trabalho final que deveremos apresentar para que possamos concluir essa referida etapa. Esses trabalhos possuem, de fato, pontos de encontro, visto que as discussões teóricas e os cuidados metodológicos são questões que afetam tanto os alunos de graduação quanto de pós, porém, hoje, iremos nos concentrar, sobretudo, nas diferenças entre eles.

Qual é a principal diferença entre a dissertação de mestrado e o TCC?

De antemão, antecipamos frisando que esses dois tipos de trabalhos são os mais requeridos nessas duas situações, em um curso de graduação e em um programa de mestrado. Dentre os aspectos que precisamos levar em consideração, temos aqueles que estão ligados à própria formação relacionada a esse tipo de trabalho. Quando você está na graduação, pode ser que, ao final desse curso, tenha que apresentar um trabalho final, que é o Trabalho de Conclusão de Curso, sobretudo nos cursos que formam bacharéis. Esse tipo de trabalho pode ser requerido, também, em um curso de pós-graduação lato sensu, visto que a finalidade ali é outra, o que demanda um outro tipo de trabalho final. Os trabalhos de conclusão de curso, de fato, demandam um nível intelectual menor, visto que as exigências não são tão rígidas. A estrutura deste TCC muda de instituição para instituição, uma vez que não há uma regra fixa.

Existe um padrão básico para os trabalhos finais?

Há certos elementos que acabam se tornando mais recorrentes, como é o caso da formatação em ABNT, que é seguida pela maior parte das universidades nacionais. Entretanto, mesmo que haja essa predominância, diversas instituições têm adaptado essas normas de acordo com o seu contexto. Há casos em que esses trabalhos finais são denominados de monografias, por exemplo. Outras instituições pedem para que esse trabalho final seja construído na forma de artigos científicos e outras requerem a apresentação de um projeto prático, aplicado, em que analisa-se uma case, uma empresa, um setor, um nicho etc. Quando discutimos sobre as diferenças entre a estrutura de um TCC e de uma dissertação esbarramos em uma situação complexa, em razão dessas diversas variáveis. Dessa forma, quando pensamos em um TCC, é preciso saber o que o orientador/instituição entendem como TCC.

Formas de um TCC e de uma dissertação

Um TCC pode ser elaborado de forma individual, em duplas, em trios ou em grupos. A estrutura depende dessa forma. Em relação à dissertação, temos algumas especificidades. A primeira diferença com a qual você irá se deparar ao ingressar em curso de graduação é que irá cumprir um amplo rol de disciplinas. Nessas disciplinas o aluno costuma ser passivo no processo de ensino-aprendizagem. O professor irá ministrar essas aulas apresentando os conteúdos específicos de suas disciplinas, e, dessa forma, irá nortear os seus alunos para que apresentem um trabalho final de acordo com as suas exigências. Cada disciplina possui uma dinâmica muito específica de aula e produção, de modo que cada uma está associada ao que esse professor entende como ciência. O que deve estar claro é que o aluno, aqui, recebe esse conhecimento de forma passiva e trabalha com ele em seu TCC e artigos futuros, caso os faça.

O que muda no cenário de um mestrado?O que muda no cenário de um mestrado?

Como destacamos, o aluno de mestrado nessa disciplina deve ler e desenvolver materiais relacionados ao seu tema a ser desenvolvido na dissertação. Ao longo dessas disciplinas, os trabalhos finais devem dialogar com aquilo que o aluno irá desenvolver na dissertação. O aluno de mestrado deixa de ser passivo e passa a ser ativo-reflexivo. As aulas em um curso de pós-graduação são muito mais interativas, visto que o aluno não apenas absorve esse conhecimento, mas o explora a partir de trabalhos diversos para além de sua dissertação, como em seminários e em artigos científicos. Tudo depende das exigências postas pelos professores de cada disciplina que irá frequentar. Assim sendo, professores muito imersos em cursos de graduação têm dificuldades para que se adaptem ao cenário da pós-graduação, pois as demandas são diferentes.

