REVISTACIENTIFICAMULTIDISCIPLINARNUCLEODOCONHECIMENTO

Revista Científica Multidisciplinar

Pesquisar nos:
Filter by Categorias
Administração
Administração Naval
Agronomia
Arquitetura
Arte
Biologia
Ciência da Computação
Ciência da Religião
Ciências Aeronáuticas
Ciências Sociais
Comunicação
Contabilidade
Educação
Educação Física
Engenharia Agrícola
Engenharia Ambiental
Engenharia Civil
Engenharia da Computação
Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica
Engenharia Mecânica
Engenharia Química
Ética
Filosofia
Física
Gastronomia
Geografia
História
Lei
Letras
Literatura
Marketing
Matemática
Meio Ambiente
Meteorologia
Nutrição
Odontologia
Pedagogia
Psicologia
Química
Saúde
Sem categoria
Sociologia
Tecnologia
Teologia
Turismo
Veterinária
Zootecnia
Pesquisar por:
Selecionar todos
Autores
Palavras-Chave
Comentários
Anexos / Arquivos

O Papel Do Enfermeiro Obstetra Em Uma Maternidade E Centro De Parto Normal

RC: 23754
2.105
4.7/5 - (8 votes)
DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/maternidade

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SOUSA, Francisco Danúbio Timbó [1], SOUSA, Ana Lúcia Pereira Martins [2]

SOUSA, Francisco Danúbio Timbó. SOUSA, Ana Lúcia Pereira Martins. O Papel Do Enfermeiro Obstetra Em Uma Maternidade E Centro De Parto Normal. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 12, Vol. 03, pp. 74-105 Dezembro de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

A Enfermagem Obstétrica tem uma importante atuação nos países que reduziram a mortalidade materna e fetal. Este resultado foi consequência da assistência dos enfermeiros obstetras durante a gestação e os períodos do parto. Percebe-se que a atuação do enfermeiro obstetra é de fundamental importância para a obtenção de bons resultados, pois estes respeitam a fisiologia do trabalho de parto e prestam uma assistência com o mínimo de intervenções e maiores possibilidades de partos espontâneos. O presente estudo teve como objetivos verificar o papel do enfermeiro obstetra em uma Maternidade e CPN, caracterizar o perfil dos profissionais, conhecer as ações realizadas, identificar as dificuldades no cotidiano e verificar o grau de satisfação no ambiente de trabalho. Tratou-se de uma pesquisa do tipo exploratória, com abordagem qualitativa que teve como público alvo os enfermeiros obstetras da Maternidade Dr. Francisco Soares Costa e CPN do Hospital São Lucas em Crateús, Ceará. A coleta dos dados ocorreu no mês de fevereiro de 2017 através de um questionário. Os resultados apontam que os enfermeiros obstetras realizam uma assistência conforme preconiza a legislação, existe uma boa quantidade de profissionais com a qualificação necessária, todos prestam cuidados assistenciais, relatam dificuldades no cotidiano e estão satisfeitos com o ambiente de trabalho.

Palavras-chaves: Parto Normal, Obstetrícia, Enfermagem.

INTRODUÇÃO

A gravidez é um período muito especial e marcante na vida da mulher, acarretado de mudanças fisiológicas e psicológicas com reflexo direto na sua vida pessoal, social e familiar e traz como consequências a apreciação de emoções fortes (PEREIRA, 2014).

Segundo Giovanni (2014), o parto é um evento natural e fisiológico da mulher, e que em decorrência dos anos passou por mudanças no contexto social e cultural. Afirma também que não existiam métodos para minimizar a dor, e nem tampouco à prática de exercícios para favorecer o trabalho de parto e a assistência profissional com base no conhecimento científico não eram os mais apropriados em razão da falta de estudos relevantes sobre o assunto.

No decorrer dos anos, a partir do início do século passado, o parto que antes ocorria de forma natural passou a ser realizado de forma invasiva e intervencionista pelos médicos através de um procedimento cirúrgico denominado “Cesariana”. Os procedimentos invasivos eram considerados pelos médicos como uma forma de amenizar a dor e o sofrimento sentido pelas gestantes durante o parto, o que era um grande problema para as mulheres. Em virtude disso as mulheres optaram cada vez mais por fazer procedimentos invasivos, aumentando as cirurgias realizadas (FERREIRA; MACHADO; MESQUITA, 2014).

Malheiros et al (2012), afirma que a história do parto e nascimento passa por modificações progressivas durante toda a história e que desde a introdução das parteiras ocorreram mudanças em decorrência do desenvolvimento e aplicação de tecnologias na medicina fazendo com que o parto fosse considerado um procedimento cirúrgico realizado por médicos no ambiente hospitalar.

Diante do contexto apresentado sobre o parto normal observou-se que a enfermagem obstétrica, através da participação do enfermeiro obstetra, surgiria como uma nova maneira de humanizar o parto normal. O COFEN (2016) atribui ao enfermeiro obstetra a competência de acolher a mulher, avaliar as condições clínicas e obstétricas (materna e fetal), promover um modelo de assistência ao parto e nascimento, ofertar métodos não farmacológicos de alívio da dor, promover a liberdade de posição no parto, preservação da integridade perineal, promover contato mãe e recém-nascido, incentivar o aleitamento materno e respeitar às questões étnicas e culturais da mulher e familiares.

Prata, Progianti e Pereira (2010), afirmam que desde 1990 o Ministério da Saúde incentiva a inclusão do enfermeiro obstetra na assistência ao parto nos hospitais, promovendo condições favoráveis para que eles lutem pela implantação e desenvolvimento das práticas humanizadas de saúde.

O Ministério da Saúde optou por novas formas de humanizar o parto normal, e através da portaria nº 1.459/2011 institui a Rede Cegonha, e esta dispõe das seguintes propostas: reduzir a mortalidade materna e a violência obstétrica; reduzir a baixa qualidade da atenção prestada ao parto e nascimento; assegurar o direito ao planejamento sexual e reprodutivo; humanizar o pré-natal, o parto e puerpério; atenção humanizada ao abortamento; nascimento seguro e acompanhamento até os dois anos de idade assegurando o crescimento e desenvolvimento (BRASIL, 2012b).

Enquanto acadêmico de enfermagem, por ocasião da realização dos estágios da disciplina de Saúde da Mulher, vivenciei que a realidade no que se refere à assistência ao parto era bem diferente antes da implementação da Rede Cegonha, pois não havia uma assistência adequada a gestante o que prejudicava a humanização do parto normal. As mulheres em trabalho de parto ficavam em uma enfermaria coletiva e eram encaminhadas ao centro obstétrico que ficava dentro do centro cirúrgico. Este local ficava bem distante da maternidade, não existia a presença de acompanhante, ficavam em dieta zero, não podiam deambular, bem como escolher a posição que desejasse para o parto, o parto acontecia em posição litotômica e não havia a presença de enfermeiro obstetra.

Em outro momento, durante o estágio supervisionado, vivenciei outra realidade completamente diferente do que foi citado anteriormente, sendo perceptível as mudanças, pois um novo modelo de assistência ao parto e nascimento estava sendo implementado nesta instituição.

