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Citação Indireta e Citação Direta com mais de três linhas

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Características das citações

Características das citações

A primeira coisa que gostaríamos de retomar é a importância das citações. Como sabemos, todo e qualquer material científico passa pelos anti-plágios, e, dessa forma, quando deixamos de referenciar a ideia de um autor no qual estamos nos apoiando, seja copiando um texto ou parte dele, estamos cometendo plágio.

Caso você tenha dúvidas, não deixe de consultar os nossos posts sobre tipos de plágio e plágio inocente.

A melhor forma de evitar essa situação, que, além de tudo, é antiética, pois estamos nos apropriando de uma ideia que pertence à outro autor, é por meio do uso correto das citações em nosso texto.

Como sabemos, as citações possuem diversas peculiaridades, e, desse modo, a fim de que as formas de citar fiquem mais claras, iremos apresenta-las e, também, alguns exemplos.

Citações indiretas e diretas

As citações, independentemente da sua tipologia, possuem um mesmo objetivo: fazer com que uma teoria, conceito, instrumento, método e afins tenham a sua autoria original preservada. É, portanto, um mecanismo de proteção do autor.

Assim sendo, cabe apresentarmos, brevemente, a ideia de citação indireta e direta. Iremos nos aprofundar em suas características ao longo desse post.

A primeira coisa que você precisa manter em mente sobre as citações indiretas é que não pode haver qualquer tipo de cópia, seja ela parcial ou integral, de uma determinada obra.

A citação indireta é, portanto, a reflexão do autor-pesquisador sobre um trecho lido, e, desse modo, mesmo que esteja interpretando essa ideia, precisa dizer de onde ela foi retirada.

A citação direta, por sua vez, é o contrário: deve ser usada em todas as vezes que um trecho precisar ser copiado. Não se pode modificar esse trecho.

A relevância das citações

Além das citações evitarem a prática do plágio, são elas que viabilizam a existência de todo e qualquer texto científico, pois para que esse texto seja chamado dessa forma, é preciso que ele obedeça ao que conhecemos como rigor científico.

Um texto apenas possui esse rigor quando é escrito de forma embasada em uma literatura que é capaz de dar conta do tema que está sendo investigado.

Para isso, precisamos escolher os autores e as suas respectivas produções que mais se conectam aos nossos objetivos de pesquisa, e, para isso, realizar uma busca sistematizada é fundamental.

Após obter esses textos e realizar as devidas leituras, começamos, de fato, a escrever, durante a escrita, para que cheguemos a esse embasamento, precisamos fazer uso de citações, sejam elas diretas ou indiretas.

Elas se manifestam em todo o texto, mas na fundamentação teórica elas são obrigatórias.

A fundamentação teórica de um texto científico

A fundamentação teórica de um texto científico

A fundamentação teórica é um dos processos mais elementares em um produção científica, uma vez que é ela quem viabiliza todas as demais discussões.

Assim sendo, nessa etapa, a principal missão do pesquisador é aprofundar o que foi apresentado na introdução a partir de capítulos ou subcapítulos que contemplam os conceitos e teorias relacionados ao tema investigado.

A fim de que seja possível escrever esse capítulo, o autor-pesquisador precisa ler vários livros, artigos de demais fontes científicas para escrever de forma científica.

É a partir dessa leitura que nasce o texto do próprio autor, isto é, daquele que, antes, foi um leitor. Ele passa, agora, a ser autor.

A fim de que essa discussão fique um pouco mais clara daremos um exemplo prático. Iremos falar sobre cocriação.

Antes de apresentarmos o termo é preciso que conheçamos o que é a cocriação.

O que é a cocriação?

O termo “cocriação”, atualmente, é um termo empregado, principalmente, na área da Administração, especificamente na esfera do marketing, porém, ele pode, também, ser incorporado em outros contextos de pesquisa.

Tendo esse exemplo em mente, podemos prosseguir.

A fim de que você possa escrever sobre o tema da cocriação é preciso que você leia sobre o assunto e o mais prudente é que se consulte diversos autores que falem sobre esse tema para que você tenha um panorama mais geral, e, também, mais específico sobre o tema, uma vez que pode-se partir de abordagens diversas.