As aulas no contexto da pós-graduaçãoAs aulas no contexto da pós-graduação

As aulas ministradas no âmbito da pós-graduação são ministradas de forma mais interativa, como ressaltamos, de modo que os professores enviam os textos para a discussão daquela aula e esperam que esses alunos para que debates sobre o conteúdo lido sejam feitos ao longo dessa aula. Os alunos devem articular esse conteúdo com os seus objetos de pesquisa para que a disciplina seja produtiva. Essas aulas promovem profundas reflexões e as aulas são baseadas em análises de autores relacionados com o conteúdo que está sendo apresentado. O professor tem um papel sumário: fazer com que os alunos matriculados pensem em questões que perpassam pelas suas pesquisas que até então sequer haviam pensado. As produções desenvolvidas nessas aulas tendem a ser muito mais críticas e reflexivas. São mais elaboradas, visto que esses textos promovem discussões muito mais profundas sobre um dado tema.

A leitura na pós-graduaçãoA leitura na pós-graduação

Nos cursos de graduação é esperado que os alunos leiam os textos para que respondam a questões específicas. Na pós-graduação, o intuito é outro. A leitura aqui não pode ser mecânica, visto que, a partir dela, junto aos seus pressupostos, você deve articular esse conteúdo com as questões que são interessantes a sua pesquisa propriamente dita, a serem exploradas na dissertação. Na área das humanidades essa é uma realidade comum a todas as instituições. No caso da área das ciências exatas, embora sejam ciências mais “duras”, as aulas têm o mesmo intuito: promover uma discussão crítica-reflexiva sobre os fenômenos que estão sendo estudados. O intuito é que você gere resultado com essa leitura, pois não pode ser mais um sujeito passivo. Nas ciências exatas almeja-se sempre a melhoria de algum sistema, detectar possíveis prejuízos, propor novos projetos e novas táticas para os processos corriqueiros.

A importância da relevância social dos estudosA importância da relevância social dos estudos

Um estudo não pode existir sem que justifique a sua relevância para a sociedade atual. Algo interessante na área das ciências exatas é que os pesquisadores costumam aplicar as suas ideias, apresentando algumas soluções para demandas postas tanto pelo mercado quanto pela própria sociedade em geral. Analisa-se, por exemplo, os ganhos e perdas que uma instituição poderia ter caso adotasse essa estratégia desenvolvida dentro das universidades em seu contexto. É nesse sentido que estamos frisando que tanto as ciências humanas quanto as ciências exatas, da natureza e da saúde têm o mesmo papel reflexivo. Os alunos que estão dentro desses programas devem atuar de uma forma mais ativa, produzindo soluções e reflexões para a sociedade a partir das disciplinas e eventos que frequentam ao longo de sua formação.

A ciência no âmbito da saúde

Chamamos a atenção para as ciências humanas e exatas, porém, o domínio da saúde não escapa dessa necessidade de pensamento crítico-reflexivo e proposição de soluções capazes de melhorar a qualidade de vida humana. Estudos laboratoriais ou realizados com pacientes são muito comuns. Não é apenas visando a produção do trabalho final que essa capacidade ativa será cobrada, mas ao longo dessa formação, visto que o conhecimento aprendido não pode ficar estagnado. O aluno deverá ir atrás de revistas científicas para publicar os seus achados de pesquisa e de eventos científicos para divulgar esses resultados. Em virtude desse papel assumido pelo pesquisador, a dissertação deverá seguir a mesma lógica. Esta dissertação, por sua vez, precisará de alguns norteamentos, e, em primeiro lugar, deverá estar alinhada aos interesses daquele professor que escolheu para ser o seu orientador.