Dentre as inovações percebidas destaca-se: o acolhimento com classificação de risco, assistência qualificada e humanizada tendo a mulher como protagonista do processo de parto, livre escolha de acompanhante durante todo o período que permanecer na maternidade e Centro de Parto Normal, liberdade de escolha da posição para o parto, oferta de líquidos e acesso a utilização de métodos não farmacológicos de alívio da dor. A gestante também dispõe de uma assistência bem diferenciada, pois existe a presença do enfermeiro obstetra que durante 24 horas acompanha integralmente o trabalho de parto de risco habitual desde a admissão até a alta hospitalar.

Portanto, com base nas informações citadas, surgem às seguintes questões inquisitivas: Qual o papel do enfermeiro obstetra em uma maternidade e Centro de Parto Normal? Quais as dificuldades encontradas por estes? Qual o seu grau de satisfação?

O presente estudo mostrou o papel do enfermeiro obstetra na assistência à mulher nos períodos do parto, justificado pelo fato de que o parto humanizado é bem visto pelas políticas públicas de saúde e estas enfatizam que os profissionais devem estimular e proporcionar condições favoráveis ao parto normal, com o mínimo de intervenções possíveis.

Entende-se que o papel do enfermeiro obstetra, conforme a literatura pesquisada, é de fundamental importância para a implementação do PAISM nos princípios do Humaniza SUS, assim este estudo se reveste de relevância social e acadêmica validando ou refutando os pressupostos aqui mencionados.

Espera-se que os dados obtidos do presente estudo possam contribuir para que a sociedade e os gestores tenham uma melhor compreensão sobre a assistência dos enfermeiros obstetras durante os períodos de parto, fornecendo elementos que possibilitem a instituição aprimorar cada vez mais a assistência prestada às gestantes garantindo um cuidado mais humanizado e servir de base para novos estudos visando um maior aprofundamento sobre o novo modelo de assistência do parto e nascimento.

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Verificar o papel do enfermeiro obstetra em uma maternidade e CPN.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Caracterizar o perfil dos enfermeiros obstetras;
  • Conhecer as ações realizadas pelo enfermeiro obstetra na assistência ao trabalho de parto, parto e puerpério imediato;
  • Identificar as dificuldades enfrentadas pelo enfermeiro obstetra no cotidiano;
  • Verificar o grau de satisfação do enfermeiro obstetra no ambiente de trabalho.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 A CONTRIBUIÇÃO DAS PARTEIRAS NA ASSISTÊNCIA AO PARTO NORMAL

O partejar é uma arte histórica da nossa humanidade, sendo considerado por muitos anos como uma atividade exclusivamente feminina, pois era realizado exclusivamente pelas parteiras que também eram responsáveis por cuidar do corpo da mulher e dos recém-nascidos. As parteiras eram detentoras de uma sabedoria popular sobre a mulher gravida (lendas e crendices) associando o seu saber à natureza. Por muitos anos as mulheres em trabalho de parto recebiam ajuda das parteiras (BRASIL, 2010a).

As parteiras são personagens históricas, oriundas das vivências das histórias de mulheres e do feminismo, que de certo modo adquiriram “status” nas últimas décadas. São responsáveis e detentoras de um dos processos vitais mais importantes de todas as diferentes sociedades modernas. Passaram a ser apreciadas, principalmente na zona rural e locais de difícil acesso, sendo que sobre elas, recai certa estigmatização e despreparo profissional resultante de séculos de higienismo. As Parteiras possuem diversos nomes (mulheres que atendem outras mulheres, curiosas, comadres, santas, bruxas, etc.), sendo que todos revelam uma importante confiança nos locais onde elas vivem (TORNQUIST, 2012).

Gomes (2013), afirma que a parteira tradicional era uma mulher que vivia em uma comunidade, prestava assistência ao parto domiciliar (o que lhe gerava reconhecimento de todos os moradores da comunidade), podia exercer o cargo de conselheira e curadora, prestava assistência social na comunidade e possuía todo o conhecimento adquirido sobre o parto através das experiências vividas.

Nas primeiras décadas do século XIX, os partos normais com algum tipo de complicação eram realizados com exclusividade no domicilio da parturiente, pois as parteiras eram vistas como símbolo de afetividade, respeito e confiança e apenas em casos extremos é que as gestantes recorriam aos hospitais. Havia dois tipos de parteiras: as ocasionais que realizavam poucos partos durante toda a sua vida e as de ofício que possuíam experiência e competência para resolver casos que hoje são considerados difíceis para a medicina (ARAÚJO, 2015).

Gomes (2013), explica que na metade do século XIX, as parteiras são inseridas no sistema de saúde sendo responsáveis pelo parto normal fazendo com que os médicos ficassem em situação contraria a elas. No século XX, em consequência da expansão tecnológica nos serviços de saúde privilegiar as grandes capitais com assistência especializada de medicina e enfermagem, as parteiras continuaram sendo responsáveis pelo parto nos locais que não foram favorecidos por esse tipo de assistência.

Ribeiro et al (2013), afirma que a assistência ao parto, historicamente, era prestada e desenvolvida por parteiras tradicionais que tinham o domínio do conhecimento técnico, porém não possuíam o conhecimento científico.

Conforme Pinheiro (2013), o conhecimento técnico das parteiras ocorria a partir da transmissão de experiências repassadas de geração em geração e relacionadas com processo de cuidar e curar.

As parteiras tradicionais possuem conhecimento empírico e prático e sabem como amparar a mãe e o bebê no momento do nascimento prestando o devido cuidado e dedicação. O seu conhecimento é guardado na sua memória sendo comprovado através das histórias de cada novo nascimento de um filho e que serão contadas e repassadas pelas pessoas da comunidade (CRUZ; VIEIRA, 2015).

3.2 O PAPEL DO ENFERMEIRO OBSTETRA NA ASSISTÊNCIA AO PARTO NORMAL

O Enfermeiro Obstetra é o profissional habilitado para realizar o parto normal sem distócia, possuindo habilidades e competências aliadas a uma segurança técnica e científica, cabendo a ele compreender todas as dimensões do processo de parto. Possui uma formação com base na ética humana e científica voltada para a prestação dos cuidados assistenciais junto à parturiente, sendo menos técnico e mais humano (DANTAS; SILVA; SILVA, 2015).

Conforme Rosa (2016), na assistência ao parto a atuação do enfermeiro obstetra é a mais apropriada, pois estes respeitam toda a fisiologia do trabalho de parto e prestam uma maior assistência às gestantes de risco habitual, gerando menos intervenções e maiores possibilidades de partos espontâneos. Os países que reduziram a mortalidade materna e fetal tiveram uma atuação bastante significativa da enfermagem obstétrica.

