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Fotobiomodulação, com laser de baixa intensidade, fotobiomodulação, nos músculos mastigatóriosmasseter e temporal para tratamento de bruxismo

RC: 20496
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CONTEÚDO

PACHECO, Juliano Abreu [1], SCHAPOCHNIK, Adriana [2]

PACHECO, Juliano Abreu. SCHAPOCHNIK, Adriana. Fotobiomodulação, com laser de baixa intensidade, fotobiomodulação, nos músculos mastigatóriosmasseter e temporal para tratamento de bruxismo. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 09, Vol. 07, pp. 114-120 Setembro de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

A etiologia das disfunções têmporo-mandibulares possui em uma das suas diversas origens, o Sistema Nervoso Central que desencadeia hábitos parafuncionais, alheios aos problemas periféricos, como a oclusão dentária. Dentre as DTMs, o bruxismo é uma patologia de difícil controle e tratamento devido aos fatores externos que funcionam como um fator psicossomático complicador que contribuem para a cronicidade do quadro. O intuito deste trabalho foi um estudo de caso de bruxismo (DTM) tratado de maneira associativa com Laser de Baixa Intensidade. Estudo de Caso: MATBS, 25 anos, sexo masculino, apresentou-se à clínica com dor em região de ATM bilateral e aumento da espessura muscular, em decorrência do bruxismo. O tratamento iniciou-se com confecção de placa miorelaxante. Já o tratamento extra oral foi composto do uso de Laser de Baixa Potência da Marca DMC com os seguintes parâmetros dosimétricos: potência 100mw, comprimento de onda 660nm, energia 3J, tempo 30segundos e exposição radiante de 105J/cm2. Foi aplicada a técnica pontual bilateral para diminuição do quadro álgico e inflamatório durante 20 sessões pontuando os músculos acometidos além da Técnica ILIB/ modificada por 30 minutos.

palavras-chave: Disfunção temporomandibular, Bruxismo, Laser de baixa intensidade, Fotobiomodulação e ILIB, Área do Conhecimento, Ciências da Saúde, Odontologia, Fonoaudiologia, Fisioterapia.

INTRODUÇÃO

Segundo autores (1) bruxismo é uma DTM (Disfunção Têmporo-Mandibular) que possui características multifatoriais e com desgastes oclusais severos, devendo o clínico estar atento aos diversos sinais e sintomas para um correto diagnóstico. Existem sinais que são peculiares destes pacientes, caracterizados pela hipertrofia muscular e a presença de desgaste nas bordas incisais nos dentes anteriores (1,5). Além destes, seriam também alertas primários para a presença do dano, as facetas dentais polidas, incremento da linha alba na mucosa jugal e edentações no bordo lateral da língua. Paciente também é alertado sobre certos ruídos durante o sono, decorrentes da atrição involuntária que o portador desconhece.

A disfunção geralmente vem acompanhada de alterações na movimentação da mandíbula e de vários ruídos articulares (6).O bruxismo é uma das causas da disfunção muscular facial que se caracteriza como um dos principais comportamentos parafuncionais mais permissivos que acometem ao indivíduo.Seu significado é derivado da palavra grega Bruchein, que significa apertamento, fricção ou atrito dos dentes entre si, sem finalidades funcionais (2). As contrações musculares nos pacientes que sofrem de bruxismo podem desenvolver forças pesadas, e causar diversos níveis de alterações em dentes, periodonto, músculos e DTM.

A disfunção temporomandibular ainda não possui uma etiologia definida, mas acredita-se que esteja relacionada às alterações oclusais, fatores psicológicos, hábitos parafuncionais, lesões traumáticas ou degenerativas da articulação temporomandibular, apertamento dos dentes diurno e noturno, mastigação unilateral, desarmonia do côndilo com o disco, apoio mandibular e alterações posturais (3,4).

