Quais são os formatos de mestrado e o que você precisa saber?

Olá, tudo bem? Em nossa conversa de hoje iremos discutir um pouco mais sobre os tipos de mestrado e especificamente sobre os mestrados livres. A fim de que as discussões fiquem mais claras, iremos apresentar exemplos de cursos nacionais e internacionais. Para que todos os aspectos fiquem claros, iremos apontar quais são as exigências e o que você precisa fazer para realizar esse curso de forma legal. Como esse post faz parte de uma sequência de textos, se você tiver alguma dúvida sobre o modus operandi dos cursos de mestrado, não deixe de consultar os nossos posts anteriores. Até esse momento já conversamos sobre os mestrados que são reconhecidos pela CAPES, os formatos, os modelos acadêmico e profissional, quais são as exigências do EAD, como funciona o formato híbrido e quais são as características dos cursos de mestrado específicos. Discutimos, também, sobre os mestrados no exterior.

A relevância do conhecimento amplo sobre o mestrado

É muito importante que você saiba que cada um dos aspectos que abordamos em posts anteriores são de suma importância, pois refletem cada etapa do fazer científico nacional e internacional. O intuito é ajudar você a compreender como funcionam esses cursos de mestrado e como os cursos reconhecidos podem lhe beneficiar em sua carreira. Diante disso, hoje, iremos conversar sobre um novo “formato” de mestrado. Como esse modelo gera uma série de perguntas e questionamentos, julgamos que é muito importante entendermos o que é o mestrado livre e quais são as suas principais características. Se você não sabe o que é um mestrado livre ou se conhece pouco sobre esta modalidade, este post é para você. Iremos esclarecer alguns pontos importantes para que você entenda qual é o eixo de atuação dos mestrados livres. Com isso, precisamos retomar a etimologia da palavra mestrado.

O significado da palavra mestrado

A primeira coisa que gostaríamos de pontuar diz respeito ao significado da palavra mestrado. Tanto o mestrado quanto o doutorado fazem parte daquilo que denominamos de cátedra acadêmica. Fazem parte desta cátedra uma série de níveis. Após o Ensino Fundamental I e II e o Ensino Médio, temos os cursos técnicos de formação, os cursos de graduação, que se dividem entre licenciaturas e bacharéis. Essas nomenclaturas não são designadas de forma aleatória. A sua existência tem um porquê. Cada uma dessas nomenclaturas apontam qual é a finalidade desses cursos e qual é a sua possibilidade de atuação. No caso da licenciatura, por exemplo, temos um nível que habilita os graduados a lecionarem no ensino básico, seja ele público ou particular. Por outro lado, o bacharelado não habilita esses alunos para lecionarem, mas sim para que atuem no campo, no mercado de trabalho.

O funcionamento da cátedra acadêmica

Além dos níveis que já mencionamos, temos os cursos que oferecem uma formação técnica aos seus alunos. Precisamos chamar a atenção para o fato de que tanto os cursos à nível de bacharelado quanto os cursos técnicos habilitam os alunos para o exercício prático da profissão escolhida. São profissões, portanto, que exigem formação técnica. Os alunos aprendem competências e habilidades técnicas. Tal aprendizado faz parte dos cursos de graduação. Essa não é uma realidade comum a todos os países, mas é importante que você a conheça. Os aspectos sobre os quais iremos conversar são típicos do contexto brasileiro. É assim que a academia brasileira é alicerçada. Há órgãos que comandam essa organização e que ditam certas regras. No caso dos cursos de graduação, quem estabelece essas regras é o  Ministério da Educação e Ciência, conhecido como MEC.

A organização do ensino brasileiro

Como estabelece o MEC, o ensino brasileiro alicerça-se, em seus primeiros pilares, no Ensino Fundamental, dividido entre I e II, e o Ensino Médio. O Ensino Fundamental vai do 1º ao 9º ano e o Ensino Médio possui o nível I, II e III. Concluído o ensino básico, o aluno pode optar por continuar a sua jornada pelo conhecimento (o ensino básico é obrigatório). O primeiro passo é a procura por um curso de graduação. Esse curso de graduação, como discutimos, divide-se entre licenciatura e bacharel. Um curso de graduação pode oferecer as duas modalidades. Terminado o curso de graduação, o aluno pode optar por uma pós-graduação. A pós-graduação, por sua vez, possui duas facetas: há o sentido lato sensu ou stricto sensu. No caso da pós lato sensu, os cursos são livres e oferecem especializações para que o aluno atue em um campo. O stricto sensu oferece cursos de mestrado e doutorado voltados à docência e à pesquisa.