Como forma de viabilizar a implantação das práticas obstétricas na enfermagem brasileira, muitas enfermeiras capacitadas, e em 1998 o Ministério da Saúde publicou duas portarias regulamentando a assistência obstétrica das enfermeiras: Portaria n° 2815/98 que incluía na tabela do Sistema de Informações Hospitalares os procedimentos para o parto normal sem distócia realizados por enfermeiras obstétricas e a Portaria GM n° 163/98 que regulamenta a realização do parto normal sem distócia por enfermeira obstétrica nas Organizações de Saúde Públicas do SUS (CAMACHO; PROGIANTI, 2013).

A enfermagem obstétrica é cada vez mais incentivada pelas políticas públicas de saúde, e estas têm como objetivos principais uma melhoria nas condições de parto e nascimento, diminuição das cesáreas, menos intervenções no nascimento e diminuição da mortalidade materna e neonatal. As conseqüências do incentivo das políticas de saúde são as ofertas dos cursos de especialização em enfermagem obstétrica, as residências e as multiprofissionais em saúde. As políticas públicas de saúde reconhecem que o enfermeiro obstetra é um profissional estrategista, pois este promove as articulações entre gestores de saúde e profissionais de saúde. (COSTA, 2015).

Nas regiões onde não se dispõe de uma boa oferta de médicos os enfermeiros obstetras tem sido de extrema importância no acompanhamento pré-natal das gestantes. Estes realizam um conjunto de cuidados, procedimentos e orientações no pré-natal e auxiliando na redução da mortalidade materna (SANTOS; MATÃO, 2015).

É através de uma organização da rede de serviços de saúde que se alcança a qualidade na assistência da enfermagem obstétrica. As gestantes, parturientes, recém-nascido e as puérperas têm que receber o devido atendimento, o que reduzirá os agravos das complicações da gravidez, parto e puerpério. As redes de atenção devem proporcionar o atendimento integral à mãe e seu bebê, evitando a peregrinação desnecessária, e em caso de transferência, esta será realizada em transporte seguro, com garantia de vaga e acolhimento na unidade de referência. A assistência obstétrica deve ser reflexiva sobre o processo de trabalho tendo como base o atual modelo de assistência ao nascimento com seus resultados maternos e perinatais (BRASIL, 2014).

3.3 O SENTIDO DO PARTO HUMANIZADO

A palavra “Humanizar” significa estar atento às condições e as necessidades das outras pessoas. Para uma verdadeira humanização do parto é necessário um adequado preparo da mulher durante a gestação, o qual se inicia durante o pré-natal, sendo necessário sensibilizar e motivar os profissionais a prestar informações as gestantes desde as mais simples as mais complexas trabalhando o corpo e a mente da mulher. No parto a mulher deve ser acompanhada por profissionais capacitados com boa qualificação e experiência. A humanização é importante para as pacientes e os profissionais de saúde devem estar preparados para proceder a compreensão desse momento de vida das mulheres (SILVA, et al., 2015).

Gomes et al (2014), explica que o momento do parto é importante na vida das mulheres, sendo que ocorre uma intensa emoção, e que este apresenta resultados com efeitos importantes e que persistem sobre a sociedade. A valorização do parto humanizado é importante para o aumento da autonomia e do poder de decisão das mulheres, formando uma junção entre estas e os profissionais de saúde, gerando uma relação mais solidária com resultados efetivos para uma boa evolução do trabalho de parto e saúde das mulheres e das crianças.

O parto normal humanizado tem diversas vantagens se comparado ao parto cesariano, sendo justificado pelos seguintes fatores: o corpo da mulher é preparado fisiologicamente para esse evento, a recuperação é mais bem mais rápida e os riscos de hematomas e de infecções são menores tanto para mãe como para o bebê (DIAS, et al., 2016).

Segundo Soares (2015), a orientação no pré-natal é o primeiro caminho para a humanização do parto e os grupos de educação perinatal são ambientes que promovem a saúde integral, individual e coletiva das gestantes. Os grupos de educação são locais onde ocorre a troca de informações das gestantes sobre o conhecimento adquirido com suas experiências vividas. É importante proporcionar a atenção humanizada através de tecnologias leves, proporcionando vínculos entre profissionais e gestantes. A gestante tem autonomia e participa das ações de cuidado sendo importante a sua participação nos grupos de educação perinatal.

Embora o termo “humanizar” faça parte das políticas de saúde, este possui diversos entendimentos e formas de percepção dependendo da posição em que a pessoa se encontra inserida no contexto social. Este termo possui também um questionamento bem amplo no que diz respeito às práticas de saúde que abusam das intervenções, sendo que estas são consideradas desumanas em razão de não preservarem a fisiologia e o apoio emocional na atenção em saúde (GOMES et al., 2014).

3.4 CONHECENDO A REDE CEGONHA

O parto era um evento ocorrido e compartilhado na esfera familiar, porém com a evolução tecnológica este passou a fazer parte exclusiva dos procedimentos hospitalares, desvalorizando a autonomia da mulher e transferindo ao médico o poder sobre o corpo da sua paciente. Diante dessa desvalorização da autonomia da mulher o governo cria programas e políticas que visam à humanização dos cuidados e redução as taxas de morbimortalidade materna e infantil (SARGES; PEDROSO; LÓPEZ, 2014).

Em 30 de dezembro de 2010, o Ministério da Saúde institui as Redes de Atenção à Saúde (RAS) e estabelecem diretrizes no âmbito do SUS que visam promover a integração das ações e serviços dos sistemas de saúde (BRASIL, 2010b).

A partir de 2011, O Ministério da Saúde estruturou e iniciou a implantação das seguintes RAS: Rede Cegonha (atenção à gestante e à criança até 24 meses), Rede de Atenção às Urgências e Emergências, Rede de Atenção Psicossocial, Rede de Atenção às Doenças e Condições Crônicas e Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência (GIOVANNI, 2014).

A Rede Cegonha surgiu da necessidade de medidas que assegurassem a gestante um melhor acesso e qualidade do acompanhamento pré-natal, parto, puerpério e assistência à criança e encontra amparo legal através da portaria 4279/10 que autoriza a criação das RAS (BRASIL, 2010b).

Considerada como uma rede de cuidados (instituída no SUS através da portaria 1459/11), a RC assegura à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e atenção humanizada durante todo o ciclo gravídico-puerperal. Assegura também o direito da criança ao nascimento seguro, crescimento e ao desenvolvimento saudável (BRASIL, 2011).

A principal finalidade da RC é estruturar e organizar a atenção à saúde materno-infantil no país e será implantada em todo território nacional, respeitando critérios epidemiológicos, taxa de mortalidade infantil, razão da mortalidade materna e densidade populacional (BRASIL, 2012b).

Com base em um modelo organizacional, a RC busca uma qualificação na atenção e gestão materno-infantil em todo Brasil. Possui incentivos técnicos e financiamento para as mudanças do modelo obstétrico e neonatal. Agrega diretrizes de humanização, dos quais destacamos: o acolhimento com classificação de Risco, cogestão, assegurar o acompanhante de livre escolha da gestante, preservação e defesa dos direitos sexuais e reprodutivos, abrangência do cuidado com a criança até dois anos de idade, mudanças no modelo de gestão da rede materno-infantil com indução financeira, implantação de CPN e Casas de Gestantes, Bebê e Puérpera (BRASIL, 2014).

