BLOG

Como saber o N ideal para uma amostra na pesquisa? Amostra para a pesquisa quantitativa e para a pesquisa qualitativa

Conteúdo

Avalie!

Como posso identificar o N que irá reger a minha pesquisa?

Como posso identificar o N que irá reger a minha pesquisa?Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos discutir sobre uma questão bastante pertinente. Como temos destacado ao longo de nossos posts, todo e qualquer estudo tem a sua parte teórica, porém, sobretudo hoje, uma grande parcela desses estudos são mais aplicados. As pesquisas aplicadas podem ter inclinação tanto quantitativa quanto qualitativa. Os métodos, instrumentos e ferramentas irão variar dependendo da natureza que você vir a escolher. Assim, temos como intuito, hoje, ajudar você a encontrar o N para a sua pesquisa. Para que o estudo possa ser desenvolvido da melhor forma, é crucial que você identifique esse N para que possa pensar nas variáveis imbricadas no assunto que está sendo investigado. O N é o eixo norteador, visto que a partir dele a pesquisa pode tomar um rumo bastante diferente, afetando, portanto, as hipóteses da pesquisa. Há alguns aspectos que devem ser considerados para chegar até ele.

Características de uma amostra na pesquisa científica

Quando pensamos em um N, devemos refletir sobre as amostras. Elas são contempladas tanto por estudos quantitativos quanto pelos qualitativos. A amostra está intimamente ligada ao N. A primeira coisa que você precisa manter em mente é que o N se comporta de forma diferente em pesquisas quantitativas e qualitativas. Essa é uma discussão longa e complexa, porém, iremos tentar resumir os aspectos básicos sobre a amostra em um único post. Começaremos com a abordagem qualitativa a fim de que pensemos nessa amostra. A primeira coisa que você precisa saber é que a pesquisa qualitativa é a que possui maior preferência pelas áreas/professores em geral. Esses professores gostam de trabalhar com a análise de conteúdo. Com este tipo de pesquisa você irá aplicar um questionário, entrevista e afins de forma estruturada ou semiestruturada para analisar uma dada realidade.

Possibilidades da pesquisa qualitativa

Possibilidades da pesquisa qualitativaAlém das entrevistas e questionários, pode-se contar com um roteiro (a pessoa consegue falar de uma forma mais livre, visto que as perguntas estão ali apenas para te guiar) ou, ainda, com um grupo focal. Com isso, cumpre afirmar que você tem em mãos uma série de técnicas para analisar um fenômeno. O objetivo desse tipo de pesquisa é o de “esgotar” todas as possibilidades de sentido imbricadas em uma determinada fala concedida por meio da aplicação desses instrumentos que mencionamos. Algum tempo atrás, ao invés de se falar em “análise de conteúdo”, falava-se em “análise do discurso” ao tratar os dados dessas entrevistas. Contudo, a área da linguística entende a análise do discurso como uma outra coisa, já que as teorias do discurso apontam para um outro tipo de análise, como a análise crítica, a análise dialógica e outras, o que fez com que adotasse-se o termo “análise de conteúdo”.

Qual é o interesse da pesquisa qualitativa?

O interesse primordial da pesquisa qualitativa é a análise do conteúdo coletado por meio de uma entrevista, questionário, grupo focal e afins. Esse conteúdo a ser analisado seria a fala do ou dos entrevistados. Além disso, quando falamos em pesquisa qualitativa, estamos falando de qualidade. Se estamos falando em qualidade, o agente, isto é, o ator que está sendo investigado precisa estar caracterizado de acordo com os objetivos delineados pela própria pesquisa. Mencione todas as características daqueles que serão analisados. Suponhamos que você queira realizar um estudo sobre as perspectivas da previdência privada no Brasil. Para isso, precisará falar um pouco sobre previdência privada. As possibilidades de pesquisa são várias. Pode-se realizar um estudo exploratório e analisar documentos e, enquanto fonte deste tipo, irá implicar um certo tipo de análise específica.

A pesquisa qualitativa analisa apenas documentos?

