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Leitura e Escrita na Educação de Jovens e Adultos na Rede Municipal do Município de Chapecó/SC

RC: 11498
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CONTEÚDO

LIMA, Terezinha Bazé de [1]

NASCIMENTO, Altair Antunes do [2]

LIMA, Terezinha Bazé de; NASCIMENTO, Altair Antunes do. Leitura e Escrita na Educação de Jovens e Adultos na Rede Municipal do Município de Chapecó/SC. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 08. Ano 02, Vol. 01. pp 184-192, Novembro de 2017. ISSN:2448-0959

RESUMO

Este artigo intitulado LEITURA E ESCRITA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: um estudo sobre a política de Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Município de Chapecó /SC, elaborado à luz de conceitos sobre a Educação Popular e princípios metodológicos dialéticos. A pesquisa realizou-se através de entrevistas, leituras e análises de documentos desta política de Educação Popular implementada pela Administração Popular do Município de Chapecó/SC, no período de Janeiro a Dezembro de 1999, voltando-se sobre os resultados da mesma na vida dos alunos e egressos, com destaque para a análise de sua participação em Organizações Comunitárias e sua contribuição para o Desenvolvimento Regional.  A investigação revelou que no contexto do estudo sobre a Educação Popular há uma multiplicidade de definições, isso decorre do processo histórico e da conjuntura específica de cada implementação dessa política. A diversidade de enfoques que se pode encontrar sobre Educação Popular não exclui os conceitos fundamentais sobre seu caráter político-pedagógico, transformador, democrático, processual, integral e sistemático. No que concerne à participação dos alunos e egressos em Organizações Comunitárias e sua contribuição para o Desenvolvimento Regional, constatou-se uma expressiva melhora na qualificação das atividades dessas organizações, tanto na organização quanto na conscientização política de seus integrantes. A participação dos alunos e egressos da EJA ampliou as atividades das Organizações Comunitárias, motivando-as a assumir novas responsabilidades sociais que antes ficavam exclusivamente a cargo do Estado. A atuação dessas organizações no contexto da promoção de políticas públicas promoveu a cidadania impulsionando o Desenvolvimento Regional.

Palavras- Chaves: Educação Popular, Organização Comunitária, Desenvolvimento Regional, Participação e Cidadania.

INTRODUÇÃO

Em 1999 a Secretaria de Educação apresentou um projeto, que no governo municipal de Chapecó/SC, iniciou-se um processo de inversão, de prioridades através da democratização de ações e dos espaços públicos municipais que há muito tempo a sociedade local carecia.

Um desses espaços que se democratizou, foi à escola que até então estava reduzida ao atendimento de crianças e adolescentes do Ensino Fundamental diurno. Para que a população jovem e adulta tivesse acesso à Educação formal numa nova perspectiva foi necessário o investimento do poder público em escolas, construindo salas, ampliando bibliotecas, alugando casas e também em profissionais qualificados. Para atender ao grande público excluído da escola formal, foi necessária abertura das escolas em outro turno.

As escolas municipais passaram a atuar durante o dia com a educação fundamental em ciclos de formação e à noite com a educação Fundamental supletiva em totalidades desconhecimento. Construiu-se nas escolas um debate em torno da conjuntura nacional, estadual e municipal. Refletiu-se sobre que país quer construir, esses questionamentos tinham como intenção uma educação voltada a discutir a realidade da população, com caráter crítico e conscientizado. Nesse contexto, a Educação Popular foi assumida pelos dirigentes comunitários, pelos profissionais da educação, pelos pais e alunos das comunidades como discussão educacional possível para ser implementado. O governo municipal concretizou esta ideia em 2005 pela secretaria de educação de Chapecó SC. Iniciou-se o debate em torno do plano político pedagógico e da criação de leis que garantissem a sua execução. Esses debates tomaram forma e se concretizaram na prática. Em março de 1998 a Educação de Jovens e Adultos (EJA), com os pressupostos, político metodológico da Educação Popular começou a receber alunos com o amplo apoio da comunidade na mobilização e sensibilização para participação diante dessa realidade, produzimos este trabalho de pesquisa sobre a Atuação dos alunos e egressos da Educação de Jovens e Adultos nas Organizações Comunitárias do Município de Chapecó/SC.

Através da escrita e leitura, este projeto visa integrar o aluno com a sociedade, na qual a sociedade não reduza os mesmos em códigos, e assim, compreendam que o conhecimento possa levar a uma formação positiva de sua imagem pessoal, e assim dirigir sua formação transversalmente a partir deste propósito.