A Rede Cegonha tem quatro componentes básicos para sua existência, a saber: o pré-natal, parto e nascimento, puerpério e Sistema Logístico (transporte Sanitário e regulação). Dispõe das modalidades de Adesão Regional – para o Distrito Federal e o conjunto de municípios da região de saúde priorizada na CIB, conforme critérios da Portaria GM/MS nº 2.351/2011, Adesão Facilitada – para os municípios que não pertencem à região de saúde priorizada na Comissão Intergestora Bipartite (CIB) e que não aderiram ao Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (PMAQ) e Adesão Integrada – para os municípios com adesão ao PMAQ que estão previstos ou não na adesão regional (BRASIL, 2011).

4. METODOLOGIA

4.1 TIPO DE PESQUISA E ABORDAGEM

Tratou-se de um estudo do tipo exploratório, cuja abordagem é qualitativa, mostrando a realidade dos fatos a partir da observação e a coleta de dados o qual foi realizado diretamente no ambiente em que os fatos acontecem.

A pesquisa do tipo exploratória nos proporciona uma maior familiaridade com o problema abordado, tendo em vista que os problemas se tornam mais explícitos e possibilitando a construção de hipóteses (GIL, 2010).

A Pesquisa Qualitativa é aquela cujo ambiente natural é a principal fonte de coleta de dados e tem o pesquisador como o principal instrumento de pesquisa. Os dados coletados são descritivos e o pesquisador verifica como um determinado problema influência nas atividades diárias das pessoas (MONTEIRO, 2016).

4.2 ESPAÇO DA PESQUISA

Os dados da pesquisa foram coletados na Maternidade Dr. Francisco Soares Costa e Centro de Parto Normal (CPN) do Hospital São Lucas (HSL) que se encontra sob administração da Sociedade Beneficente São Camilo (SBSC), sendo também integrante da Rede Cegonha e atendendo pelo SUS, com localização à Rua Ubaldino Souto Maior, n° 1052, Centro, Crateús- CE.

A maternidade Dr. Francisco Soares Costa dispõe de 22 leitos (alojamento conjunto) e Centro de Parto Normal intra hospitalar, onde são realizados os partos vaginais de risco habitual pelos enfermeiros obstetras e os partos normais de alto risco pelo médico obstetra com o apoio dos enfermeiros obstetras.

O Centro de Parto Normal dispõe de 05 quartos PPP’s (pré-parto, parto e pós-parto), ambientes confortáveis de acordo com o que é preconizado pela RDC 36/2008 e com amplo espaço para deambulação das parturientes. Dispõe também em sua área externa de recursos que auxiliam na evolução do parto e métodos não-farmacológicos para alivio da dor (banco obstétrico, bola suíça, chuveiro, cavalinho obstétrico e escada de Ling). O Hospital São Lucas é um hospital-pólo de médio porte e atende gestantes e parturientes de onze municípios da 15ª CRES.

4.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA

Os participantes do presente estudo foram os sete enfermeiros obstetras que atuam na Maternidade e CPN do Hospital São Lucas em Crateús – CE, e que aceitaram participar da pesquisa. Os mesmos tiveram nomes fictícios de pedras preciosas, a saber: Jade, Onix, Opala, Pérola, Quartzo, Rubi e Topázio.

Foram incluídos todos os enfermeiros que atuam nestes setores há, no mínimo um mês. Serão excluídos os que tiverem menos de um mês que atuam nestes setores.

4.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

O período de realização da coleta de dados junto aos participantes foi no mês de fevereiro de 2017. O instrumento de coleta de dados desta pesquisa foi um questionário semiestruturado que foi elaborado pelo pesquisador, em conformidade com os objetivos da pesquisa.

O questionário é um instrumento que, quando bem elaborado e com qualidade, torna-se um pré-requisito para se validar as conclusões de um estudo (CHOR, et al., 2013).

4.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Os dados coletados foram analisados e interpretados por meio do método de análise temática, onde o conceito central é o tema, e discutidos de acordo com literatura pertinente.

A partir dessa análise podemos agregar inúmeras relações que podem ser graficamente expressadas e apresentadas por meio de uma palavra, frase ou resumo.

Trabalhar com análise temática é descobrir os núcleos de sentido que compõem a comunicação, de modo que quando se verifica a presença ou frequência de aparição (repetição), estas podem significar alguma coisa para o objetivo escolhido (MINAYO, 2010).

4.6 PRINCÍPIOS ÉTICOS

O presente estudo foi encaminhado e analisado junto ao Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Princesa do Oeste, e contou com Termo de Consentimento Livre a Esclarecido, respeitando o que preconiza a Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que diz respeito à pesquisa com seres humanos.

Aprovado o estudo pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres Humanos da Faculdade Princesa do Oeste através do parecer favorável n° 0074/2017 (Anexo A) e autorizado pelo diretor administrativo do Hospital São Lucas através do Termo de Anuência (Anexo B), realizou-se a coleta de dados da pesquisa.

Os profissionais que aceitaram participar do estudo assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido no qual informa os objetivos do estudo, assegurando o direito à privacidade, sigilo, acesso aos dados, e liberdade de se retirar a qualquer momento da pesquisa, caso convenha. Para garantir o anonimato dos participantes estes receberam nomes fictícios de pedras preciosas.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Apresentam-se neste capítulo os resultados da coleta de dados e as respectivas discussões que tiveram base teórica na literatura pesquisada e relacionada com as temáticas abordadas. As informações colhidas estão organizadas em tópicos e obedecem à ordem das fases da coleta de dados da pesquisa.

5.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA

Os participantes do estudo foram os enfermeiros obstetras que atuam profissionalmente na Maternidade e Centro de Parto Normal do Hospital São Lucas, administrado pela Sociedade Beneficente São Camilo, integrante da Rede Cegonha, localizado à Rua Ubaldino Souto Maior, n° 1052, Centro, Crateús – CE.

Atualmente trabalham na Maternidade e Centro de Parto Normal do Hospital São Lucas sete enfermeiros, sendo três homens e quatro mulheres (tabela 01).

TABELA 01 – Caracterização por sexo dos Enfermeiros Obstetras da Maternidade e/ou CPN do HSL.

Masculino Feminino Total
3 4 7

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

O COFEN (2016), através da Resolução n° 0516 de 27 de junho de 2016, não estabelece normas sobre a quantidade dos profissionais que devem atuar como enfermeiro generalista ou enfermeiro especialista nos locais onde ocorrem o parto, no entanto afirma que é necessário qualificação para a prática obstétrica com comprovação através de diploma ou certificado expedido por órgão competente.

Ressalta-se que todos os entrevistados são enfermeiros que possuem especialização em Obstetrícia sendo comprovado através de documentação especifica. Atualmente um dos entrevistados é mestrando em Saúde Pública.

