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O estado da arte é obrigatório para todos os artigos científicos?

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O estado da arte é obrigatório ou não em materiais científicos?

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos retomar as nossas discussões sobre uma ferramenta que tem adquirido bastante popularidade nos últimos anos, embora seja um tanto polêmica. Estamos nos referindo ao estado da arte. Como se trata de uma ferramenta que suscita uma série de discussões e embates, antes de conversarmos sobre a obrigatoriedade ou não dessa estratégia nos materiais científicos é preciso que compreendamos os seus aspectos. Um estado na arte nada mais é do que uma forma a partir da qual o pesquisador pode justificar as suas escolhas de autores, obras e teorias. Além disso, como vivemos em uma era marcada pelo excesso de informação, por meio do estado da arte é possível apontar os motivos que nos levaram a fazermos certas escolhas para o trabalho que estamos desenvolvendo. Diante desse cenário, iremos apresentar algumas dicas para que você consiga fazer um bom estado da arte.

A pesquisa de estado da arte é um elemento obrigatório?

Uma das dúvidas mais comuns sobre o estado da arte postas pelos próprios pesquisadores de nosso país diz respeito ao fato de o estado da arte ser um elemento obrigatório e quando ele deve ser incluído nos artigos científicos. Além disso, muitos se questionam se todos os tipos de pesquisa admitem a realização de um estado da arte. Também é comum que os pesquisadores se questionem se um estado da arte pode ser inserido em qualquer tipo de artigo científico, visto que são produções científicas que possuem uma extensão menor. Para respondermos a esta questão é preciso que compreendamos o contexto do estado da arte. Com isso, de antemão, deve ficar claro que o estado da arte não aparece em todas as pesquisas/materiais científicos. Isso ocorre porque o estado da arte é uma forma de se realizar um certo tipo de pesquisa de materiais em bases de dados.

A finalidade de um estado da arte

O estado da arte nada mais é do que uma pesquisa prévia que fazemos para construirmos a nossa primeira linha de raciocínio sobre o tema que nos propomos a investigar. A partir de critérios de inclusão e exclusão conseguimos chegar aos melhores materiais científicos de forma mais rápida e eficaz. É uma forma, portanto, de sistematizar essa coleta de dados inicial. A partir do estado da arte, conhecemos o panorama do assunto que estamos investigando por meio da análise de artigos científicos sobre esse tema. Em algumas áreas, a realização do estado da arte é fundamental. Aparece, ainda, como uma estratégia metodológica, embora não seja uma metodologia em si, apenas um instrumento. Artigos que propõem a revisão bibliométrica costumam receber bem esse tipo de abordagem. É fundamental que o estado da arte apareça, visto que apresenta um panorama sobre uma série de artigos.

Como posso realizar uma pesquisa sistematizada?

Caso você queira inserir o estado da arte em seu material, será preciso seguir alguns passos e tomar alguns cuidados. Na hipótese de você estar realizando um artigo científico que propõe uma revisão bibliométrica, automaticamente você terá que dizer de onde esses materiais foram retirados e quais os critérios que foram levados em consideração. Para isso, o estado da arte é fundamental. Dentre esses critérios, é preciso que escolhamos um recorte temporal (ano de início e término do recorte), a base de dados onde iremos coletar esses materiais, dentre outros aspectos. Como é uma revisão bibliométrica, essa etapa é crucial. Aponte quais foram as palavras-chave digitadas em cada base de dados, a quantidade de materiais obtida, o idioma, se esses materiais estão disponíveis na íntegra e o recorte temporal que está sendo levado em consideração.

Os meios utilizados para sistematizar a busca

Quando assumimos o estado da arte, é de suma importância que apontemos os meios que foram levados em consideração para chegarmos a esses materiais específicos. É uma forma de otimizar a coleta de dados e justificar os motivos pelos quais esses artigos específicos foram escolhidos para integrarem a sua revisão. Contudo, em um artigo científico podemos seguir inúmeras metodologias. Cada metodologia possui a sua abordagem, técnicas e instrumentos específicos. Por exemplo, se em seu estudo você está realizando um artigo de revisão simples, você está buscando apenas por conceitos. Nesse caso, a pesquisa de estado da arte não precisa aparecer em seu material, visto que se trata de uma revisão simples. Como se trata de uma revisão conceitual, dispensa-se o debate que não seja teórico. A fim de que essas questões fiquem mais claras, iremos apresentar um exemplo de pesquisa conceitual.