Com propósito de capacitar os alunos, a escrever e ler de forma correta. Como professor nosso alvo é formar alunos capazes de ler e interpretar todas as matérias que circulam nos veículos de comunicação no dia a dia.  Aqui se inicia um trabalho e precisamos dar segurança aos nossoslunos para ser desenvolvido ao longo deste projeto.

“Sem aceitação e respeito por si mesmo não se pode aceitar e respeitar o outro, e sem aceitar o outro como legítimo outro na convivência, não há fenômeno social. Além disso, uma criança que não se aceita e se respeita não tem espaço de reflexão, porque está na contínua negação de si mês mãe na busca ansiosa do que não é e nem pode ser”. MATURANA (2001).

No contexto deste trabalho, serão abordados o principio da conduta ética, através de diálogo em sala de aula, com o foco de resgatar e valorizar o cidadão, na qual seu valor se perdeu ao longo dos anos, sendo banalizado da sociedade, perde-se a conduta ética de ser humano, caindo assim se decadência.

Com o objetivo de melhor entender a pesquisa optou por descritiva, na qual visa um entendimento melhor do problema apresentado. Através de entrevista com professores que atuam nesta área e vivenciam a prática no dia a dia fica melhor explanar o problema pesquisado. Este projeto foi desenvolvido na rede estadual e municipal, a fim de identificar o problema de aprendizagem de jovens e adultos e suas principais dificuldades.

1. REVISÃO DA LITERATURA

zendo uma reflexão sobre a escrita, entendemos que para o jovem ser alfabetizado não é memorizando e sim refletindo o processo da escrita. Com o passar do tempo ouve uma revolução conceitual e a escola deixou de lado suas práticas de ensino. Em uma sala de aula quando o professor solicita uma leitura ao aluno se sente coagido, uma grande verdade é que eles argumentam que não sabem escrever ou ler. Depende do esforço de nos professores mudar esta realidade, exercendo um papel fundamental que é mediando este receio em relação à escrita e a leitura (FERREIRO 2001).

Em um processo de aprendizagem a escola é o melhor caminho, então precisamos proporcionar ao educando uma intimidade melhor com a escrita e leitura. Desta maneira vamos analisar o problema e chagarmos ao um resultado positivo no final deste projeto. Com convicção que a pesquisa de dados é o melhor caminho para tornar o trabalho bem elaborado e com excelente resultado quando chegar ao seu final. Esta pesquisa será de suma importância para demostrarmos onde esta as dificuldades dos aprendizados e juntos vão sanar as mesmas, pois com trabalho e a dedicação de todos chegaremos ao um resultado positivo (CAGLIARI, 1982). O jovem/adulto vê o mundo letrado através da leitura, pois é uma aprendizagem social, antes de ir para escola aprendem em seu convívio social a comunicação da leitura através de propaganda e rótulos de embalagens. O letramento faz referencias aos aspectos sociais da apropriação da escrita, em varias áreas do conhecimento, pois é um conceito criado para referir-se aos usos da língua escrita em todo lugar (PCN, 2001). O professor além de ser letrado precisa ter conhecimento necessário para agir como um verdadeiro agente social, pois é um gestor de recursos e saberes, desta forma usara seu conhecimento para fazer o aluno refletir sobre a escrita e ganhar o gosto pela mesma. Para o aluno interagir com a leitura e escrita, não basta apenas ler e escrever é preciso ser capaz de não apenas decodificar sons e letras, mas entender os significados e uso das palavras em diferentes contextos (CARRANO, 2001, p 10). Ao trabalharmos com Jovens/ Adultos percebemos que o contato com a escrita desde sua infância é quase zero. Para isso a dificuldade de aprendizagem será bem maior do que aquele mantivera contato com a escrita desde pequeno. Para ser incluso no universo cultural o letramento é de suma importância, pois através dele podemos nos comunicar e integrar-se com as outras pessoas da sociedade. Passa a ter uma participação mais ativa no mercado de trabalho, discutindo ações e influenciando na tomada de decisões (CAGLIARI 1998, p 107). O caminho certo para formar pessoas sensíveis para as questões que afetam a todos e a grupos minoritários, para a prática da liberdade e para o exercício da cidadania.  Uma das vias para a ampliação do processo produtivo e desenvolvimento tecnológico do país.  Porque é o caminho para a mobilização social, sem a qual as mudanças não se viabilizam, a modernização não distribui seus frutos e não se superam as desigualdades e a exclusão. Essa perspectiva tem influenciado o desenho de políticas e o enfrentamento dos desafios que se avolumam no campo educacional brasileiro. Em especial, a Educação de Jovens e Adultos – EJA – constituiu-se, nos últimos anos, como um campo estratégico para fazer frente à exclusão e à desigualdade social e assumiu novos contornos, sendo vista como modalidade educativa que transborda os limites do processo de escolarização formal, que abarca aprendizagens realizadas em diversos âmbitos e ao longo de toda a vida, que se orienta para a inclusão de milhões de pessoas jovens e adultas que não puderam iniciar ou completar os estudos na educação básica (CAGLIARI 1982). Para que haja vinculação entre aluno e a escrita, professores tomam decisões importantes como; Respeitando as diferentes expressões de cada um. Através de diálogo deixando os alunos se expressar de diversas formas sem interferir. Escrever claramente para que eles possam entender e absorver o conhecimento através da escrita. Propor em sala de aula atividades diferentes com grupos de alunos através da escrita.  Através de livros, jornais, revistas, vídeos, cartazes, gibis aproximar o aluno das informações de diversos gêneros que acontecem no dia a dia.  Passar para o aluno uma mensagem positiva, na qual ele tome o gosto pela escrita, sendo através de brincadeiras, teatros, oratória, desta forma o aluno vai ler cada vez mais, para buscar informações e ao mesmo tempo apreciar a leitura (FREIRE 2000). Todos têm suas ideias e suas criticas, que precisam ao longo de sua vida registrar tudo o que vivem, na qual fazem uma reflexão de tudo inclusive de seu próprio trabalho. Queremos contribuir com a formação de jovens e adultos para que se tornem cidadãos capazes de ler e interpretar textos (FREIRE 2000, p.19).