A pesquisa qualitativa analisa apenas documentos?Além dos documentos, a pesquisa qualitativa abrange outras possibilidades de fontes. É possível, por exemplo, entrevistar uma ou mais pessoas que você acredita que podem contribuir para com o andamento do seu estudo. A grande questão é: quem seriam as pessoas detentoras de tamanho conhecimento que podem contribuir de forma efetiva, por meio de suas falas e reflexões, com o meu estudo? Precisa-se chegar às pessoas que possam fornecer ideias que estão de acordo com os achados da pesquisa. No caso de nosso tema, essas pessoas precisam ser conhecidas no âmbito da previdência privada brasileira. Procurar por diretores expressivos nessa área é uma boa forma de agregar valor ao seu próprio estudo, visto que possuem relevância e respeito na área. Contudo, não é qualquer um que consegue chegar a essa qualidade de pesquisa. Recorrendo a essas pessoas, tem-se uma pesquisa qualitativa.

Empregando a pesquisa qualitativa

A pesquisa qualitativa pode ser exploratória, em que explora-se as falas e contribuições de uma ou mais pessoas expressivas na área, ou, ainda, pode ser descritiva, mais teórica. No caso de documentos, a análise documental é uma boa estratégia. Ela faz parte da abordagem qualitativa. Entrevistas com pessoas que se encontram em um campo de difícil acesso também atribuem certa credibilidade ao estudo. Com isso, podemos pensar no N da pesquisa, isto é, em quantas pessoas seriam necessárias para que essas falas possam ser analisadas, para que o problema de pesquisa seja refletido na prática, na vida real. Mencionamos uma única pessoa para a amostra de nosso exemplo, porque, a depender de quem é essa pessoa, a demanda pode ser suprida, porém, há os professores que não aceitam pesquisas qualitativas que consideram menos de vinte pessoas entrevistadas. Essa escolha também está ligada à orientação.

A orientação sobre a pesquisa qualitativa

A orientação sobre a pesquisa qualitativaA depender da inclinação acadêmica de seu professor, pode ser que ele não aceite muito bem pesquisas qualitativas que não considerem um N específico que ele tem em mente. Esse N é muito diverso e depende, também, da dinâmica da sua área de pesquisa. Além disso, a depender da linha de raciocínio ligada ao assunto que está investigando e da qualidade das suas fontes, de uma a três pessoas acaba sendo suficiente para o estudo, sobretudo em razão do nível de relevância que possuem na sua área de atuação. Contudo, como alertamos, pode ser difícil dialogar com o seu orientador quanto à essa quantidade, sobretudo se ele não está aberto ao diálogo. Desse modo, não é incomum visualizarmos pesquisas que possuem de vinte, trinta ou mais entrevistados. Hoje, essa quantidade massiva de colaboradores não é usual, mas existe e, por esse motivo, estamos lhe alertando quanto a essa possibilidade.

O problema, a metodologia e os objetivos e a pesquisa quantitativa

Além das exigências da orientação, as escolhas dependem, também, do seu problema de pesquisa, dos objetivos e da metodologia. O universo que você está investigando também irá requerer certas escolhas que possam propiciar uma melhor investigação e análise do tema. Alguns temas, por sua vez, pedem pela abordagem quantitativa (ou os demais elementos que mencionamos). Isso ocorre porque diferentemente da análise de conteúdo, em que o pesquisador tem que averiguar o que há por trás dessa fala e saber o que está acontecendo em tempo real no universo pesquisado, a pesquisa quantitativa tem outro interesse. A pesquisa quantitativa é mais objetiva, não há muito como fugir dos “dados óbvios”. Por exemplo: foram entrevistados sessenta homens e cinquenta mulheres. Sabe-se que, nessa amostra, os homens possuem uma maior predominância.

A lógica da pesquisa quantitativa

Os dados são muito precisos na pesquisa quantitativa. Menciona-se as estatísticas e após essas são contrapostas com a literatura apresentada e defendida no marco teórico. Você tem dados prontos e são esses dados que irão ser analisados, sem que haja qualquer inserção mais subjetiva. Temos percebido que as pessoas que se identificam mais com as ciências exatas preferem as pesquisas quantitativas. Não costumam ir pela veia qualitativa, porém, esses estudos são desenvolvidos por muitas pessoas. Na pesquisa quantitativa sempre trabalhamos com dados exatos e precisos. Essa precisão deve aparecer na amostra e convencer o leitor de que eles são corretos e exatos. Por exemplo, se você deseja realizar um estudo nas startups brasileiras, o primeiro passo a ser feito é conhecer as características do seu público geral. Estamos trabalhando com quantidades.