O stricto sensu na cátedra acadêmica

Precisamos discutir sobre a influência do stricto sensu na cátedra acadêmica. Esse tipo de curso forma majoritariamente pessoas com inclinação para a pesquisa científica. Como tudo na acadêmica, o stricto sensu possui o seu significado bem definido. São cursos que têm como objetivo a promoção da pesquisa científica. Com isso, torna-se válido ressaltar que os cursos lato sensu oferecem especializações. Devido a isso, os cursos contribuem para com o aperfeiçoamento profissional daqueles que procuram por essas especializações. Por outro lado, o stricto sensu forma pessoas com uma mente mais teórica, cujo objetivo é a atuação acadêmica no ensino superior enquanto docentes e pesquisadores. Surge, nesse contexto, os questionamentos acerca dos cursos profissionais de mestrado e doutorado oferecidos na modalidade stricto sensu. É uma realidade, esses cursos existem e são populares.

Os mestrados e doutorados profissionais

Embora os cursos de mestrado e doutorado profissionais tenham a ênfase no campo, há algumas questões a serem colocadas. Mesmo que esses cursos não deixem de ser profissionais, todos os alunos matriculados terão, de certa forma, uma inclinação acadêmica, uma vez que precisarão desenvolver uma pesquisa da mesma forma que alunos de mestrados e doutorados acadêmicos. Contudo, esse tipo de curso stricto sensu possui características próprias que devem ser apresentadas nessa discussão. Embora esse profissional tenha que desenvolver um manual técnico, metodologias ativas, patentes, serviços, software ou hardware, aplicativos, produtos, receitas, cartilhas e afins, enfim, qualquer tipo de produto/serviço pode ser desenvolvido, porém, esse aluno não deixa de ser um acadêmico. Essas pessoas pesquisam e aplicam o conhecimento em atos práticos que podem ajudar a sociedade.

A lógica do lato sensu e stricto sensu

Diferentemente da lógica dos cursos stricto sensu, o lato sensu possui outros objetivos. Como conversamos, o lato sensu oferece cursos livres, isto é, especializações técnicas, cujo formato, isto é, o modelo, não é o mesmo. Toda a pós-graduação brasileira é comandada pela CAPES (o CNPq também, de certa forma). Especialmente os cursos stricto sensu são controlados pela CAPES. Trata-se de um órgão muito importante, uma vez que é a CAPES a responsável pela atribuição de notas a todos os programas de mestrado e doutorado de nosso país, sejam eles públicos ou gratuitos. Assim sendo, para auferir esta nota, estabelece critérios mínimos que irão regulamentar ou não esses cursos. Além disso, possui uma outra missão: mensurar a qualidade da pesquisa científica brasileira. Os docentes que fazem parte dessas instituições são avaliados e, a depender do resultado, recebem recursos e investimentos diversos.

A regulamentação dos cursos de mestrado e doutorado

Os cursos de mestrado e doutorado brasileiros apenas podem ser reconhecidos pela CAPES caso atendam a esses critérios regulatórios mínimos. É muito importante que o curso escolhido seja reconhecido, pois esse conhecimento irá permitir que você seja reconhecido legalmente ao fazer uso deste título, incluindo-se os benefícios financeiros. Você receberá o equivalente a um mestre ou doutor caso realize esse curso de forma legal e caso seja aprovado. No caso de pessoas com mentalidade acadêmica, o título irá permitir que lecionem no ensino superior e que recebam o equivalente a este título. Essa atuação é livre e o valor a ser recebido é interessante. Todavia, é fundamental que esse curso seja reconhecido pela CAPES ou, caso esse curso tenha sido feito em uma instituição internacional, você precisará passar pelo processo de convalidação desse título. Agora, iremos nos concentrar nos cursos “livres”.

O que define os cursos de mestrado e doutorado livres?