No ensino da língua portuguesa a leitura e escrita é de suma importância no processo de alfabetização. O ser humano para escrever bem é preciso dominar a leitura. Para se tiver um conhecimento, com os meios de comunicação, socialização e expressar seu pensamento de forma clara à leitura se tornam de suma importância neste processo (FREIRE 2000, p.19).

A leitura tem um significado muito importante no desenvolvimento do aluno, pois através dela adquire conhecimento e melhora a comunicação com as demais pessoas e interpreta melhor o problema e acha a solução para o mesmo.  O ato de ler não é simplesmente o processo de memorizar silabas, mas a capacidade de refletir criticamente o próprio processo de ler e escrever, na qual compreende o significado da linguagem (FREIRE 2000, p. 19). Para Freire ler, não é só gravar na memória o conteúdo proposto, mas sim, entender e argumentar o processo da leitura e escrita, na qual o leitor vai compreender a linguagem do texto.

Já Freire (2000), explica que o aluno não deve memorizar mecanicamente as palavras, sem sentido, mas buscar compreender o significado das palavras, para que o processo de leitura seja prazeroso. Para isso é importante que o professor ofereça os alunos diferentes tipos de leitura. Nessa perspectiva o sucesso na alfabetização depende da transformação da escola em um ambiente alfabetizador, rico em estímulos que provoquem atos de leitura e escrita, permitindo compreender o funcionamento da língua escrita, possibilitando a apropriação de seu uso social e fornecendo elementos que desafiam o sujeito a pensar sobre a mesma. O campo da leitura e da escrita na alfabetização vem recebendo, nas últimas décadas, várias contribuições de alguns estudiosos que fomentam a importância de ler, para que os educandos sejam capazes de tornarem-se leitores assíduos, fazendo com que a leitura seja um momento prazeroso principalmente para os principiantes.

A leitura e a escrita têm muitos usos que precisam ser discutidos ao longo do processo da Educação de Jovens e Adultos, é preciso haver diálogo entre professores e alunos, pois a troca de informações entre ambos e os demais colegas e de suma importância (CAGLIARI 1998, p. 107). Já Cagliari 1998 destaca que, é preciso aluno e professor ter um diálogo, pois desta maneira o professor consegue passar o conteúdo e o aluno compreender de maneira clara, na qual a leitura e a escrita são processos longos para serem compreendidas, precisas de tempo e dedicação de ambas as partes.

