Compreendendo as variáveis que perpassam pelo salário de um docente universitário: o que você precisa saber sobre o salário

Olá, tudo bem? Em nosso post de hoje iremos discutir sobre as variáveis relacionadas às informações salariais disponibilizadas pelos sites que apresentam dados sobre o salário de um docente universitário. Como ressaltamos na parte um, há três eixos que devemos considerar: a quantidade de horas dedicadas, a classe, o nível e a titulação. A primeira coisa que devemos reiterar é que o professor faz parte de um sindicato (o SINPRO). No caso de São Paulo, nós temos o SINPRO SP. Assim sendo, cada estado, a partir do seu sindicato, irá apontar qual é a média salarial paga a esses professores universitários que integram esse estado em específico. Dito isso, podemos analisar essas informações. Em primeiro lugar, aparece o nome da instituição e, em seguida, os valores pagos por categorias, isto é, a um graduado, a um especialista, a um mestre e a um doutor. Os valores variam bastante. Esses valores correspondem à hora-aula.

As escolhas das instituições

Como sabemos, cada uma dessas categorias está atrelada a um valor específico. É papel das instituições filiadas ao SINPRO inserir os valores a serem pagos para os professores de cada uma dessas categorias. Há um valor base a ser pago, porém, questões como a dedicação, exclusividade e nivelamento interferem nesse valor base. É importante que você verifique se esses dados estão atualizados. A nossa última consulta foi feita em três de junho de dois mil e vinte e um, quinta-feira. Os valores, hoje, começam com R $30,00 para cada hora-aula ministrada. Contudo, esse valor é pago para aqueles professores no nível da graduação. Entretanto, essa não é uma regra, pois já vimos alguns editais frisando que são pagos R $18,00 para cada hora-aula ministrada. Embora haja essas variações, o documento é interessante para compreendermos essas diferenças salariais.

O professor-graduado

Comecemos a interpretar os dados relacionados ao professor apenas graduado. Os valores são relativos. Há instituições que pagam cerca de R$ 30,00 para essa hora-aula, outras, por sua vez, como as Faculdades Integradas Rio Branco, pagam R$ 50,00; a FMU paga R$ 34,00; a Faculdade Anhanguera, R$ 37,00, dentre outras possibilidades. Entretanto, você irá listar que uma faculdade pode não estar listada, e, nesse caso, é muito provável que ela não contrata apenas graduados. Além disso, há uma cota que a universidade pode ter de professores graduados, especialistas, mestres e doutores. Contudo, algumas dessas instituições podem não aceitar graduados, mesmo que haja um teto que a permite. Por exemplo, se a FGV contratar um profissional graduado para que ministre uma disciplina específica, ela pagará R$ 30,00 a hora-aula, como atesta o documento do sindicato.

Os especialistas recebem o mesmo salário que um graduado?

No caso da FGV, que é uma instituição bastante conhecida, esta não lista um valor diferenciado a ser pago ao professor especialista. Nesse caso, o valor é o mesmo destinado ao professor graduado, de R$ 30,00 a hora-aula. De acordo com o documento, a FGV paga, aos seus mestres, o valor de R$ 152,00 a hora-aula. Assim, matematicamente, uma hora-aula de um professor mestre equivale a cinco horas-aula trabalhadas pelo professor graduado. A ESPM, por sua vez, contrata apenas mestres e doutores. Paga cerca de R$ 114,12 a hora-aula para um mestre e R$ 139,51 a hora-aula para um doutor. A INSPER, por sua vez, paga, aos mestres e doutores, o mesmo valor, que é o de R$ 165,00 (com diferença de poucos centavos a mais para o professor doutor para cada hora-aula trabalhada).

As regras das instituições

Embora haja um padrão, acabamos notando que cada instituição pode estabelecer os seus próprios parâmetros para pagarem os seus graduados e especialistas (caso aceitem) e os seus mestres e doutores. No caso da FGV, a diferença entre as categorias é muito grande, visto que paga-se R$ 30,00 aos professores graduados e especialistas e R$ 152,14 aos professores mestres (e, possivelmente, doutores também). Por outro lado, como é o caso da INSPER, professores graduados e especialistas não são contratados e a diferença entre o valor pago aos mestres e doutores é pequena, de poucos centavos. A Mackenzie, por sua vez, possui uma variação interessante a nossa discussão. Ela não contrata graduados, mas paga aos seus professores especialistas o valor de R$ 61,39 para cada hora-aula; R$ 79,03 para os professores mestres; e R$ 83,35 para os professores doutores. Os dados são bastante relativos.