As quantidades nas pesquisas quantitativas

As quantidades nas pesquisas quantitativasNo caso das startups, deve-se mencionar quantas estão sendo consideradas, que tipo de startups são, se elas são recentes e desde quando encontram-se em exercício, a região específica (se possível cidade e estado e os dados geográficos sobre esses espaços). Assim sendo, o espaço da pesquisa deve estar muito bem delimitado para que a precisão não seja questionada. Para você afirmar que um certo ponto é uma característica das startups, é preciso ter esses dados precisos. A partir do momento que você afirma que está pesquisando características, é preciso destacar quantas são as startups associadas a essas mesmas características. A delimitação da sua amostra deve corresponder ao total das entidades analisadas. Para chegar a esse total, é crucial que tenha um cálculo. Analisa-se quantas são, onde se concentram, qual a finalidade, em que setor atuam etc.

Exemplo prático de pesquisa quantitativa: análise de uma startup

Suponhamos que a sua amostra esteja considerando duzentas e setenta startups, sendo que uma parcela desse total concentra-se em cada um dos estados brasileiros. É preciso que você tenha esses dados exatos no momento da análise. Características dessas entidades devem ser reveladas de forma objetiva e certeira. O N será retirado por região. Cada região terá uma quantidade x de startups com essas características. Cada região do país terá um N específico que a representa. Como isso por si só provocaria uma discussão muito ampla, é possível refinar esses dados. Você pode delimitar uma região específica, como, por exemplo, um estado e uma cidade para que o N seja ainda mais preciso. O N irá diminuir, porém, a profundidade não. Se a cidade de São Paulo for delimitada, seria preciso apontar quantas empresas desse tipo específico (startups) existem na cidade de São Paulo.

Delimitando a pesquisa quantitativa

Além de ter um município e o seu respectivo estado bem definidos, no caso de cidades muito grandes, delimitar os bairros também poderia ajudar o pesquisador a chegar a resultados mais concisos, pois, dessa forma, cada bairro teria o seu N, o que tornaria possível uma análise ainda mais global sobre o universo pesquisado. Com essa delimitação, o levantamento das características seria bem exato. Cada tipo de amostra pede por um cálculo específico. Cada área e as suas linhas de pesquisa adotam formas distintas de mensuração. Suponhamos que você tenha localizado duas mil startups na cidade de São Paulo. Para chegar ao N, o cálculo pode tornar esse processo mais certeiro. A área da estatística disponibiliza uma série de cálculos diferentes. No caso de nosso exemplo, chegamos ao N = 270. Essas duzentas e setenta startups iriam representar esse número de duas mil entidades desse tipo em São Paulo.

Afirmações em um estudo de caráter quantitativo

A fim de que as afirmações possam ser feitas em um estudo quantitativo, é preciso tomar alguns cuidados. Ao tratar os dados fornecidos, é preciso que esse N seja equivalente. Pensemos em mais um exemplo hipotético: suponhamos que você tenha setecentos e dezoito pessoas e desse N, apenas setenta concederam uma entrevista. Nesse tipo de estudo, temos a amostra por conveniência. A amostra por conveniência possui algumas características específicas. Ela nunca será uma amostra total, mas sim de uma parcela. No momento de análise, você deve deixar claro ao leitor que não se trata de uma amostra absoluta, visto que ela passou por esse processo de redução. Deve ficar claro que na hora de coletar você não conseguiu chegar a esse N total.

Alguns motivos podem fazer com que o pesquisador tenha que trabalhar com um N reduzido. Por exemplo, hoje, no ano de dois mil e vinte e um, ainda estamos vivenciando um contexto pandêmico, e, dessa forma, muitas pessoas estão trabalhando em suas casas, logo, não conseguiram conceder uma entrevista, pois não foram acessadas. Além disso, algumas regiões podem contribuir de uma forma mais efetiva para com o seu estudo, podendo essas serem representadas por bairros e públicos diferentes. Cada região pode suscitar um problema específico que pode impelir o pesquisador de chegar ao N total. Desse modo, a sua amostra de pesquisa não irá representar a totalidade dessa população. A amostra por conveniência é uma alternativa. Assim, irá contar apenas com as pessoas que responderam o estudo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este anúncio ajuda a manter a Educação gratuita

Confira também...