O papel do professor é despertar a curiosidade, indagar a realidade, problematizar, na qual vai transformar os obstáculos em dados de reflexão para entender o processo educativo, que como qualquer faceta social, está relacionado com seu tempo, sua historia segundo pensamento (de CARRANO 2000, p. 10). Aqui o professor vai despertar provocar e estimular o aluno para que eles argumentem sobre o conteúdo, desta forma o aluno vai compreender o que é proposto pelo professor.

Leitura e escrita são atividades indispensáveis no ensino da língua portuguesa e em especial no processo da alfabetização de jovens e adultos. Para que uma pessoa escreva bem é necessário que ela saiba ler. Porém há pessoas que só reproduzem graficamente o que conhecem. Essa ideia fica bem clara quando Cagliari afirma que, se uma pessoa não souber ler, o ato de escrever será simplesmente uma cópia sem significado algum. Portanto, a leitura é um dos aspectos mais importantes para a aquisição de conhecimento, como um meio de comunicação, socialização e expressão do pensamento. Sendo a leitura forma mais utilizada para comunicação e, por consequência, um veículo de socialização, esta será eficiente se for bem explorada e desenvolvida na educação de jovens e adultos (de CARRANO 2000, P. 10).

Os Parâmetros Curriculares Nacionais afirma que, a leitura é um processo no qual, o leitor realiza um trabalho ativo de contribuição do significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, não é somente decodificar a uma informação escrita através de letra por letra. Mas um processo que implica a compreensão mais detalhada, exigindo maior competência por parte do leitor principiante. É a leitura que irá interferir na aprendizagem da escrita, contribui na formação de hábitos, da socialização, interpretação, solução de problemas, aquisição de conhecimentos, melhoria da comunicação, desenvolvimento da memória, reestruturação de seus conceitos, enfim de uma contribuição significativa no desenvolvimento do aluno da educação de jovens e adultos (PCN, 2001).

Os parâmetros curriculares destacam que, a leitura é uma relação que se estabelece entre o leitor e o texto escrito, na qual o leitor, através de algumas estratégias básicas, reconstrói um significado do texto no ato de ler. Esse mesmo estudioso esclarece que não se ensina ninguém a ler, porque a leitura não é um saber, mas sim uma prática, é lendo que as pessoas desenvolvem a capacidade de mobilizar estratégias para o ato de leitura: verificação, antecipação e identificação, tentar ensinar uma pessoa a ler é, além de inofensivo, privá-lo de ensinar a si próprio de ler.PCN 2001, p. 53).

É necessários ressaltar que a leitura e a escrita não podem conviver com o medo, a cobrança exagerada, a punição, muito menos conviver com o descaso e a repetição mecânica. É preciso que essas atividades sejam contextualizadas com significados para os alunos, tornando esse momento um ato prazeroso, espontâneo, com diversidade de textos trazidos para dentro da sala de aula. Desta maneira eles vão ganhar intimidade com a mesma e deixar o medo de lado, sendo, assim tomarão por habito a leitura e escrita. Freire destaca que o ato de ler não é simplesmente o processo de memorizar sílabas, mas a capacidade de refletir criticamente o próprio processo de ler e escrever, compreendendo o profundo significado da linguagem.

Assim, o ponto de partida é a averiguação de como a leitura e a escrita proporcionam algum tipo de melhoria no usufruto dos bens oferecidos pela sociedade, como acesso a meios eletrônicos, ir ao cinema, uso dos meios de transporte, etc. Em suma, a verificação do uso que os educandos fazem da leitura e da escrita em seu cotidiano. (PCN, 2001). Ao alfabetizar jovens e adultos, o professor precisa explicar para esses educandos o significado de aprender a ler e escrever, tornando esses conhecimentos importantes para sua vida. Pois a partir da alfabetização esses educandos serão capazes de modificar ou até mesmo transformar sua vida, pois aprender a ler e escrever são o ponto de partida para os educandos tornarem-se leitores críticos, conscientes no desenvolvimento do seu papel na sociedade em que estão inseridos. Pois Cagliari afirma que, a leitura e a escrita têm muitos usos que precisam ser discutidas ao longo do processo da Educação da EJA, é preciso haver diálogo entre professor/aluno, pois a troca de informações entre professor/aluno e dos alunos entre si seja algo importante para eles. A educação de Jovens e Adultos torna importante na vida dos alunos, não pelo fato de lerem e escreverem, mas para compreender o seu papel na sociedade (CAGLIARI, 1982).