Após essa leitura, é chegado o momento de dissertar sobre a temática.

Você possui, nesse momento, conhecimentos que, antes da leitura desses autores, você não detinha.

Suponhamos que você tenha lido um livro do autor inglês Prahalad sobre cocriação e deseja escrever sobre, como prosseguir?

Como apresentar as impressões de leitura de forma científica?

Mantenha em mente que após realizar as leituras que irão te capacitar para escrever sobre um determinado tema (e sobre os seus respectivos tópicos e subtópicos) será preciso respeitar o que é conhecido como rigor científico.

Nesse sentido, você irá começar apresentando os principais pontos desse livro, artigo ou outra fonte científica.

No caso de nosso exemplo, lemos um artigo do autor Prahalad.

Contudo, iremos apresentar a visão de Prahalad sobre o tema, e, dessa forma, precisamos dizer, ao leitor, de quem é essa ideia em que estamos nos apoiando para construir a nossa discussão.

Não basta mencionar o autor, porque ele, certamente, terá escrito diversas obras ao longo de sua vida, e, desse modo, é preciso apontar que obra é essa.

A forma mais comum é a partir do mecanismo autor-data, em que você referencia o último sobrenome do autor e a data de publicação, no caso de citações indiretas.

Interpretando as ideias de um autor

Interpretando as ideias de um autor

Quando desejamos interpretar as ideias de um determinado autor, isto é, quando não precisamos reproduzir, na íntegra, o trecho consultado, podemos fazer uso do mecanismo da citação indireta.

Mesmo que estejamos interpretando as ideias de um autor, essa interpretação nasceu de uma leitura anterior, de um contato anterior com o conhecimento, e, dessa forma, precisamos referenciar o detentor dessa ideia, pois é uma forma de agir de forma ética e de respeitar o dono do conceito/teoria.

Caso não tomemos esses cuidados, com certeza o nosso material será acusado de plágio, e, devido à falta de citações, ele ao menos será aprovado, pois ele não obedece ao rigor científico sobre o qual estamos conversando.

Para que as suas informações tenham credibilidade, é preciso que elas tenham sido comprovadas por outros estudos, e, dessa forma, devemos citar todos aqueles que embasam nossa argumentação.

Cuidado com conhecimentos rasos

Cuidado com conhecimentos rasos

Um dos motivos que fazem com que um material não seja aprovado é a apresentação do conhecimento de forma rasa e superficial, sobretudo quando há muitos achismos e poucas informações comprovadas cientificamente.

Você atesta, ao leitor, que está se apoiando em conhecimentos já desenvolvidos e comprovados e que, portanto, essas informações são verdadeiras e de qualidade.

É por esse motivo que nenhum professor, instituição ou revista aceita materiais que são escritos com base em informações não científicas, como é o caso de sites como a Wikipedia e outros blogs/sites não governamentais.

Qualquer pessoa pode manipular esses dados, a qualquer momento, sendo que não necessariamente foram especialistas na área que escreveram esses textos do Wikipedia, e, ainda, como não possuem rigor científico, não podem servir como base para estudos científicos.

Por que textos de páginas não governamentais não podem ser usados?

Visto que os textos postados nessas páginas podem ser manipulados por qualquer pessoa, torna-se impossível comprovar se as afirmações ali dispostas são, de fato, válidas e pertinentes, ou seja, não há como saber se são verdadeiras, pois não há o cuidado no tratamento desses dados, pois eles não passam pelas avaliações que um artigo científico passa.

Essas avaliações servem justamente para comprovar se esse material está apto para ser referência de outros estudos.

O artigo, por outro lado, parte de uma ou mais teses, e, dessa forma, obedece à critérios científicos que o viabilizam para circular na esfera acadêmica.

A informação de materiais científicos é bem diferente daqueles dados apresentados por blogs e sites da web.

Assim sendo, devemos ter cuidado ao usar informações dispostas na web justamente para que o nosso texto atenda aos critérios de uma produção científica.

Como citar um autor e interpretar ao mesmo tempo?

Como citar um autor e interpretar ao mesmo tempo?

Como destacamos, todas as ideias que retiramos de uma determinada obra precisam ser referenciadas.

