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História e Cinema na Sala de Aula: Uma Análise Pedagógica da Intervenção e da Ação do Cine Clube a Partir do Filme “Cafundó”

RC: 8201
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CONTEÚDO

CARDOSO, Welldes Alves [1]

CARDOSO, Welldes Alves. História e Cinema na Sala de Aula: Uma Análise Pedagógica da Intervenção e da Ação do Cine Clube a Partir do Filme “Cafundó”. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 02, Vol. 01. pp 310-316, Abril de 2017. ISSN:2448-0959

RESUMO

O Presente artigo tem como base o relato de experiência e a fundamentação teórica, com o objetivo de mostrar uma ação de intervenção que envolve a temática Cinema e História do subprojeto de História do PIBID-CESA na Escola EREM Senador Vitorino Freire, Arcoverde- PE. Pretende-se através deste artigo mostrar a importância do cinema no ensino de história, almejando um processo de ensino- aprendizagem dinâmica que torne atrativa a aula de história, fazendo uso da linguagem cinematográfica promovendo um diálogo entre os discentes e os assuntos históricos abordados no filme.  O filme visualizado! Na intervenção “Cafundó”  é um filme brasileiro de 2005, do gênero drama, dirigido por Clóvis Bueno e Paulo Betti. O filme foi rodado no ano de 2003, em quatro cidades do Paraná, toda na região de Ponta Grossa tratando do Sincretismo. O filme tem como temática o sincretismo religioso, a cultura africana, a escravidão, as festividades e religiosidade africana entre outros elementos africanos que foram trabalhados pedagogicamente. Portanto, o uso do cinema enquanto recurso pedagógico nas aulas de História pode sim contribuir de forma positiva para o processo de ensino-aprendizagem, mas para isso é preciso que haja um trabalho cauteloso, no qual o professor deve ser um agente importante, orientando os alunos sem interferir, de forma direta, nas conclusões interpretativas e históricas dos alunos.

Palavras-chave: Cinema e História, Ferramenta Pedagógica, Prática Docente.

INTRODUÇÃO

Partindo da proposta do uso de cinema como ferramenta pedagógica no ensino de história, daremos enfoque ao filme Cafundó, na intervenção pedagógica realizada da Escola- campo EREM Senador Vitorino Freire, na cidade de Arcoverde-PE. Diante da diversidade dos desafios a serem enfrentados na educação e, sobretudo no ensino de história, a proposta de trabalhar a relação Cinema X História é fundamental na formação de uma nova mentalidade, buscando mostrar que estudar história  não é apenas o passado, mas estudar o passado para entender o presente . Segundo “ABDALA”, a principal característica é estudar as ações humanas em cada presente específico com características peculiares ao seu tempo e local.   E que possuem a necessidade de que o resultado dos seus discursos esteja sempre coerente com os acontecimentos e o contexto sociocultural e histórico no qual eles se desenrolam. Para o autor os “cenários cinematográficos ‘materializam’ nas telas (para a percepção do público) muitas das condições que os textos históricos descrevem.” (ABDALA, 2005, p. 03). Segundo o autor:

“As imagens-movimento e o filme no seu conjunto dialogam em duas esferas diferentes: de um lado com os discursos que circulam na cultura da sociedade da qual se originou a produção ou na qual é realizada a exibição; de outro, com a narrativa cinematográfica, com elementos que compõem a própria película. Cabe aqui uma observação decisiva para nosso estudo: para que os diálogos possam ser realizados de forma mais significativa e/ou com finalidades educacionais é necessário que o público tenha construído discursos com os quais o filme se propõe a dialogar. (ABDALA, 2005, p. 11)”

Vários foram os pesquisadores como Marc Ferro (1992.), ABUD, KATIA MARIA.( A construção de uma didática da história: algumas ideias sobre a utilização de filmes no ensino. São Paulo, 2003), Circe M. F. BITTENCOURT (BITTENCOURT, Circe Maria F. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.), se preocuparam com a relação entre cinema e história. Não temos a intenção de apresentar a maneira pela qual esta questão foi pensada ao longo do tempo. Mas demonstrar a experiência obtida no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência-CESA.

O trabalho com filme em sala de aula é uma das melhores ferramentas a serem utilizadas no meio educacional de incentivar e aproximar os alunos dos conteúdos de história de forma diferente.  Nossa principal preocupação com os alunos da escola era exibir não apenas os conteúdos históricos, mas conteúdos que provocassem o interesse e o divertimento destes, pois vejo grande importância em levar o lúdico para a sala de aula.

A proposta foi a de promover uma interação do filme Cafundó com os alunos, sempre com a realização de dinâmicas; onde os participantes do grupo PIBID-CESA abrem espaço para perguntas relacionadas ao assunto, a cada passo dado durante a conversa entre os licenciados e discentes são colocados fatos de grande importância da história e que foram visualizados na projeção fílmica.