Assim o conceito de cidadania é compreendido como a consciência e a formação que o indivíduo adquire de seu papel político e social na consciência e no exercício de seus direitos e deveres, com discernimento de ser capaz de participar efetivamente do seu próprio destino e na construção solidária da sociedade. Já Otero destaca que, só é possível acontecer essa cidadania quando o indivíduo adquire conhecimento sobre a realidade social, física e pessoal, tornando-se integrante de uma classe social e tendo um determinado papel no mundo.  Freire ainda relata que o papel do educador não é só ensinar os conteúdos básicos, mas dar oportunidades ao educando tornar-se crítico e através da leitura compreender o que acontece no seu meio, não apenas ler sem um contexto, tornando-se uma leitura mecânica. Porém ensinar é muito mais que passar informações, é compartilhar sonhos, objetivos, tarefas, significados e conhecimentos. É necessário entender como acontece essa aprendizagem com os alunos da EJA para assim aproximá-lo dos conhecimentos de mundo e através de estes poderem ajudá-lo a alcançar os seus objetivos. Porém, o professor tem o papel primordial, nesta sociedade contemporânea, de garantir a formação de cidadãos críticos e atuantes. Em uma mesma linha de pensamento Carrano, nos alerta que o papel do professor é despertar a curiosidade, indagar a realidade, problematizar, ou seja, transformar os obstáculos em dados de reflexão para entender o processo educativo, que como qualquer faceta social, está relacionado com seu tempo, sua história. Pois na verdade o professor é o desencadeador do processo da mediação leitor/texto podemos utilizar de diferentes procedimentos para a aula de leitura (CARRANO, 2000).

A mediação é descrita, na sala de leitura, em estágios iniciais, o professor serve de mediador entre o aluno e o autor. Nessa mediação, ele pode fornecer modelos para a atividade global como pode, dependendo dos objetivos da aula, fornecer modelos de estratégias especificas de leitura, fazendo predições, perguntas, comentários. Vivemos num mundo letrado, onde existem vários tipos de textos e o uso eficaz da linguagem deve atender as exigências pessoais de cada texto. Sendo assim, o professor tem a responsabilidade de tornar a leitura e a escrita em um universo mais amplo. Nesta perspectiva o professor deve ver a leitura e a escrita como função social, assim capaz de transmitir isso para seus alunos, pois, a leitura tem funções variadas e ter domínio desta proporciona-lhe condições de cidadania e por meio delas poderá buscar informações através de leituras de jornais, livros, consultarem lista telefônica, livros de receitas, lerem bulas de remédios, recados, organizarem lista de compras, escrever recados, construir listas de compras, livros de receitas (KLEIMAN, 1993).

Teno e Faccenda (2006), explicam que, o percurso teórico, explica que no processo de leitura o leitor é capaz de identificar os vários tipos de leitura e para isso é necessário que o professor contribua com o suporte pedagógico. “Gênero textual na visão de Marcuschi, é o que se utiliza a expressão “tipo textual” para designar narração, argumentação, exposição, descrição, injunção” para gênero textual, contrariamente aos tipos, são todas as possibilidades de leitura como: telefonema, bilhete, romance, reportagem, horóscopo, bula, conto, crônica, receitas, poemas, resenhas, outdoor, edital, piada, conferência, histórias em quadrinhos, bate papo por computador. Este trabalho refere-se aos gêneros textuais para busca do conhecimento da leitura. Para finalizar é importante ressaltar que a alfabetização plena, não se limita a ensinar a soletrar ou assinar o nome, remete-nos ao conceito de leitura e escrita como ato individual, experiência singular, interação autor/texto/leitor. É preciso ver a leitura e escrita como formas fundamentais de integração do homem a cidadania, permitindo-lhe ser consciente de seu compromisso com a coletividade e com a luta por direitos e deveres iguais para todos (TENO E FACCENDA, 2006) Segundo pesquisa realizada a leitura e escrita caminham juntas um processo da alfabetização de jovens e adultos. Que os professorem devem incentiva-los neste processo de formação despertando curiosidades e interesse pela escrita e leitura. Respeitando as dificuldades de cada um e aprimorando seu conhecimento ao logo de seus estudos. (INEP, 2003, p. 11).

2. A PESQUISA

Pesquisa bibliográfica abrange a leitura, análise e interpretação de livros, periódicos, textos, documentos mimeografados ou xerocopiados, mapas, fotos, manuscritos. Tem por objetivo conhecer as diferentes contribuições científicas disponíveis sobre a escrita de caráter descritiva (GIL, 2008 (GIL, 2008).