Nenhum dos entrevistados se apresenta na faixa etária de 20 a 25 anos de idade. Apresentam-se um homem e uma mulher na faixa etária dos 26 a 31 anos e dois homens e três mulheres na faixa etária de 32 a 35 anos de idade. Todos os entrevistados se encontram em uma faixa etária de 26 a 35 anos de idade. Os homens apresentam idade entre 29 e 35 anos e as mulheres entre 26 e 34 anos de idade (Tabela 02).

TABELA 02 – Caracterização por idade dos Enfermeiros Obstetras da Maternidade e/ou CPN do HSL.

Idade Quantidade de Homens Quantidade de Mulheres Total
20 a 25 0 0 0
26 a 31 1 1 2
32 a 35 2 3 5
Total 3 4 7

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Costa et al (2013) afirma que, na atualidade existe uma maior prevalência de profissionais mais jovens atuando nas políticas públicas de saúde, sendo justificada por mudanças na grade curricular dos cursos de graduação. Ressalta que a formação em saúde tem priorizado a capacitação profissional para atender as reais demandas dos serviços de saúde.

O tempo de formação profissional dos entrevistados varia entre 02 a 12 anos. Cinco dos participantes se apresentam entre 01 a 05 anos, sendo três homens e duas mulheres. Entre 06 e 10 anos se apresentam uma mulher e entre 11 e 15 anos um homem. Ressalta-se que não se apresentam no presente estudo profissionais com tempo de formação acima de 16 anos. (Tabela 03).

TABELA 03 – Caracterização por tempo de formação dos Enfermeiros Obstetras da maternidade e/ou CPN do HSL.

Tempo Homens Mulheres Total
01 a 05 anos 3 2 5
06 a 10 anos 0 1 1
11 a 15 anos 0 1 1
Acima de 16 anos 0 0 0
Total 3 4 7

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Machado et al (2016) afirma que, a enfermagem passa por um processo de rejuvenescimento, e que uma onde boa parte dos profissionais são jovens. Refere também que nos últimos anos os jovens tiveram uma maior oferta de cursos de enfermagem. Firmino et al (2016) diz que, o MS valoriza os profissionais e reconhece a sua formação e sempre disponibiliza cursos de capacitação.

O tempo de serviço na instituição oscila entre 04 meses e 06 anos. Dois homens e uma mulher se apresentam entre 01 mês até 01 ano, um homem e duas mulheres se apresentam entre 02 a 05 anos, uma mulher entre 06 e 10 anos e nenhum entrevistado acima de 11 anos. Ressalta-se que tanto o que tem menos tempo, quanto o que tem mais tempo de serviço na instituição é do sexo feminino (tabela 04).

TABELA 04 – Caracterização dos Enfermeiros Obstetras por tempo de serviço na Maternidade e/ou CPN do HSL.

Tempo Homens Mulheres Total
01 mês até 01 ano 2 1 3
02 a 05 anos 1 2 3
06 a 10 anos 0 1 1
Acima de 11 anos 0 0 0
Total 3 4 7

Fonte: Elaborado pelo próprio autor.

Machado et al (2016) afirma que, os trabalhadores fazem carreira na área de atuação e permanecem por um bom tempo em um mesmo local de trabalho tem maiores possibilidades de serem bons profissionais e consequentemente terem uma ascensão profissional.

5.2 EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS PELOS ENFERMEIROS OBSTETRAS NO COTIDIANO

As descrições dos enfermeiros obstetras acerca da autonomia profissional e a assistência oferecida à gestante durante a permanência destas na Maternidade e CPN, revelaram que estes dispõem de condições suficientes para o exercício de sua função. Diversas atitudes foram citadas no tocante a assistência, autonomia profissional, dificuldades vivenciadas no cotidiano, relação inter-profissional, satisfação profissional, direito de opinião e sugestão de melhoria no ambiente de trabalho.

A maioria dos Enfermeiros Obstetras informou que dispõe de autonomia para exercer suas atribuições na Maternidade e CPN. Os depoimentos relatam que o Enfermeiro obstetra dispõe e oferece uma assistência de enfermagem humanizada.

A análise minuciosa das falas revela o quanto é importante que o enfermeiro obstetra tenha autonomia no seu ambiente de trabalho e identificou-se que estes estão satisfeitos em exercer suas atividades no ambiente de trabalho e que existe uma boa relação entre todos os profissionais da equipe. Observa-se também que o enfermeiro obstetra atua em grande escala na assistência ao parto normal de risco habitual.

O conteúdo qualitativo desta pesquisa foi investigado a partir dos questionamentos subjetivos que foram aplicados aos enfermeiros obstetras. Tais questionamentos apresentam-se divididos em categorias, que são apresentadas a seguir:

CATEGORIA A: AÇÕES PRESTADAS PELO ENFERMEIRO OBSTETRA NA MATERNIDADE E CPN

Conforme a legislação brasileira, o enfermeiro obstetra desenvolve diversas atribuições que vão desde o acolhimento até a alta hospitalar. Perguntado aos participantes sobre qual o tipo de assistência estes prestavam na Maternidade e CPN, obteve-se os seguintes relatos nas falas a seguir:

Jade – “Na CPN enquanto Enfermeira Obstetra realizo assistência ao trabalho de parto e parto de risco habitual. E na maternidade realizo assistência a mulher com intercorrências no pré-natal e pós-parto”.

Onix – “Assistência a gestante, ao RN e seus familiares”.

Pérola – “Assistência ao pré-parto, parto humanizado e puerpério imediato, além da assistência ao RN”.

As falas dos participantes deste estudo nos mostram que o Enfermeiro Obstetra, no âmbito da Maternidade e CPN, presta um trabalho assistencial voltado para o pré-parto, parto e pós-parto imediato e aos cuidados com a saúde da mulher e do RN. Mostra-se que os enfermeiros desempenham apenas atividades assistenciais nos locais pesquisados, destacando-se que eles não relataram em suas falas a presença de atividades gerenciais.

Para Oliveira et al (2014), os cuidados assistenciais devem ser completados com as atividades gerenciais, pois a união destes melhora a qualidade dos cuidados de enfermagem prestados a mulher e ao recém-nascido. O Ministério da Saúde vem produzindo políticas públicas de saúde visando novos modelos de organização dos serviços de saúde e novas formas de cuidado, dos quais se destaca o modelo da “Governança” cuja finalidade é dar autonomia, controle e autoridade aos enfermeiros sobre a prática de enfermagem nos serviços de saúde com o objetivo de melhorar a qualidade assistencial prestada aos seus usuários.

CATEGORIA B: DIFICULDADES VIVENCIADAS ENQUANTO ENFERMEIRO OBSTETRA

Sabe-se que o Enfermeiro Obstetra é um profissional que dispõe de conhecimento cientifico e habilidade técnica para conduzir a assistência à gestante durante o ciclo gravídico-puerperal. Quando questionados sobre as dificuldades vivenciadas obteve-se as seguintes repostas:

Jade – “Enquanto enfermeira Obstetra encontro a dificuldade em desmistificar da mulher a via de parto cesáreo para o parto vaginal”.

Topázio – “A grande demanda de gestantes que a maternidade recebe”.

