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Quanto tempo preciso para realizar uma dissertação de mestrado ou uma tese de doutorado? – Parte um

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A importância de uma rotina de escrita e leituraA importância de uma rotina de escrita e leitura

Olá, tudo bem? Em nossa conversa de hoje iremos discutir sobre dois tipos de trabalhos finais que são exigidos nos cursos de pós-graduação de nosso país, isto é, nos mestrados e doutorados. Para o mestrado há as dissertações e, para o doutorado, há a tese. Como são dois trabalhos bastante complexos, daremos início à uma sequência de textos com dicas para que você possa desenvolver a sua dissertação ou tese da melhor forma. Não podemos falar sobre a elaboração de trabalhos, sobretudo aqueles, que possuem uma extensão maior, sem que discutamos sobre a importância da escrita e da leitura nessa jornada. A fim de que possamos começar a elaborar o nosso texto, precisamos, antes disso, coletar materiais, ler e entender as reflexões que desejamos incluir, bem como há o caso das pessoas que possuem dificuldade com a escrita acadêmica. Dessa forma, a rotina de escrita e leitura é uma poderosa aliada. Iremos orientar você a criar essa rotina nos tópicos a seguir.

Por que escrever todos os dias é importante?Por que escrever todos os dias é importante?

Mesmo que você possua um pouco mais de familiaridade com a escrita acadêmica, fazer dessa escrita uma atividade constante na sua rotina é de suma importância. Há dissertações de mestrado e teses que possuem entre cento e cinquenta a duzentas páginas, agora pense na seguinte situação: imagine ter que escrever todas essas páginas, atendo-se a todas as exigências de cada tipo de capítulo (teórico, metodológico, de apresentação e discussão dos resultados) em curto período, meio difícil, concorda? Há quem consiga, mas não é o ideal, pois, provavelmente, você ficará mal fisicamente e psicologicamente. Para que esses transtornos sejam evitados é crucial que você escreva um pouco todos os dias. No caso do mestrado, em que, para muitos, é o primeiro contato com o universo da pesquisa, o indicado é que duzentas palavras diárias sejam escritas. Conforme o curso avança, a produção aumenta, pois o nível de conhecimento que possuirá sobre o tema irá aumentar, o que faz a escrita avançar também.

Como criar uma rotina de estudo e de escrita?

A primeira coisa que você precisa manter em mente é que as atividades de reflexão, escolha, leitura e escrita deverão ser constantes em sua rotina e, dessa forma, você terá que criar uma espécie de cronograma/agenda. Nesse cronograma/agenda você deverá conciliar essas atividades com as suas demais obrigações pessoais, de trabalho (caso essa seja a sua situação) de acadêmicas (pois precisamos cumprir créditos). A fim de que você possa escrever um pouco todos os dias, essa rotina será crucial e, por isso, precisa estar bem definida, inclusive com horários.

Se você precisa conciliar o mestrado/doutorado com outras atividades familiares/de trabalho, mantenha em mente que estipular um tempo para as atividades de pesquisa é fundamental, não importa o horário, basta que ele se adeque à sua rotina. Ter um lugar com poucas distrações, silencioso e organizado para estudar também é essencial e, caso goste, a música também é uma poderosa aliada.

Por que salvar o arquivo em diferentes mídias?

São muitos os relatos de pesquisadores que, ao longo de sua trajetória (uma vez que um mestrado leva, aproximadamente, dois anos para ser concluído e o doutorado, em média, quatro anos), perderam os seus arquivos ao longo do desenvolvimento da proposta, sejam esses arquivos fichamentos, resumos, relatórios ou o texto da dissertação/tese propriamente ditos. Sabemos que a tecnologia facilita e muito a nossa vida, não apenas enquanto pesquisadores. Esse é um fato inegável, contudo, ela não é perfeita e problemas podem aparecer quando menos esperamos. Ao salvar os nossos textos apenas no computador, ou mesmo em um pendrive, não garantimos a segurança desses textos, pois o computador pode precisar ser formatado e o pendrive pode ser perdido/furtado. A fim de que seja possível evitar esses problemas, salve os seus arquivos sempre na nuvem (no Google Drive, por exemplo) ou em um HD externo. Você pode ter esses arquivos no computador/pendrive, mas armazenar na nuvem também é crucial.