A partir desta análise, poderemos ressaltar o ganho para a prática pedagógica, da necessidade de chamar a atenção dos alunos e para isso, deve-se aliar o conteúdo do filme, objetivos do cineclube e as dinâmicas que tem como objetivo não apenas a diversão, mas a aprendizagem dos educandos.

DESENVOLVIMENTO

Durante o planejamento da ação de cineclube tivemos uma tarefa muito difícil que foi a escolha de um filme para mostra na intervenção de cineclube. Que tratasse do conteúdo histórico, mas também divertimento e conhecimento. Escolhemos o filme Cafundó um filme brasileiro de 2005, do gênero drama, dirigido por Clóvis Bueno e Paulo Betti. Pela presença de objetivos da intervenção pedagógica. (2007). Escolhemos este com base em seu conteúdo que atendia as expectativas da intervenção pedagógica, como diz Nóvoa (1995), “o critério mais correto para a escolha das películas a serem utilizadas deve ser determinado pelo conteúdo das mesmas. Não se deveria utilizar apenas documentários ou filmes com temáticas estritamente históricas […]”.

A intervenção do cinema é exercida através de diversos tipos de ação que faz do filme uma ferramenta eficaz, e seria ilusão imaginar que essa prática cinematográfica não contém intenção. Como toda a ação política, cultural e social o filme tem uma história, com sua rede de relações pessoais e culturais. O uso do cinema com ferramenta pedagógica na sala de aula com o filme Cafundó teve grande diferencial que é trabalhar com a diversidade de conhecimento, que estimula e propicia uma visão mais ampla do mundo.  Pode-se debater sobre as questões políticas, cultuais e sociais africanas e do período histórico brasileiro.

Com base nos conteúdos vivenciados, escolhemos trabalhar com o filme Cafundó, que é uma crônica romanceada inspirada na vida real de João de Camargo, homem simples e ingênuo, ficou conhecido como Preto Velho milagreiro. Relata sobre o sincretismo de religiões presentes na época do Brasil pós-escravidão, a liberdade e início da república no fim do século XIX. Cafundó localizava-se em Sorocaba, interior do estado de São Paulo, ponto principal do caminho das tropas que integrou as regiões Sudeste e Sul do Brasil.  Libertados, João e seu amigo (Cirino) vivem uma vida de miséria e trabalho duro para ganhar alguns míseros trocados que mal garantem a sobrevivência dos mesmos, representando bem a realidade vivida pelos negros libertados naquela época no Brasil. João se casa com Rosário uma mulher misteriosa, porém algum tempo depois João tem uma grande decepção, encontra sua mulher com outro homem, e os persegue com um chicote na mão.

Neste momento, o filme toma uma direção mais dramática e conflituosa do que no começo, indicando que haveria outro “propósito” para a vida de João, apesar de toda desolação, solidão e tristeza que ele passa a viver durante este momento. Embriagado num bar na beira da estrada, ele cai bêbado no chão, e tem uns vários “encontros espirituais” com o padre falecido João Soares, com o menino Alfredinho, com entidades espirituais da umbanda e com Nossa Senhora. A chuva cai forte, um raio corta o escuro do céu iluminando João ao lado da cruz e logo ele vê o menino Alfredinho, ele aparece montado num cavalo vermelho e lhe conta o caminho das pedras.  João entende tudo e vira um santo.

A nossa experiência nessa ação de cineclube teve grande importância para nossa formação pedagógica, possibilitando formas diversificadas de métodos. Logo após a exibição fizemos uma apresentação em PowerPoint, houve uma explicação oral sobre o sincretismo e as religiões afro-brasileiras, uma dinâmica em que todos os alunos presentes participaram. Ornamentamos a sala com alguns instrumentos e objetos utilizados em práticas de Umbanda e Quimbanda, verificarão os aparelhos tecnológicos que seriam utilizados. Iniciamos a intervenção perguntando aos alunos se eles conheciam alguns dos objetos e instrumentos que estavam decorando a sala, e logo de imediato alguns alunos já foram reconhecendo e falando sobre um objeto, um instrumento e comentando sobre o mesmo. Como já foi dito nossa principal preocupação pedagógica a ser realizada com os alunos da EREM Senador Vitorino Freire era exibir não apenas os conteúdos históricos, mas conteúdos que estivessem relacionados aos interesses e relações cotidianas dos alunos, adequando assunto do filme para que haja assimilação dos conteúdos.

Durante a intervenção procuramos saber dos discentes às primeiras impressões que tiveram do filme, para ter conhecimento de quais pontos deviam dar mais ênfase nos debates.  Logo, percebemos que os alunos da EREM Senador Vitorino Freire, Arcoverde-PE, tiveram um grande desempenho nas atividades realizadas que posteriormente enriqueceu o debate durante o Cineclube enriquecendo seu conhecimento sobre cultura afro-brasileira.