Rubi – “A falta de leitos, falha no sistema de regulação de pacientes e intercorrências com desfecho não favorável”.

Quartzo – “[…] a condução de um trabalho de parto tranquilo para as pacientes que tiveram um pré-natal de baixo esclarecimento e qualidade.

Todos os entrevistados alegaram dificuldades sofridas na atuação obstétrica, deixando bem claro a presença de dificuldades que se tornam grandes problemas e acabam interferindo na autonomia e liberdade para a tomada de decisão do profissional envolvido. Observa-se que os problemas que foram descritos nas falas acima citadas, interferiram e dificultaram de uma forma direta a assistência ao parto.

Conforme Souza et al (2016), os enfermeiros obstetras vivenciam no contexto atual inúmeras dificuldades na vida profissional, dentre elas podemos destacar: falência do SUS, insatisfação profissional, atividades burocráticas em excesso, carência de concurso público para o cargo de Enfermeiro Obstetra, relacionamento entre os clientes e o enfermeiro, não aceitação de alguns membros da equipe com relação à mão-de-obra do Enfermeiro Obstetra e falta de habilidade com o serviço (justificado pelo aumento da hospitalização, elevação do número de cesarianas e tecnologias incorporadas aos serviços de enfermagem).

CATEGORIA C: DIREITO DE OPINAR E/OU REIVINDICAR NO AMBIENTE DE TRABALHO

Aos participantes deste estudo perguntou-se se estes tinham o direito de expor as suas idéias e/ou reivindicar por aquilo que fosse conveniente para a melhoria de sua atuação profissional no local de trabalho, podendo ser comprovado nas falas a seguir:

Jade – “Sim, existe uma boa comunicação entre os profissionais e existe sim um compartilhamento de idéias”.

Topázio – “Quando foi implantado a Rede Cegonha tudo foi construído junto com toda a equipe dentro dos erros e acertos”.

Pérola – “Temos uma relação de hierarquia, onde as opiniões são respeitadas e colocadas em debate.”

Onix – “Somos uma equipe, onde as sugestões são ouvidas e bem aceitas, somos unidos, somos uma família”.

Os entrevistados em sua totalidade responderam que sim, afirmando que o enfermeiro obstetra tem o direito de opinar e/ou reivindicar respeitado e preservado no setor em que atuam.

Santos (2016), afirma que, no passado a enfermagem obstétrica passou por momentos não favoráveis onde o Enfermeiro Obstetra não tinha condições de exercer suas atribuições no parto com risco habitual. Já no presente, observa-se o reconhecimento profissional e o investimento das políticas públicas de saúde na enfermagem obstétrica, valorizando cada vez mais a presença do Enfermeiro Obstetra nos locais onde ocorre o parto. Ressaltando ainda que algumas dificuldades podem surgir ao longo da história.

As estratégias de saúde buscam promover a humanização do parto, e tem como principal agente de promoção o Enfermeiro obstetra. Porém é público e notório que no contexto obstétrico que vivenciamos, muitas são as barreiras que precisam ser quebradas para realmente se promover um parto humanizado (BRASIL, 2014).

CATEGORIA D: IMPEDIMENTO DE EXERCER A PROFISSÃO DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO

Sabemos que o enfermeiro obstetra se depara em seu cotidiano com diversas situações favoráveis ou desfavoráveis ao exercício da sua profissão conforme preconizado pela legislação. Os participantes foram questionados se durante o dia-a-dia, no ambiente de trabalho, já ocorreu alguma situação onde eles tenham sofrido algum tipo de impedimento que afetasse o seu exercício profissional em conformidade com a lei. Os participantes mencionaram as seguintes respostas transcritas nas falas a seguir:

Rubi – “Sim. Quando a paciente não aceita a conduta de acordo com o preconizado”.

Jade – “Não. O serviço na maternidade e no Centro de parto Normal é realizado conforme nossa legislação”.

Quartzo – “Não. Na Rede Cegonha apenas os Enfermeiros Obstetras podem estar inseridos no setor maternidade para atuação da enfermagem. É um programa que oferece mais liberdade ao enfermeiro”.

A maioria das respostas afirma que não, confirmando que o Enfermeiro Obstetra não é impedido de exercer as suas atividades conforme preconiza a legislação brasileira. Porém, um dos entrevistados relatou que a não aceitação das pacientes as condutas que podem ser realizadas durante a permanência destas na Maternidade ou CPN, pode impedir a utilização dos protocolos de enfermagem conforme a lei.

O COFEN (2016), através da Resolução 516 de 27 de junho de 2016 afirma que, ao Enfermeiro Obstetra compete a assistência às gestantes, parturientes, puérperas e recém-nascidos nos Centros de Parto Normal e demais locais onde ocorra essa assistência. É preconizado que o Enfermeiro Obstetra é o profissional responsável pelo acolhimento, avaliação das condições de saúde (materna e fetal) e assistência a mulher e RN respeitando às questões éticas e culturais e em conformidade com a Lei.

Percebe-se que o Enfermeiro Obstetra é um profissional que detém de responsabilidade para gerenciar diversas situações no seu ambiente de trabalho, baseando-se em normas, rotinas, protocolos, instrumentos administrativos e regimento interno, todos estes relacionados à assistência
de enfermagem à mulher e recém-nascido.

Ressalta-se que o Enfermeiro Obstetra precisa ser bastante atuante nas suas atribuições e também nas atribuições sob sua supervisão, cumprindo a legislação do exercício profissional de enfermagem e zelando pelo Código de Ética dos Profissionais da Enfermagem.

CATEGORIA E: RELACIONAMENTO INTER-PROFISSIONAL ENTRE OS ENFERMEIROS E OS DEMAIS MEMBROS DA EQUIPE

Dentre os fatores que são determinantes e condicionantes para uma boa assistência de enfermagem no ambiente de trabalho, destacamos o relacionamento inter-profissional entre todos os membros da equipe. Tal relacionamento é descrito nas falas a seguir:

Pérola – “Relação respeitosa, de equipe”.

Opala – “[…] uma equipe unida, onde os enfermeiros e demais profissionais ajudam uns aos outros”.

Jade – “Existe uma boa relação entre os enfermeiros, médicos e técnicos de enfermagem, o trabalho é feito em equipe”.

Topázio – “Com a implantação da Rede Cegonha, toda equipe trabalha em sintonia, dentro das normas, rotinas e protocolos da maternidade, com isso ocorre uma troca de conhecimentos”.

Quartzo – “Considero muito satisfatória […] nos comportamos assiduamente na assistência as nossas pacientes, onde consideramos todas as opiniões dos profissionais que ali estão, de valiosa ferramenta para a otimização do serviço”.

Nos discursos dos entrevistados não se percebe nenhum tipo de problema que afete o relacionamento no ambiente de trabalho e no cotidiano entre a equipe de enfermagem e os demais profissionais que compõem o setor. Existe uma convivência respeitosa e harmoniosa entre profissionais, contribuindo para uma melhora significante das ações de humanização do parto tornando ainda melhor o momento no qual a gestante se encontra inserida.