Além dos problemas nocivos relacionados aos elementos dentários provocados pela DTM, o bruxismo atinge às estruturas adjacentes produzindo dores localizadas prolongadas, contrações isométricas, problemas articulares, cefaléia e hiperatividade dos grupos musculares envolvidos, principalmente no período da noite, devido à ausência dos mecanismos sensoriais protetores.

Nos materiais e métodos utilizados o protocolo odontológico proposto foi a utilização do Laser de Baixa Intensidade e Técnica ILIB (Intravascular Laser IrradiationofBlood). A avaliação constava da adaptação dos fatores citados em literatura (1,5).O paciente foi submetido a três sessões semanais, com duração de aproximadamente uma hora por período, totalizando vinte sessões. Na anamnese, o paciente apresentava a presença de fadiga muscular freqüente, dificuldade de concentração nos afazeres habituais, sonolência diurna, dores de cabeça idiopáticas, sensibilidade dentária, disfunções musculares, espessura do masseter em 8,7mm (LE) e 8,3mm (LD) por aferição manual (especímetro) na posição de repouso mandibular, travamento mandibular abrupto durante o sono, alterações de humor, limitação de abertura bucal e diminuição do desejo para atividades sociais.

Neste processo, causou notoriedade a segunda sessão, pois houve uma melhora na redução dos sintomas proferidos na anamnese. E esta resposta positiva se tornou um crescente com a relevante diminuição dos sinais e sintomas, conforme gráfico (Figura I). Após as dez primeiras intervenções houve um intervalo de 15 dias pré-acordado entre as partes, paciente-profissional, para repouso do tecido exposto à terapia.

Primeiramente foi feita a assepsia do local, através de álcool 70%/gaze estéril e logo em seguida a sinalização dos pontos faciais (Figura 1) bilateral, lápis atóxico, com o objetivo de atingir os músculos masseter e temporal, além da cápsula articular (Figura 3).

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Fonte: autor
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Fonte: autor

Figura 1- Marcações dos pontos faciais bilaterais

O Laser de Baixa Potência adotado para o caso foi da marca DMC, comprimento de onda laser vermelho: 660 nm ± 10 nm, potência útil emissor laser vermelho 100 mW ± 20 %, 3 Joules por 30 segundos em cada ponto, exposição radiante de 105J/cm2 (7 de cada lado) assinalado e 30 minutos de ILIB. Esta técnica ILIB foi executada com uma pulseira na artéria radial (Figura 2) que se localiza anatomicamente medial ao osso homônimo, próximo ao punho. Seu trajeto neste ponto é superficial e paralelo ao rádio, por isso é facilmente palpável entre o processo estilóide e o tendão do músculo flexor radial do carpo.

Após o término de cada sessão, foi avaliada a evolução dos sintomas, através de uma escala: 1 a 5 (dor) – com três itens: Melhora; sem alteração; Piora.

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Fonte: autor
https://meded.ucsd.edu/clinicalmed/extremities_normal_radial.jpg
Fonte: autor

Figura 2 / artéria radial – pulseira posicionadora ILIB

RELATO DE CASO

MATBS, 25 anos, sexo masculino, apresentou-se à clínica com dor em região da ATM bilateral e aumento da espessura muscular, em decorrência do bruxismo. O tratamento iniciou-se com confecção de placa miorrelaxante acrílica e ajuste oclusal. Já o tratamento extraoral foi composto do uso de laser de baixa potência (energia de 3J– 660 nanometros/ vermelho) em 14 pontos para diminuição do quadro álgico e inflamatório, sete pontos de cada lado. Foram executadas 20 sessões pontuando os músculos citados e técnica ILIB 30 minutos (Figura 4).

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Fonte: autor

Figura 3 / Músculos Temporal e Masseter / ATM

RESULTADOS

Após a segunda sessão, já houve a referida diminuição da dor e relaxamento profundo durante o sono noturno, além do desaparecimento da maioria dos sintomas iniciais ao término do primeiro ciclo (10 dias).