As peculiaridades dos orientadores

É de suma importância que você leve em consideração que cada orientador possui a sua própria cara, isto é, a sua própria forma de trabalhar. Antes de tudo, ele é um ser humano, e, como tal, possui as suas características. Assim sendo, cada um trabalha de uma forma muito peculiar, de modo que o seu trabalho estará vinculado a essa forma a partir da qual o seu professor trabalha. Ao longo desse processo de orientação, o seu professor irá ler o seu material diversas vezes e, com base nessas leituras, irá fornecer encaminhamentos e sugestões para que o trabalho seja produzido de uma melhor forma. Essas dicas a serem conferidas pelo seu professor irão fazer com que você incorpore esse papel de sujeito ativo, crítico e reflexivo, engajado com as atividades acadêmicas. Você encontrará lacunas de pesquisa com a qual trabalhar e, a partir delas, irá chegar ao problema que irá nortear todo o seu estudo.

Compromissos do pesquisadorCompromissos do pesquisador

Você, enquanto pesquisador, deve dar vida às suas produções, seja estabelecendo um problema, encontrando justificativas para ele, realizando uma busca sistematizada e produzindo um estado da arte a partir dela, lendo e desenvolvendo esse estudo etc. Esses cuidados são essenciais, pois as discussões que a sua dissertação precisará incorporar são muito profundas e, para isso, precisam de um embasamento capaz de fornecer sustento para tal. Surge, daí, um ponto em que os TCCs e as dissertações se divergem. Os cuidados metodológicos assumidos por cada um dos trabalhos são diferentes. Em um TCC você consegue aplicar muito facilmente uma entrevista ou até mesmo um projeto mais prático, voltado à melhoria de algum setor específico. Em uma dissertação a realidade é outra. Os métodos de pesquisa podem ser aplicados em ambos, mas, nas dissertações, tudo é mais rígido e criterioso.

A aplicação dos métodos científicos em uma dissertação

Para que você possa introduzir certas questões em uma entrevista, elas precisam ser validadas ou submetidas ao Comitê de Ética para que ganhem essa validação. Assim sendo, você precisará apontar de onde essa pergunta vem, quais são as variáveis a ela imbricadas, se é uma ferramenta aprovada, quem são os autores envolvidos, se essas perguntas se adaptam a sua realidade de pesquisa (o que demanda a testagem da validade dessas questões), dentre outros aspectos. Você deve saber que todos esses aspectos metodológicos que perpassam pelo estudo costumam ser cobrados com mais afinco em relação aos TCCs. Existem, de fato, casos em que as instituições padronizam todos os seus trabalhos finais, porém, a grande maioria das universidades não, de modo que as exigências são mais flexíveis. Há uma diferença em nível de conhecimento adquirido, o que torna as cobranças maiores nos cursos de pós-graduação.

A ideia dos mestrados acadêmicos e como influencia na confecção das dissertações

Como temos reiterado em nossos posts, a ideia dos cursos de mestrado acadêmicos é a de formar, acima de tudo, professores e pesquisadores para que atuem no ambiente docente, acadêmico. Os sujeitos formados em cursos com esse tipo de inclinação trabalham com o viés posto pela academia, com as suas exigências específicas. É um sujeito constantemente engajado com a pesquisa e com as suas práticas, sendo altamente crítico e reflexivo. É um sujeito que procura por problemas que precisam ser resolvidos naquele momento. O objetivo da graduação não é esse, uma vez que se preocupa com a formação de novos profissionais para o mercado. Assim sendo, quando discutimos sobre os trabalhos finais desses cursos, temos o fato de que as reverberações são igualmente distintas.

A graduação, o mestrado e o doutorado possuem propósitos diferentes, o que demanda uma maturidade científica-acadêmica específica em cada um desses níveis, logo, não se pode exigir a confecção de um mesmo tipo de trabalho para todos os níveis. Os cursos de pós-graduação trabalham com uma linha de raciocínio muito próxima a dos cursos de graduação, de modo que os trabalhos finais, geralmente, são TCCs (ou monografias). Isso decorre do fato de que a pós lato sensu também é direcionada para os profissionais de mercado, aperfeiçoando os conteúdos aprendidos nesses cursos de graduação para que a prática diária desses profissionais seja mais assertiva e produtiva. Temos profissionais de mercado que não estão interessados na atuação como pesquisadores. Mas sim, almejam o aprimoramento de suas funções no mercado.

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