A inserção do enfermeiro na obstetrícia é de grande importância, pois através dos seus conhecimentos que são compartilhados entre os profissionais atuantes na área, é que se proporciona uma melhor assistência a gestante. O Enfermeiro Obstetra é reconhecido por sua capacidade de oferecer e prestar uma assistência mais humanizada, transmitindo autonomia, conforto e segurança à gestante. Tal reconhecimento deve surgir tanto dos próprios profissionais de enfermagem quanto dos demais profissionais envolvidos na Maternidade e CPN e teria como resultado uma redução dos conflitos inter-profissionais e melhoras nas práticas de humanização do parto (JÚNIOR, et al., 2015).

CATEGORIA F: SATISFAÇÃO DO ENFERMEIRO OBSTETRA NO AMBIENTE DE TRABALHO

Perguntou-se aos entrevistados se estes estavam satisfeitos em ser enfermeiro obstetra no ambiente de trabalho, e obtiveram-se as seguintes respostas:

Topázio – “Sim. É um trabalho realizado com amor, muitas vezes cansativo e não “reconhecido”. Acho que falta educação em saúde nos PSF’s para que todos entendam o nosso trabalho”.

Opala – “Sim. Gosto do que faço, trabalho com pessoas ótimas, ambiente higienizado, estrutura adequada e equipamentos que suprem a necessidade”.

Onix – “Sim. Somos bem reconhecidos e bem remunerados, temos hoje uma assistência bem reconhecida no ambiente.

Rubi – “Sim, pois presto todos os cuidados conforme o preconizado e faço esse cuidado com humanização e amor.

As respostas para a pergunta de satisfação mostraram que todos estão satisfeitos em atuar como enfermeiro obstetra na Maternidade e CPN do Hospital São Lucas. Uma das características principais para este resultado é que a maternidade do HSL está agregada a Rede Cegonha e os profissionais trabalham de acordo com os protocolos que visam uma assistência padronizada durante o ciclo gravídico-puerperal, e como consequência o profissional sente satisfação em contribuir para a melhoria do serviço.

A satisfação profissional é associada com a qualidade da atuação dos trabalhadores nos serviços de saúde, e tem como fatores as relações entre a satisfação e insatisfação no trabalho com a segurança, qualidade da assistência prestada ao paciente, rotatividade, estresse, saúde do profissional, contexto familiar e qualidade de vida (RECH; LIMA, 2015).

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados deste estudo apresentaram aspectos que nos norteiam sobre o papel do enfermeiro obstetra em uma Maternidade e CPN caracterizar o perfil dos profissionais, conhecendo as ações realizadas por estes na assistência as fases do parto, identificando as dificuldades enfrentadas no cotidiano e verificando o grau de satisfação no ambiente de trabalho.

Observa-se que existe um número bem significante de profissionais, sendo que as mulheres prevalecem em idade, quantidade e maior tempo de serviço. Todos prestam apenas os cuidados assistenciais e relataram dificuldades no cotidiano. Os entrevistados, em unanimidade, se apresentam satisfeitos com o ambiente de trabalho, são respeitados e atuam em conformidade com a legislação.

Ressalta-se que ocorrem algumas dificuldades que fogem da competência dos enfermeiros obstetras das quais se destacam nas transcrições dos entrevistados a superlotação dos hospitais e a ineficácia do sistema de regulação como os principais problemas enfrentados.

Destaca-se através da literatura pesquisada que o enfermeiro obstetra é um agente de promoção do parto humanizado e por melhor que sejam as condições oferecidas para a sua atuação, estes enfrentam dificuldades na atualidade.

Por fim conclui-se que esta pesquisa é de grande importância para o meio acadêmico, cientifico, social e cultural, pois abrange toda a sociedade de um modo geral em virtude de uma a temática bastante atual (Rede Cegonha, Parto Humanizado e Enfermagem Obstétrica). Além de ser um assunto bastante contemporâneo, o parto humanizado é considerado um tema importante para se desenvolver novas formas de abordagem à gestante e ao recém-nascido.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, A. S. D. O Saber das Parteiras: Uma Arqueologia no Alto Purus. 2015.

BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n°466, de 12 de dezembro de 2012. Aprova diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União, Brasília, 2012a.

______. Ministério da Saúde. Humanização do parto e do nascimento / Ministério da Saúde. Universidade Estadual do Ceará. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 465 p.: il. (Cadernos Humaniza SUS; v. 4).

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Parto e nascimento domiciliar assistidos por parteiras tradicionais: o Programa Trabalhando com Parteiras Tradicionais e experiências exemplares / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010a.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Portaria nº 1.459 de 29 de junho de 2011. Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde, a Rede Cegonha. Diário Oficial da União, Brasília, 2011.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União, Brasília, 2010b.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Rede Cegonha. Brasília: Departamento de Atenção Básica, 2012b. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_redecegonha.php>. Acesso em: 02 mar. 2016.

CAMACHO, K. G.; PROGIANTI, J. M. A transformação da prática obstétrica das enfermeiras na assistência ao parto humanizado. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 15, n. 3, p. 646-53, 2013.

CHOR, D.; ALVES, M. G. D. M.; GIATTI, L.; CADE, N. V.; NUNES, M. A.; MOLINA, M. D. C. B.; FONSECA, M. D. J. M. D. Questionário do ELSA-Brasil: desafios na elaboração de instrumento multidimensional. Revista de Saúde Pública, v. 47, n. suppl 2, p. 27-36, 2013.

COFEN. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução nº 0516 de 27 de junho de 2016. Normatiza a atuação e a responsabilidade do Enfermeiro, Enfermeiro Obstetra e Obstetriz na assistência às gestantes, parturientes, puérperas e recém-nascidos nos Serviços de Obstetrícia, Centros de Parto Normal e/ou Casas de Parto e outros locais onde ocorra essa assistência; estabelece critérios para registro de títulos de Enfermeiro Obstetra e Obstetriz no âmbito do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 2016.

COSTA, M. C. M. D. Configurando o modelo da prática do cuidado do enfermeiro obstetra à mulher no parto hospitalar: revelando contradições e possibilidades. 2015.

COSTA, S. D. M.; PRADO, M. C. M.; ANDRADE, T. N.; ARAÚJO, E. P. P.; SOUZA, W. J. D. S.; RODRIGUES, C. A. Q. Perfil do profissional de nível superior nas equipes da Estratégia Saúde da Família em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, v. 8, n. 27, p. 90-96, 2013.

CRUZ, C. H. C.; VIEIRA, M. S. As parteiras, o partejar e a noção de pessoa em Ribeira da Barca, Cabo Verde. Civitas-Revista de Ciências Sociais, v. 15, n. 2, p. 40-58, 2015.

DANTAS, J. D. C.; SILVA, J. A. D.; SILVA, D. A. D. O. Atuação do enfermeiro obstetra na assistência à parturiente: percepções do profissional. 2015.