Interpretando um pouco mais os dados do sindicato

Iremos apresentar mais alguns exemplos. A Fundação Cásper Líbero não contra professores graduados ou especialistas, mas paga, aos seus mestres, o valor de R$ 71,90 para cada hora-aula trabalhada e o valor de R$ 66,75 para os professores doutores. Aqui acontece um fenômeno interessante: os professores mestres possuem um salário superior ao dos professores doutores. No caso da Faculdade São Judas, aceita-se apenas mestres e doutores e o salário para a hora aula, que é o de R$ 66,05, é o mesmo para os dois níveis. A FAPCOM, por sua vez, obedece a lógica, de modo que paga R$ 65,00 aos seus professores mestres e o valor de R$ 82,00 aos seus professores doutores. Há os casos de instituições que pagam bem os professores graduados, como é o caso da UNINOVE. O valor pago aos graduados é de R$ 43,65 para cada hora-aula; R$ 62,50 para os mestres e R$ 51,65 para os doutores.

As variações e a impossibilidade de serem levadas como regras à risca

Conforme os dados aqui apresentados, nota-se que os valores mudam muito, de modo que, em algumas instituições, há uma clara preferência pelos mestres, sendo que esses são mais bem pagos que os doutores. Aspectos regionais influenciam em muito no estabelecimento desse valor para cada um dos níveis. Há casos em que os doutores recebem um valor bem menor, que é o caso da Faculdade Drummond, em que recebem o valor de R$ 29,40, inferior a alguns salários pagos aos graduados e especialistas, que possuem uma titulação inferior, de acordo com a cátedra acadêmica. Esses dados desmistificam a ideia de que precisamos ser doutores para que possamos receber um bom salário. Em alguns casos, na verdade, é melhor ser um professor especialista ou um mestre do que um doutor em termos salariais. Há aquelas que pagam o mesmo valor para todos os níveis, como as Faculdades Sumaré.

Os graduados que recebem mais que doutores

Da mesma forma que há casos em que professores graduados sequer são admitidos, há outros em que recebem mais do que quaisquer outros. Na Faculdade Anhanguera Educacional, o professor-doutor é o que recebe menos, R$ 29,00 pela sua hora-aula. Os professores-especialistas recebem R$ 30,29 por essa hora-aula e os graduados são os que mais se destacam, sendo pagos R$ 35,00. Estamos apresentando dados sobre a região sudeste, especificamente sobre as instituições públicas e privadas de São Paulo, porém, você também encontra dados sobre as instituições de sua região/estado. Apresentamos, até aqui, os dados sobre as instituições particulares. Nesse momento, acreditamos que é ideal discutirmos sobre os concursos públicos a fim de que entendamos como esses professores são pagos, considerando os três níveis sobre os quais já conversamos na parte um.

A docência no contexto público – universidades municipais, estaduais e federais

Há sites que nos apresentam os concursos públicos que estão abertos em todas as regiões de nosso país. O documento primordial que você precisará levar em consideração é o edital. Indicamos o PCI Concursos. Há alguns filtros que você pode acionar. Você pode optar pelos concursos disponíveis em todo o país ou escolher uma região específica (norte, nordeste, sul, sudeste e centro-oeste). Se você quiser afunilar ainda mais esse filtro, logo abaixo das regiões há os estados (as suas siglas). Selecionamos, novamente, a região sudeste (São Paulo), que é onde nos encontramos. Há alguns concursos em aberto nesse momento que utilizaremos como exemplo. Em primeiro lugar, menciona-se o nome da instituição que está com o concurso aberto neste momento. Em segundo, logo ao lado, há a quantidade de vagas, a classe do professor a ser contratado, a titulação exigida e a hora-aula. Por fim, há o período da inscrição.