Vimos, também, que podemos interpretar com as nossas próprias palavras essa ideia, contudo, não basta apresentar essa ideia, sem usarmos as mesmas palavras e expressões do autor no qual estamos nos apoiando: é preciso que atribuamos os devidos créditos à ele. Nessa caso, como não há qualquer tipo de cópia da ideia original, basta fazer uso das citações indiretas.

Entretanto, nem sempre conseguimos interpretar um determinado texto sem usar as mesma palavras/expressões que o autor, e, desse modo, para que o texto não seja acusado de plágio, as citações diretas irão substituir as indiretas, pois ao menos certos trechos de um parágrafo serão copiados porque você não conseguiu transcrever com as suas próprias palavras.

Podem ser frases, um pedaço do texto ou palavras, precisa-se usar a citação direta.

Quando usar a citação direta?

Existem trechos que são difíceis de serem traduzidos com as nossas palavras, bem como há aqueles que, caso sejam transcritos com outras palavras, podem não entregar o sentido da melhor forma.

Nesse caso, é obrigatório o uso da citação direta, devendo-se respeitar as suas características que mudam de acordo com o número de linha que terá esse trecho a ser copiado.

Há, então, um processo de “copia e cola”, uma vez que nenhum palavra/expressão pode ser modificada nesse tipo de citação.

Sobre os dados que não podem falar nesse tipo de citação, temos apenas um acréscimo: além de mencionar o último sobrenome do autor, é preciso, também, apresentar a data da publicação da obra e a página exata do trecho copiado, como, por exemplo (SOUZA, 2019, p. 10).

Entretanto, se esse texto possui até três linhas ou acima de quatro linhas, essa formatação será diferente.

Citações diretas com três linhas e acima de quatro linhas

Quando o trecho que você copia possui até três linhas, ele irá ficar incorporado ao seu texto, sem qualquer tipo de recuo.

Contudo, para dizer ao seu leitor que se trata de uma citação direta, é preciso adotar uma formatação diferenciada.

Antes de copiar esse trecho você irá abrir aspas, copiar o trecho em questão, fechar as aspas, abrir o parênteses e copiar os dados que irão identificar a localização do trecho copiado.

Entretanto, se esse trecho possui a partir de quatro linhas, ao invés de abrir aspas, você irá fazer um recuo de quatro centímetros com a régua do seu editor de texto.

A fonte é mantida, porém o seu tamanho precisa ser menor do que aquele utilizado no corpo do texto, geralmente, usa-se tamanho dez ou onze para as citações com mais de três linhas.

O espaçamento é simples. Os dados que irão identificar essa obra permanecem os mesmos: último sobrenome, ano e página.

O que ressaltamos ao leitor ao fazermos uso desse tipo de citação?

Ao destacarmos uma citação direta, seja com três ou mais linhas, estamos enfatizando ao nosso leitor que aquela ideia não é nossa, isto é, que foi copiada na íntegra.

Partindo dessa lógica, muitos pesquisadores acabam achando que podem usar a qualquer momento esse tipo de citação com recuo para que o texto não seja acusado de plágio.

Há uma certa quantidade de citações diretas que são permitidas em publicações científicas, e, dessa forma, caso extrapolemos, muito provavelmente teremos que converter esses trechos em citações indiretas para que possam permanecer no texto.

O mais comum é que 20% do seu texto seja construído com base em citações diretas, porém, esse percentual é relativo à cada contexto.

Existem áreas como a engenharia e a saúde que não costumam aceitar bem esse tipo de citação.

Essa quantidade é estipulada pois caso haja mais citações diretas, entende-se que você não está produzindo um texto, mas sim reunindo uma série de trechos, sem qualquer tipo de reflexão sobre eles, o que faz com que o seu texto não obedeça o que estamos chamando de rigor científico.

Você estará, apenas, fazendo um compilado de ideias e não produzindo conhecimento, o que faz com que o seu texto não tenha relevância, pois não propõe uma nova discussão sobre o assunto que está sendo investigado.

No caso de leis, a formatação é a mesma: caso possuam três linhas admitem uma formatação, e, caso, contrário, aciona-se o recuo.

Entretanto, existem programas de mestrado e doutorado que não admitem citações diretas. Analise sempre as recomendações do seu programa para evitar certos problemas.

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