A pesquisa irá restringir-se nas escolas Básica Municipal de Educação de Jovem e Adulto Paulo freire situada na Rua Clevelândia 727 e centro Chapecó SC e no CEJA Centro de Educação de Jovens e Adultos do estado de Santa Catarina de responsabilidade do governo estadual situado na Rua Assis Brasil 31 D, bairro Maria Goretti Chapecó sc.

3. ANÁLISE DO RESULTADO

A alfabetização é um meio para o letramento, pois para formar cidadãos participativos deve levar em consideração à noção do letramento e não da alfabetização. Letramento é o habito de ler e escrever corretamente, isto é o jovem/adulto precisa saber o uso e envolver-se nas atividades de leitura e escrita, pois precisa buscar o hábito de ler jornais, revistas, livros necessitam do convívio efetivo de leitura, desta forma irá apropriar se do sistema de escrita. A alfabetização são atos de decifrar códigos fonéticos (letras), ou seja, um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um individuo letrado. Portanto o que distingui letramento de alfabetização é a maneira em que o individuo se encontra na sociedade e no meio, na qual ele vive.

Os professores dos jovens/adultos observados relataram que eles podem vir a progredir durante o ano, pois os alunos integrantes do segundo ano acabaram de sair da alfabetização, agora eles estão em uma serie que aprendem além de conhecimentos específicos com mais atenção principalmente na língua portuguesa que a matéria que os alunos têm mais dificuldades, já o professor do terceiro ano me relatou que os alunos que tem dificuldades na escrita são porque existe algum distúrbio de dificuldades ou são fracos em escritas, mas ágeis na leitura, ou seja, esses alunos observados têm dificuldades na escrita os outros alunos têm dificuldades seriíssimas na leitura e na escrita.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em busca de uma educação mais valorizada e dando oportunidades a jovens e adultos, para atender a sociedade escolar com mais dignidade e as angustia existentes na escola, fiz este projeto para verificar como ensinam nossos jovens e adultos no (EJA) e como elas aprendem. Notou-se a grande importância que esse estudo, pois houve esforço para que os objetivos fossem alcançados. Tendo em vista as dificuldades de leitura e escrita, foi possível desenvolver este artigo para desvendar o que leva o jovem/adulto não saber ler e escrever. A rotina da leitura na vida destas pessoas trás muitas facilidades na leitura e na escrita, mas esse habito não deve ser só na escola, mas em todos os lugares frequentados por estes educandos. Ao final desse trabalho não poderia deixar de considerar aquilo tudo que me chamou a atenção que foi observar o quanto ainda tem-se a fazer para dar conta de alfabetizar e letrear nossos jovens/adultos.

REFERÊNCIAS

CHAPECÓ SC, Secretaria de Educação do Município de Chapecó Santa Catarina, abril de 2002.

CAGLIARI, Luiz Carlos, Leitura e Alfabetização. Caderno de estudos Linguísticos, Campinas, Unicamp/ IEL. 1982.

BARBOSA, José Juvêncio. A herança de um saber; a alfabetização. Catálogo da base de dados, Volume I, São Paulo, FDE.

FREIRE (2000 P 1 A 19).

CARRANO, P.C.R. (2000 Maio). Juventude; as identidades são múltiplas, Juventude, Educação e Sociedade.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, n. 248 de 23 dez. 1996.

KLEIMAN, A. Oficina de leitura. Campinas: Pontes, 1993.

MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: diferença e funcionalidade. 2 ed. Rio de Janeiro: Lucena, 2003.

OTERO, E. S. de. Alfabetização de Adultos: recuperando a totalidade para reconstruir a especificidade. Porto Alegre: Edições EST, 1993.

Maturana (2001, p. 31)

Teno e Faccenda, “Leitura Gênero Tipologias Textuais: percurso teórico” (2006)

(INEP, 2003, p.11Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).

CARLOS, Antônio. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2008)

[1] Professora Doutora da UNIGRAN/Dourados no curso de Pedagogia, pesquisadora da FUNLEC/UNIGRAN e FUNDECT/MS e orientadora da pesquisa.

[2] Graduando em Letras pela UNIGRAN.

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Uma resposta

  1. Bom dia.
    Meu nome é Francisca Ribeiro da Silva.Preciso de ajuda, sou educadora do projeto de educação de jovens e adultos,como relatar e preparar um projeto aplicado em sala anual.Consigo fazer na prática quando chega na hora de colocar no papel não consigo.
    Poderia enviar um modelo?

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