Interpretando os dados de concursos públicos para professores

O primeiro exemplo é o da ESALQ – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queirós da USP. As inscrições poderiam ter sido feitas até o dia cinco de junho de dois mil e vinte e um, porém, verifique, sempre, se a data para inscrição não foi prorrogada, pois é algo que acontece com frequência. Há, nesse caso, vaga para apenas um professor. O salário a ser pago é no valor de R$ 1.918, 72 e esse profissional será contratado como Professor Contratado do Tipo III. Pede-se apenas que esse profissional tenha um curso de nível superior. Se você clicar nesse exemplo, será redimensionado para o edital equivalente a esse concurso específico. Leia todas as informações, pois lá constam os documentos que precisará apresentar, datas importantes, a área de atuação exigida, as disciplinas que irá ministrar, dentre outras informações importantes. Analise a jornada. Aqui, é de doze horas semanais.

Analise as informações dos editais

Algo interessante que você deve analisar em um edital é a validade dessa contratação, pois nem todos são contratados como professores titulares, de modo que esse vínculo tem um prazo. O interessante, nesse primeiro exemplo, é que esse vínculo pode ser prolongado, visto que o edital garante essa possibilidade. Um outro exemplo que podemos apresentar é o da ETEC. Ela encontra-se espalhada por todo o estado. Diferentemente do primeiro exemplo, em que há um contrato que estipula que serão pagos R$ 1.900,00 para que esse professor ministre aulas por doze horas semanais, no caso da ETEC, esse valor é estipulado por hora-aula. O vínculo lá é até o ano de 2022, porém, o mesmo não se aplica aqui. Paga-se, aqui, o valor de R$ 18,35 para a hora-aula. As inscrições podem ser feitas até 11/06/2021 e o professor irá ministrar aulas no Ensino Médio e Técnico. Requer-se que ele tenha formação em um curso superior.

Regras internas de cada instituição

Embora aqui não haja uma quantidade de aulas estipuladas, professores da ETEC não podem ultrapassar a carga mensal de 200 horas-aula. Para cada aula prestada, enquanto o vínculo tiver validade, receberá o valor de R$ 18,35. É importante que você verifique quais são as áreas voltadas a este edital, visto que cada ETEC pode estar precisando de professores de uma ou mais áreas específicas. Nesse caso, abrimos o edital da ETEC que admite professores de Língua Portuguesa e Literatura e Química (ambos para o Ensino Médio), bem como procura-se por professores que ministrem a disciplina de Gestão de Transportes, no curso de Logística, que integra o Ensino Técnico. Aqui, exige-se que o professor tenha a partir de dezoito anos e que tenha realizado um curso superior de licenciatura, com habilitação equivalente à área na qual pretende atuar. A contratação é de um ano, mas pode ser prorrogada.

Explorando possibilidades de outras regiões

Os editais no estado do Acre possuem outras possibilidades para este momento. Comecemos com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFAC). As inscrições deveriam ter sido feitas até 05/06/2021 (mas pode ser prorrogado). Paga-se, aos professores, o valor de R$ 5.786,68. Há duas vagas disponíveis. Os professores contratados são substitutos, de modo que o vínculo não é efetivo. O outro edital aberto é destinado à contratação de professores para a Universidade Federal do Acre. As inscrições podem ser feitas até 10/06/2021. Os professores também serão contratados como substitutos e o valor a ser pago é o de R$ 3.130, 85. No caso do IFAC, busca-se docentes nas áreas de Sociologia e Letras – Inglês.

A graduação deve ser equivalente a essas duas áreas específicas. Exige-se que esses professores a serem contratados dediquem-se à instituição por quarenta horas semanais. O valor a ser pago varia de R$ 3.126,31 a R$ 5.786,68. Acrescenta-se o valor de R$ 458,00 para o auxílio-alimentação e o de R$ 321,00 para o vale-transporte. Há, também, uma vaga para professor titular na Universidade Federal do Amazonas, em que paga-se o valor de R$ 20.530,01. As inscrições começam em 08/06/2021 e irão até 09/07/2021. Assim, podemos concluir que cada edital possui as suas próprias especificidades e exigências. A seleção de um professor titular não é a mesma que a de um substituto, pois é mais complexa. Consulte sempre o edital.