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Fonte: autor

Figura 4 / protocolo da laserterapia bilateral e ILIB

DISCUSSÃO

Segundo (7), o equilíbrio funcional da articulação têmporomandibular depende da sua condição biodinâmica em harmonia com as estruturas do sistema estomatognático (oclusão dentária, músculos da mastigação) e composições anatômicas músculo-articulares do crânio. O Laser de baixa intensidade está se transformando atualmente numa das terapias de função fotobiomoduladoramais inovadoras na reparação álgica e inflamatória. Os estudos iniciais estão condicionando às evidências científicas e clínicas satisfatórias, porém existem as correntes contraditórias (9), que entendem a eventual necessidade e aprofundamento na realização de pesquisas que envolvam esta inserção tecnológica no rol de soluções da saúde. Porém, pesquisas contemporâneas, que abordaram animais (10,11) e humanos (12), demonstraram efeitos positivos do laser sobre doenças inflamatórias na fase aguda e na fase crônica (13). Reportando ao paciente abordado neste (MATBS), foi visto que após a vigésima sessão ocorreu uma redução expressiva ântero-posterior do músculo masseter, segundo aferição mecânica com o especímetro (<1,5mm direito e esquerdo), aumento da amplitude da abertura bucal, redução das dores nas regiões da articulação temporomandibular e músculo temporal. Este quadro positivo refletiu numa melhora significativa do bem-estar geral do mesmo, com observações relevantes, dentre elas, o aumento da concentração no trabalho e diminuição de dores tensionais.

Segundo os estudos (8), observou-se que pacientes que possuíam dificuldades na abertura bucal, entre 41,35mm, após submetidos ao tratamento com o laser infravermelho (AsGaAl), esta abertura em média aumentou para 46,16mm. Ou seja, um ganho considerável de 4,81mm na extensão desta cápsula juncional (ATM).

O Laser é um recurso com capacidade de interação com tecidos biológicos, podendo desencadear efeitos bioenergéticos e proliferativos celulares e moleculares, cujos fotorreceptores primários estão localizados na cadeia respiratória 76 mitocondrial (14). Além disto, o estudo do caso clínico em questão, corrobora com o entendimento da literatura (15) que relata o efeito analgésico e anti-inflamatório, promovendo o relaxamento muscular.

CONCLUSÃO

Neste estudo de caso, há de se observar os resultados clínicos finais alinhavados peculiarmente aos autores referenciados neste. Conclui-se, portanto, que houve assertivamente uma melhora acentuada do quadro de saúde geral do paciente, devido à resposta satisfatória ao uso da Laserterapia com reduções significativas do quadro desta DTM, antes agudizada pelo bruxismo. Esta disfunção que induz às contrações isométricas da musculatura facial por longo período produziu excessos de forças que comprometeram as funções mastigatórias normais, causando uma desordem ampla citada outrora. Contudo, o protocolo das terapias associadas: mecanismo sensorial protetor (placa miorelaxante) e a Laserterapia, trouxeramresultados ao alívio da sintomatologia dolorosa

Fonte: autor

Figura I. Gráfico relatando a constante evolução.

na região das ATMs, diminuição da espessura muscular, além de promover o equilíbrio das forças musculares presentes.E o relato retratado neste estudo convergiu com a pesquisa conclusiva do estudioso Dorta et al (1997) (16) que tratou um grupo de pacientes com o protocolo de laser de baixa potência, do qual o grupo exposto a esta terapia apresentou maior diminuição da dor do que o grupo que não se submeteu a esta fototerapia, sustentada pelo exame de imagem, através da tomografia computadorizada de emissão monofotônica (SPECT) das ATMs envolvidas.

REFERÊNCIAS

1.Gimenes, M. C. M. Bruxismo aspectos clínicos e tratamentos. Artigo publicado na Jan.2008.Disponívelem www.portaleducação.com.br/odontologia/artigos/2008/bruxismo aspectos clínicos.Acesso em 22/04/2012.