Havia uma aluna que já tinha praticado uma dessas religiões, e a mesma já foi logo falando sobre uma boa parte dos objetos presentes na sala. Após o reconhecimento dos objetos e instrumentos pelos alunos, apresentamos em slide o tema da intervenção, abordando conceito sobre o que é, e o que significa o sincretismo religioso, como são as práticas dessas religiões (focando nas religiões que aparecem no filme), como são utilizados alguns instrumentos, para quê e como são utilizados alguns dos objetos presentes nas práticas dessas religiões.Em seguida houve outra dinâmica, onde convidamos os alunos a fazerem uma representação de uma prática da religião Afro-brasileira conforme eles haviam entendido.

Houve um debate que foi fundamental para nossa formação pedagógica como integrantes do PIBID-CESA, pois esta experiência nos possibilitou compreender através de debate o sincretismo religioso, como sendo um processo pelo qual os elementos de uma religião são equiparados em outra religião, resultando em uma mudança na natureza ou princípios fundamentais dessas religiões, ou seja, é a união de duas ou mais crenças opostas, de modo que a forma sintetizada é uma novidade. Compreender também as religiões Afro-brasileiras, como todas as religiões que foram trazidas para o Brasil pelos negros africanos, na condição de escravos. Ou religiões que absorveram ou adotaram costumes e rituais africanos. O filme mostra João fundando uma religião sincrética, com elementos do catolicismo, espiritismo e candomblé.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Depois de uma pesquisa realizada sobre o cinema, se pode concluir que o uso do cinema na sala de aula tem grande relevância para nossa formação, pois esta ressalta que além do ganho cultural do projeto de Cineclube na EREM Senador Vitorino Freire, Arcoverde-PE pelos Bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. Pode-se dizer que o projeto atingiu o seu objetivo que é mostrar a relação existente entre Cinema- História, e seu uso na sala de aula auxiliando de forma essencial a prática docente, trazendo o conhecimento histórico ou não através dos filmes, havendo a necessidade constante de adequação do conteúdo ou atividade como instrumento pedagógico para as respectivas salas, compreendendo as diferenças entre as turmas. Sendo indiscutível atualmente em sala de aula, sermos surpreendidos com atividade “FILME”, mas para isso é preciso que haja um planejamento das atividades a serem realizadas.

REFERENCIAS

ABUD, KATIA MARIA. A construção de uma didática da história: algumas ideias sobre a utilização de filmes no ensino. São Paulo, 2003. PÁG 183-192

DUARTE, Rosália. Cinema e Educação.Belo Horizonte:Autêntica,2ª ed., 2002,128p

Prática educativa, pedagogia e didática. In: Didática. São Paulo: Cortez,

FERRO, Marc. Cinema e História. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

PROENÇA, M.C. Ensinar/ aprender história  história:  questões de didática aplicada. Lisboa: livros Horizonte, 1990, p.106.

SALIBA, E.T. Experiências e representações sociais: reflexões sobre o uso e o consumo de imagens. In: BITTENCOURT,C (org). O saber histórico em sala de aula. São Paulo: Contexto.1997, pp.117-127.

SERRANO.J e  VENÂNCIO F.F o cinema educativo. Escola nova. São Paulo, v. 3.n.3.jul.1931.franco, M. Da S.F.  A natureza pedagógica das linguagens audiovisuais. São Paulo:  FDE,1992. Menciona ainda outra obra dos dois autores citados: cinema e educação, publicado em 1930, e a  de Canudo de Mendes de Almeida. Cinema contra cinema, de 1931. O INCE existiu até 1966, quando se transformou no Departamento de Filme Cultural do Instituto Nacional de Cinema ( INC), também já extinto.

SERRANO, J. Como se ensina História. São Paulo. Melhoramentos, 1935, p.112.

http://www.academia.edu/3746096/O_Que_%C3%A9_Cinema_-_Jean_Claude_Bernadet

BITTENCOURT, Circe Maria F. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.

Proença, M.C. Ensinar/ aprender história  história:  questões de didática aplicada. Lisboa: livros Horizonte, 1990, p.106.

http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=28302

http://www.brasilescola.com/religiao/as-religioes-afrobrasileiras-sincretismo.htm

http://atarde.uol.com.br/opiniao/noticias/1569200-sincretismo-religioso

http://www.brasilescola.com/religiao/as-religioes-afrobrasileiras-sincretismo.htm

http://websmed.portoalegre.rs.gov.br/escolas/montecristo/04raca/raca12.htm

http://www.cafundo.com.br/

http://www.joaodecamargo.com.br/biografia1.asp

http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=28302

http://www.brasilescola.com/religiao/as-religioes-afrobrasileiras-sincretismo.htm

http://atarde.uol.com.br/opiniao/noticias/1569200-sincretismo-religioso

[1 ]Aluno de Licenciatura em História do CESA. Bolsista do PIBID do Subprojeto de História do EREM Senador Vitorino Freire.

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Welldes Alves Cardoso

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