Entendendo a dinâmica de um curso de mestrado e doutorado

Quando discutimos sobre o tempo que se leva, em média, para fazer uma dissertação de mestrado ou uma tese de doutorado, deve-se manter em mente que é necessário compreender a dinâmica, isto é, a lógica de funcionamento desses dois cursos. Isso implica a necessidade de abordarmos o fato de que certos pesquisadores, em razão, por exemplo, do desejo de dar aulas logo, optam por aproveitar um tema de pesquisa que já possuem algum conhecimento (no caso do doutorado, pode-se aproveitar o tema do mestrado, por exemplo). Entretanto, conseguir escrever em pouco tempo um trabalho como esse é uma questão bastante complexa, pois tudo irá depender de uma série de variáveis que podem fazer com que esse texto flua ou não mais rapidamente e, assim, iremos apresentar essas possibilidades ao longo dessa conversa. Tais variáveis estão ligadas, então, com a agilidade a partir da qual o seu trabalho de mestrado ou doutorado será escrito.

Duração dos cursos de mestrado e de doutoradoDuração dos cursos de mestrado e de doutorado

A fim de que possamos discutir sobre o tempo que se leva para terminar um trabalho de grande extensão, é fundamental que compreendamos a duração mínima e máxima das duas possibilidades. O mestrado possui a duração mínima de dezoito meses e a sua duração máxima é de trinta meses. A quantidade de meses obedece a uma lógica que é estabelecida pela própria instituição. O tempo mais comum adotado pelas instituições que oferecem cursos de mestrado é de vinte e quatro meses.

Caso a sua instituição adote o tempo de vinte e quatro meses para que o trabalho seja defendido e você não consiga, há a possibilidade de se pedir uma prorrogação desse prazo. O doutorado, por sua vez, possui a duração mínima de vinte e quatro meses e máxima de quarenta e dois meses, contados a partir do início do curso. Entretanto, além da elaboração do trabalho final, nos dois tipos de curso, os alunos-pesquisadores devem cumprir os conhecidos créditos acadêmicos.

Os créditos acadêmicos e como interferem na produção do trabalho final

O mais indicado é que os pesquisadores comecem a escrever os seus trabalhos apenas quando terminarem de cumprir a quantidade de créditos exigida pelos programas aos quais estão relacionados. Isso é indicado porque é bastante difícil conseguir ler ou escrever durante o período em que você está participando de um congresso científico, ou, ainda, de uma disciplina. Nesse sentido, o ideal é que o aluno concentre-se, primeiro, em eliminar esses créditos. Para, após, começar a desenvolver o material propriamente dito. Essa é uma variável que vai interferir no tempo que você irá levar para concluir esse trabalho. A primeira variável sobre a qual iremos conversar é o domínio e compreensão do tema. Refletir sobre isso é de suma importância, pois, às vezes, achamos que compreendemos um determinado tema e, na verdade acontece o contrário, levam-se dias para que uma única ideia seja assimilada, então investir tempo para a compreensão do tema antes de começar a desenvolvê-lo é fundamental.

Como lidar com as questões conceituais no trabalho?

Ao assumir um determinado tema, precisamos manter em mente que não podemos dissertar sobre um tema recorrendo aos achismos e informações sem fundamento. Para isso, é preciso que defendamos o nosso ponto de vista de forma científica. É um processo de construção e desconstrução do pensamento, pois, a cada nova leitura, adotamos outros posicionamentos e temos uma outra interpretação acerca do fenômeno que estamos investigando. Nessa jornada, além das inúmeras leituras que fazemos, sejam aquelas indicadas pelo orientador, sejam as compartilhadas por colegas do grupo de pesquisa ou por pesquisadores em congressos, ou, ainda, aquelas que fazemos por conta própria, por si só, já demandam horas dedicadas à compreensão e análise das informações. Contudo, essas informações, dicas e sugestões chegam a cada momento e, desse modo, ter disciplina para lidar com esses dados e administrá-los é o principal desafio.