As pesquisas de revisão teórica simples

Suponhamos que em seu estudo você tenha se proposto a discutir sobre o tema da sustentabilidade. Esse tema é super atual e possui uma série de variáveis que podem ser debatidas a partir de abordagens diferentes, visto que o tema perpassa por linhas conceituais e áreas de atuação múltiplas. Muitas áreas estão discutindo sobre o tema, uma vez que há uma agenda global que deve ser seguida para que as metas e objetivos sustentáveis sejam atingidos até o ano de dois mil e trinta. A pauta gera uma série de debates, visto que o próprio conceito de sustentabilidade não possui uma definição consensual. Também não há um consenso sobre o quão abrangente é esse tema. Diante desse cenário, você poderia desenvolver um artigo científico em que o interesse seria discutir e demonstrar as dificuldades para se definir a sustentabilidade de forma consensual.

Por que o estado da arte é dispensado nas pesquisas conceituais?

Como o objetivo das pesquisas conceituais é a demonstração de um conceito por meio da apresentação de pontos de vista diferentes, o estado da arte é dispensado, pois ele não promove uma discussão teórica, mas sim os aspectos que fizeram com que o pesquisador chegasse a essas escolhas específicas. O estado da arte serve para demonstrar que com base em alguns critérios chegou-se a alguns materiais que permitem o desenvolvimento do assunto, respeitando-se os aspectos teóricos e metodológicos da pesquisa científica. No caso da sustentabilidade, basta dizer que foram buscados conceitos em autores, órgãos e instituições que têm debatido sobre o tema ao longo dos anos. Nesse caso, a própria ONU poderia ser inclusa na discussão, visto que possui uma agenda mundial com objetivos e metas sustentáveis. Além disso, também tenta conceituar esse tema tão caro para nós nos dias atuais.

Os estudos qualitativos e quantitativos e o estado da arte

Como temos frisado, o estado da arte pode ou não integrar um material científico. Estudos que se afirmam dessa forma têm um outro objetivo. Estão mais preocupados com a demonstração dos resultados do que com os motivos que fizeram com que o pesquisador chegasse aos materiais que permitiram esses resultados. A demonstração do estado da arte sobre esse objeto acaba sendo menos comum. Como sabemos, todo e qualquer estudo, independentemente de serem mais ou menos aplicados, mais ou menos teóricos, precisam do marco teórico, até porque para que seja possível abordar os aspectos analíticos, é preciso recuperar a discussão teórica. É ela quem permite que uma análise possa ser feita. Contudo, essa não é uma regra, pois há pesquisadores que conseguem encaixar o estado da arte mesmo nesse tipo de proposta.

Aspectos que influenciam na inclusão do estado da arte

Aspectos que influenciam na inclusão do estado da arteAlguns aspectos irão fazer com que o estado da arte seja ou não prioridade, além das demandas postas pelo próprio tema que está sendo pesquisado. Dentre esses aspectos, há que mencionar a própria dinâmica da instituição, a mentalidade do orientador, o funcionamento do programa/linha de pesquisa ao qual está vinculado, dentre outros. Com base em nossa prática, temos visto que as instituições de ensino têm procurado, de forma geral, encaixar o estado da arte em todos os tipos de pesquisa. Assim, mesmo que as pesquisas dispensem o estado da arte, os valores da própria instituição/programa/orientar fazem com que esse pesquisador venha a adotar o estado da arte. Essa é uma técnica sistematizada para a coleta de dados que pode ser utilizada em todas as áreas. Em razão disso, há que se discutir sobre o foco dos materiais científicos e como influenciam nas escolhas.