2. Maciel, R.N. Oclusão e Articulação Temporomandibular: Procedimentos Clínicos. São Paulo: Santos, 1998.

3.Oliveira AS, Bermudez CC, Souza RA, Souza CMF, Dias EM, Castro CES, et al. Impacto da dor na vida de portadores de disfunção temporomandibular. J Appl Oral Sci. 2003; 11(2): 138-43. 3.

4.Souza LE, Junqueira LMB, Habib ALCMC, Costa ACB. Relação entre o estresse e as disfunções da atm nos alunos e professores da universidade católica de Petrópolis. Fisioter Bras. 2004; 5(5): 363-8.

5.Dekon, S. F. C; Pellizzer, E. P, et al. Reabilitação oral em paciente portador de parafunção severa. Revista Odontológica de Araçatuba, Jan/ Jul.2003, v. 24, n.1, p.54-59.

6.Tamaki, T. Articulação Temporomandibular: Noções de Interesse Protético. 2ed. São Paulo: Sarvier, 1981.

7. Leandro, LF; Nunes, LJ. Articulação diagnóstico e tratamento. São Paulo: Pancast, 2000.

8. Catão MHCV, Oliveira PS, Costa RO, Carneiro VSM, Rev. CEFAC, São Paulo, 12/07/2012.

9. Borsa PA, Larkin KA, True JM. Does phototherapy enhance skeletal muscle contractile function and postexercise recovery? J AthleTrain. (2013); 48(1):57-67.

10. Lopes-Martins RA, Marcos RL, Leonardo PS, et al. Effect of low-level laser (GaAlAs 655 nm) on skeletal muscle fatigue induced by electrical stimulation in rats. J ApplPhysiol. (2006); 101(1):283–88.

11. Sussai DA, Carvalho, PTC, Dourado DM, Belchior ACG, Reis, FA, Pereira DM. Lowlevel laser therapy attenuates creatine kinase levels and apoptosis during forced swimming in rats. Lasers Med Sci. (2010); 25(1):115-20.

12.Leal Junior EC, Lopes-Martins RA, Frigo L, Marchi T, Rossi RP, Godoi V, et al. Effects of low-level laser therapy (LLLT) in the development of exercise-induced skeletal muscle fatigue and changes in biochemical markers related to post-exercise recovery. J Orthop Sports PhysTher. (2010); 40:524-32.

13. Huang YY, Chen AC, Carroll JD, Hamblin MR. Biphasic dose response in low level light therapy. Dose Response (2009); 7(4):358-83.

14. Karu TI. Laser biostimulation: a photobiological phenomenon. J Photochem 135 Photobiol. (1989); 3:638-9.

15.Nunez, S.C.; Garcez, A.S.; Suzuki, S.S.; Ribeiro, M.S. Management of mouth opening in pacients with temporomandibular disorders through low-level laser therapy and transcutaneus electrical neural stimulation. Photomed Laser Surg., v.24, p.45-9, 2006.

16. DORTA, PM, et al. Evaluaciónmediante SPECT de la terapialáseren las artritistemporomandibulares. Rev CubanaOrtod; v.12, n.1; p.17-23; 1997.

[1] Odontólogo formado pelo Centro Educacional Don André ArcoVerde, Valença/RJ,Pós-Graduado em Implantodontia na USP, Ribeirão Preto/SP e Pós-Graduando em Odontologia Hospitalar no Hospital Albert Einstein, São Paulo/SP

[2] Fisioterapeuta formada pelo Centro Universitário São Camilo, São Paulo/SP, Especialista em Medicina Tradicional Chinesa e Mestranda em Biofotônica pela Uninove.

 

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Juliano Abreu Pacheco

2 respostas

  1. Justo o que estava procurando sobre a DMC Odontologia. Muito obrigada pelas informações sobre a DMC

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