Tenha um projeto bem estruturado

É muito comum que, ao ingressar nesses cursos de pós-graduação, o aluno tenha que apresentar um projeto de pesquisa. Caso esse não seja o seu caso, nossa equipe aconselha que você o faça, pois, a partir dele, é possível visualizar os rumos que a pesquisa irá tomar, assim como o problema de pesquisa e os caminhos necessários para refletir acerca desse problema (objetivos). Essa dica é válida sobretudo para dissertações, pois, diferente da tese, as discussões tendem a ser um pouco mais breves, ou seja, elas são escritas mais rapidamente, quando comparadas às teses de doutorado.

Na tese é preciso que você proponha, de fato, uma tese nova, um outro olhar sobre o tema que está investigando, sobretudo uma solução efetiva que possa ser aplicada ao grupo social relacionado ao seu estudo. Temos, também, uma segunda variável que pode interferir no tempo que você irá depreender para realizar esse trabalho. Trata-se da agilidade que você possui em termos de escrita científica, isto é, se há domínio técnico.

O domínio da técnica da escrita acadêmicaO domínio da técnica da escrita acadêmica

A agilidade que uma pessoa possui para escrever de forma científica, isto é, embasando-se na literatura correspondente ao tema que está defendendo depende da facilidade que esse indivíduo possui em termos de domínio dos aspectos técnicos da escrita (gramática, coesão e coerência, não uso de coloquialismos, dentre outros), bem como para fazer o uso de citações diretas e indiretas. Para que essa escrita possa ser desenvolvida você pode começar treinando com textos menores, como é o caso de resumos e fichamentos dos textos que deseja incorporar ao seu estudo e, para isso, ter uma rotina para a escrita e leitura é, novamente, crucial, pois o aperfeiçoamento da escrita leva bastante tempo. Na escrita comum é normal que não haja um distanciamento do redator ao se colocar no texto, ou seja, não há imparcialidade. Na escrita científica é de suma importância que se evite os conhecidos “achismos”. Eles apenas podem ser evitados quando recuperamos, nos artigos, ideias que embasam essas afirmações.

Por que algumas pessoas não conseguem escrever?Por que algumas pessoas não conseguem escrever?

Existem pessoas que em um final de semana conseguem escrever trinta páginas, porém, outras levam dois anos e não conseguem chegar a dez páginas. Tudo depende do domínio que a pessoa possui com esse tipo de escrita, quanto mais dificuldade para aceitar e evitar os achismos, mais difícil será de escrever. Nesse sentido, além de ser crucial que a pessoa tenha um conhecimento sobre o tema que deseja investigar para escrever rapidamente, é preciso que haja o domínio da técnica, pois, sem ele, a escrita fica mais “travada”, ou seja, leva-se bastante tempo para que poucas páginas sejam escritas e, assim, esse exercício precisa ser diário, pois, na pós-graduação, os prazos são bastante apertados. Treine diariamente essa escrita. Lembra daquele ditado de “a prática leva à perfeição?”, ele pode ser aplicado no caso do desenvolvimento desse tipo de escrita. Precisamos, nesse momento, discutir sobre o último ponto desse primeiro momento da conversa: as normas da sua instituição.

Compreenda, em detalhes, todas as normas que estão nos manuais da universidade

As normas científicas servem para padronizar a ciência brasileira. Há regras para que esse trabalho que está sendo desenvolvido possa ser aprovado. Mesmo que ele esteja bom em termos de conteúdo, se essa produção estiver fora das normas previstas pela sua universidade, ele será recusado e dificilmente o seu orientador irá submeter, junto com você, um trabalho que está fora das normas, porque ele sabe que a produção, logo de cara, será refutada pelos avaliadores (a sua banca).

Atenção: existem instituições que possuem seminários de pesquisa, eles servem para que você divulgue os resultados da sua pesquisa e eles serão debatidos por especialistas da área. É muito importante que você siga as normas previstas pela instituição para que esse trabalho seja aprovado. Há, também, instituições que obedecem a certos critérios e, para isso, divulgam um calendário com prazos relacionados a todas as atividades que os seus pesquisadores precisam desempenhar para que façam jus a tais critérios. Dentre eles estão o período para realizar a revisão da literatura e traçar os objetivos da sua pesquisa. Assim sendo, cada instituição possui as suas próprias normas para a elaboração de trabalhos a serem submetidos desde a um seminário até à uma banca de qualificação e defesa. Atender a essas normas é essencial. Consulte os manuais no site da sua universidade ou peça ao orientador.

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