DIAS, E. G.; MONÇÃO, P. R.; CERQUEIRA, N. C.; SOUZA, M. A. S. Assistência de Enfermagem no parto normal em um hospital público de Espinosa, Minas Gerais, sob a ótica da puérpera. Revista Interdisciplinar, v. 9, n. 2, p. 38-48, 2016.

FIRMINO, A. A.; MORAES, M. C.; NASCIMENTO, P. E. A.; PAIVA, S. M. A.; SILVEIRA, C. A. ATUAÇÃO DE ENFERMEIROS NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM UM MUNICÍPIO DE MINAS GERAIS. Saúde (Santa Maria), v. 42, n. 1, p. 49-58, 2016.

FERREIRA, K. M.; MACHADO, L. V.; MESQUITA, M. D. A. HUMANIZAÇÃO DO PARTO NORMAL: UMA REVISÃO DE LITERATURA/HUMANIZATION NORMAL CHILD BIRTH: A REVIEW OF LITERATURE. Saúde em Foco, v. 1, n. 2, p. 134-148, 2014.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5° edição, São Paulo: Atlas, 2010.

GIOVANNI, M. D. Rede Cegonha: da concepção à implantação. 2014.

GOMES, A. R. M.; PONTES, D. D. S.; PEREIRA, C. C. A.; BRASIL, A. D. O. M.; MORAES, L. D. C. A. Assistência de enfermagem obstétrica na humanização do parto normal. Revista Científica de Enfermagem-RECIEN, v. 4, n. 11, 2014.

GOMES, L. O parto realizado por parteiras: uma revisão integrativa. Enfermería Global, n. 30, p. 494, 2013.

JÚNIOR, A. R. F.; MAKUCH, M. Y.; OSIS, M. J. M. D.; BARROS, N. F. D. PERCEPÇÕES DE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM SOBRE A HUMANIZAÇÃO EM OBSTETRÍCIA. SANARE-Revista de Políticas Públicas, v. 14, n. 2, 2015.

MACHADO, M. H.; WERMELINGER, M.; VIEIRA, M.; OLIVEIRA, E. D.; LEMOS, W.; FILHO, W. A.; BARBOSA, C. ASPECTOS GERAIS DA FORMAÇÃO DA ENFERMAGEM: O PERFIL DA FORMAÇÃO DOS ENFERMEIROS TÉCNICOS E AUXILIARES. Enfermagem em Foco, v. 7, n. ESP, p. 15-34, 2016.

MALHEIROS, P. A.; ALVES, V. H.; RANGEL, T. S. A.; VARGENS, O. M. D. C. Parto e nascimento: saberes e práticas humanizadas. Texto and Contexto Enfermagem, v. 21, n. 2, p. 329, 2012.

MINAYO, M. C. de S. O Desafio do conhecimento pesquisa qualitativa em saúde. 12° edição, São Paulo: Hucitec, 2010.

MONTEIRO, R. C. Pesquisa qualitativa como opção metodológica. Pro-Posições, v. 2, n. 2, p. 27-35, 2016.

OLIVEIRA, R. J. T. D.; COPELLI, F. H. D.; PESTANA, A. L.; SANTOS, J. L. G. D.; GREGÓRIO, V. R. P.; ERDMANN, A. L. Condições intervenientes à governança da prática de enfermagem no centro obstétrico. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 35, n. 1, p. 47-54, 2014.

PEREIRA, A. R. D. A. S. Vivência da Gravidez e Importância Atribuída pelas Mães à Consulta de Enfermagem: Um Estudo de Caso numa Unidade de Saúde Familiar. Escola Superior de Saúde Instituto Politécnico de Viana do Castelo, p. 28, 2014.

PINHEIRO, R. D. S. Ensino da reanimação neonatal para parteiras tradicionais do aprendizado à prática nas Regiões Norte e Nordeste do Brasil. 2013.

PRATA, J. A.; PROGIANTI, J. M.; PEREIRA, A. L. D. F. O contexto brasileiro de inserção das enfermeiras na assistência ao parto humanizado. Rev. enferm. UERJ, v. 20, n. 1, p. 105-110, 2012.

RECH, R. A.; LIMA T. L. T. D. Satisfação e Insatisfação no trabalho de profissionais de enfermagem da oncologia do Brasil e Portugal. Texto & Contexto Enfermagem, v. 24, n. 4, p. 925-933, 2015.

RIBEIRO, M. A.; FERREIRA, A. G. N.; DIAS, L. K. S.; NETO, X.; GUIMARÃES, F. R.; FERREIRA, J. G. N.; RIBEIRO, M. M. Humanização do parto e nascimento: acolher a parturiente na perspectiva dialógica de Paulo Freire. 2013.

ROSA, M. L. Laceração perineal e enfermagem obstétrica: um estudo de revisão integrativa. 2016.

SANTOS, F. A. P. S. D. Autonomia do enfermeiro obstetra na assistência ao parto de risco habitual. 2016.

SANTOS, W. C. L. B.; MATÃO, M. E. L. A Assistência de Enfermagem Obstétrica na Prevenção da Mortalidade Materna. Ensaios e Ciência: C. Biológicas, Agrárias e da Saúde, v. 18, n. 2, 2015.

SARGES, R. C.; PEDROSO, C. N. D. S,; LÓPEZ, L. C. Humanização do Parto: Caminhos para a Implantação de um Centro de Parto Normal em um Hospital de Porto Alegre-RS. Blucher Medical Proceedings, v. 1, n. 2, p. 91-91, 2014.

SILVA, D. C. D.; RODRIGUES, A. R. G. D. M.; PIMENTA, C. J. L.; LEITE, E. D. S. Perspectiva das puérperas sobre a assistência de enfermagem humanizada no parto normal. Revista Brasileira de Educação e Saúde, v. 5, n. 2, p. 50-56, 2015.

SOARES, M. L. A participação da mulher no processo decisório de seu parto. 2015.

SOUZA, E. B. D.; ROCHA, L. D. J.; WALDRIGUES, M. C.; VISENTIN, A. O PROCESSO DE TRABALHO DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA AO PARTO EM UMA MATERNIDADE DE CURITIBA-PR. Anais do EVINCI-UniBrasil, v. 1, n. 4, p. 1540-1561, 2016.

TORNQUIST, C. S. Parteiras populares: entre o folclore e a escuta. Revista Gênero, v. 6, n. 1, 2012.

[1] Graduação Em Enfermagem Pela Faculdade Princesa Do Oeste (Crateús – Ce); Especialização Em Saúde Pública Com Ênfase Em Saúde Da Família Pela Universidade Pitágoras Unopar (Londrina – Pr); Mba Gestão Em Saúde Pela Universidade Cândido Mendes (Rio De Janeiro – Rj); Licenciatura Em História Pelo Instituto Superior De Teologia Aplicada (Sobral – Ce).

[2] Acadêmica do 7° Semestre Do Curso De Bacharelado Em Serviço Social

Enviado: Março, 2018

Aprovado: Dezembro, 2018

4.7/5 - (8 votes)
Francisco Danúbio Timbó de Sousa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar por categoria…
Este anúncio ajuda a manter a Educação gratuita