Passaremos a partir desse momento a discutirmos sobre como funcionam os cursos de mestrado e doutorado livres. Muitas pessoas têm comentado nas mídias e redes sociais sobre os “mestrados livres”. A primeira coisa que você precisa manter em mente é que sempre que nos referimos aos cursos livres, não estamos nos referindo aos cursos stricto sensu. Sempre que a discussão se volta aos cursos livres, estamos nos referindo aos cursos lato sensu. Iremos substituir a terminologia “mestrado livre” por “mestrado lato sensu”. Não será possível receber o equivalente a um mestre, já que o nível em questão (título) é o de especialista. Se você desejar requerer a atuação com esse título, aos olhos da CAPES, será um especialista e receberá o equivalente a este título. Contudo, algo que precisamos ressaltar, é que esses cursos de especializações possuem certas terminologias que devem ser compreendidas.

As terminologias dos cursos de especialização

Suponhamos que você tenha realizado uma especialização em psicopedagogia. É o título de especialista nesta área em questão que você irá receber. O seu título possui validade para atuar neste campo em específico. Os seus conhecimentos, habilidades e competências voltam-se à esta área. Algumas instituições podem anunciar que há uma vaga disponível para pessoas que tenham um mestrado livre em psicopedagogia. Não é uma “pegadinha”, mas é uma informação que pode confundir os aspirantes ao cargo. Todos os mestrados oferecidos por instituições estrangeiras recebem o título de “livre”, então é necessário tomar cuidado. Esse cuidado é necessário porque as pessoas estão mais preocupadas com a obtenção de um título do que com as possibilidades de atuação com esse título obtido. Muitas pessoas acabam se esquecendo que se trata de um mestrado livre, ou seja, lato sensu (especialista).

Cuidados ao realizar um mestrado livre

É de suma importância que se tome alguns cuidados para que o título atenda aos objetivos daquele que o obteve. Algo importante que você deve levar em consideração é que esses cursos de mestrado livre não são reconhecidos pela CAPES, logo, as possibilidades de atuação ficam, de certo modo, restritas. Esses cursos não podem ser reconhecidos, pois, para que sejam vistos dessa forma pela CAPES, precisam atender aos seus critérios mínimos e regulatórios, o que não costuma acontecer. Assim sendo, torna-se válido reiterar que esses cursos de mestrado lato sensu são uma forma de ajudar os profissionais a conseguirem uma promoção em seu campo de atuação. Não se trata de algo que vale mais ou menos, mas sim de campos de atuação com objetivos distintos. Esses mestrados possuem semelhanças com os cursos oferecidos na modalidade à distância.

Empecilhos dos cursos livres

Mesmo os cursos oferecidos na modalidade à distância possuem mais chances de serem aceitos do que os cursos de mestrado livres. Esse aceite é obtido por meio do processo de convalidação, contudo, é preciso chamar a sua atenção para o fato de que a convalidação tem sido cada vez mais dificultada. Tanto os cursos à distância quanto os livres não conseguem atender a todos os critérios necessários à aprovação pela CAPES. Você pode se referir como um mestre ou doutor, porém, em termos legais, não será visto dessa forma e não receberá o equivalente a isto. Precisamos falar sobre as desvantagens como uma forma de alerta. Caso preste um concurso público, via processo seletivo, não conseguirá comprovar a validade do seu título e, com isso, não poderá tomar posse do cargo. O mesmo vale para as pessoas que desejam lecionar no ensino superior.

Com esse cenário, gostaríamos de chamar a sua atenção para o fato de que com o mestrado livre você conseguirá apenas ser reconhecido como um especialista e receber o equivalente a este nível em específico. Contudo, há algumas exceções. Não se trata de cursos de mestrado livre. Estamos nos referindo aos cursos de mestrado que são oferecidos a partir de um regime especial. Entretanto, trata-se de uma questão bastante complexa e, dessa forma, iremos aprofundar essa discussão em um outro post. É algo que pode lhe ajudar a abrir a mente para certas possibilidades. São novos mercados e novas formas de se obter conhecimento para atuar seja no campo, seja na universidade. É um processo importante, pois, a partir dele, entendemos como as pesquisas são desenvolvidas e como se dão todas as suas etapas e técnicas.