O foco das pesquisas científicas

O foco das pesquisas científicasComo afirmamos, toda pesquisa quantitativa ou qualitativa irá perpassar pela discussão teórica, visto que é uma exigência. A discussão teórica irá embasar a análise que você se propôs a desenvolver. Assim sendo, a análise, para que esteja ideal, precisa partir desses aspectos teóricos que foram apresentados anteriormente. O estado da arte não é obrigatório, mas você deverá deixar muito claro ao leitor qual é o viés que a sua pesquisa está seguindo. A regra vale também para os estudos quantitativos, que são mais precisos e objetivos. Dessa forma, trabalha-se com N específicos e com cálculos específicos. A linguagem desse tipo de trabalho é mais dura. O aspecto teórico também aparece, mas ele tem um intuito diferente, já que a análise é estatística. Em geral, esse tipo de estudo costuma ser comparativo.

A comparação entre materiais científicos

A comparação entre materiais científicosA fim de que uma pesquisa que tenha o objetivo de comparar pontos de vista possa ser feito é preciso que o pesquisador se comprometa com a comparação entre dados diferentes, suscitados por artigos diferentes. Suponhamos que você tenha analisado dez indivíduos que possuem a faixa etária de dez a quinze anos. Em primeiro lugar, é preciso apresentar as variáveis que estão em jogo. Elas irão influenciar no processo de coleta de dados, uma vez que você precisará escolher por materiais que tenham analisado o mesmo público-alvo e este precisa possuir a mesma faixa etária para que os resultados sejam precisos. Outras variáveis que você escolheu também podem influenciar nesse processo de coleta de dados. Essas variáveis irão resultar em dados muito específicos, o que deixa a análise mais direcionada. Assim, percebemos que o estado da arte não é obrigatório, mas a discussão teórica é essencial.

O embasamento teórico baseado em outros materiais

O embasamento teórico baseado em outros materiaisArtigos científicos podem ser replicados em outros estudos, seja em termos teóricos ou metodológicos. As peculiaridades do estudo que você se propôs a realizar também irão influenciar na escolha ou não do estado da arte. Quando falamos em embasamento teórico é preciso que tomemos alguns cuidados, pois também é uma questão que suscita uma série de debates. Muitos se perguntam se os estudos quantitativos, que são mais práticos e menos teóricos, poderiam ter o capítulo de embasamento teórico. Essa é uma questão pertinente. Assim, precisamos refletir sobre o significado e influência da teoria nos materiais científicos. Chegamos a conclusão de que para desenvolver qualquer tipo de estudo científico, seja ele quantitativo ou qualitativo, o pesquisador irá precisar, independentemente da área, recorrer a outros materiais para que possa desenvolver a pesquisa em questão.

Fomentando a sua linha de raciocínio

Fomentando a sua linha de raciocínioA fim de que possa defender a sua linha de raciocínio de forma científica é preciso que nos embasamos nas discussões que já foram aprovadas e consolidadas. Assim sendo, precisamos frisar que no caso de estudo qualitativos, em que, de forma geral, os pesquisadores desenvolvem análises, o embasamento teórico será ainda mais evidente, pois uma análise nasce das discussões teóricas, uma vez que essas teorias e conceitos, apresentados antes, devem ser retomados neste capítulo mais analítico. Contudo, se a sua pesquisa caminha mais para um viés quantitativo, as demandas serão outras. Entretanto, mesmo que as necessidades sejam diferentes, todo e qualquer tipo de estudo, de forma mais breve ou detalhada, precisará apresentar essa discussão teórica. O embasamento, portanto, continua sendo uma etapa elementar e que, portanto, não pode ser pulada.

No caso de estudos que caminham por essa linha de raciocínio, a pesquisa sistematizada também é uma poderosa aliada, contudo, a estratégia é outra. Ao invés de o pesquisador procurar por pesquisas que sejam mais teóricas, ele precisará contar com estudos que sejam mais aplicados. A dica que damos é que você procure por artigos que comparam resultados. Essa comparação irá ajudar você a traçar a sua própria linha de raciocínio, bem como a analisar os seus resultados de forma mais precisa e produtiva. Para concluirmos a nossa discussão, gostaríamos de frisar que o estado da arte é uma ferramenta relativamente nova, e, dessa forma, as instituições ainda estão buscando se adaptar a essa nova possibilidade, sobretudo as mais tradicionais, que ainda estão se modernizando. Porém, é algo incentivado pela própria CAPES, pois é uma forma de justificar as suas escolhas.

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