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Educação Especial e Educação Inclusiva: Análise Histórica e Política, os Fundamentos do Ensino–Aprendizagem, a Influência do Brinquedo, Ambiente, Estímulos e a Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural

RC: 6457
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CONTEÚDO

OLIVEIRA, Rosane de Machado [1]

OLIVEIRA, Rosane de Machado. Educação Especial e Educação Inclusiva: Análise Histórica e Política, os Fundamentos do Ensino–Aprendizagem, a Influência do Brinquedo, Ambiente, Estímulos e a Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 02, Ed. 01, Vol. 13. pp 288-309 Janeiro de 2017 ISSN:2448-0959

RESUMO

O presente trabalho aborda a trajetória histórica da educação especial e inclusiva na sociedade, os fundamentos do ensino-aprendizagem na educação das pessoas com necessidades especiais, como também, a influência do brinquedo, do ambiente e dos estímulos do meio na conquista da modificabilidade. Verifica-se a importância da mediação do educador no ensino, os exemplos de superação capazes de modificar qualquer estrutura mental e incluir de maneira eficiente as pessoas com deficiência na sociedade. O objetivo geral da pesquisa é apresentar o estudo da educação especial e inclusiva, destacando as lutas pela inclusão social, as dificuldades, a discriminação que sofreram e ainda sofrem em alguns contextos sociais. O objetivo específico é aprofundar o conhecimento e o conceito sobre a inclusão social, os estímulos que fazem toda a diferença no ensino-aprendizagem e no resgate da modificabilidade cognitiva. O procedimento metodológico é de natureza qualitativa desenvolvida através de pesquisa bibliográfica exploratória. O resultado do assunto investigado oportunizou-me compreender que a educação especial e inclusiva trata-se de fatos históricos marcantes e desumanos, que só depois de décadas passadas conseguiu-se obter leis de proteção e direito há vida e a liberdade da pessoa com necessidade especial. O desafio analisado ainda hoje, são as barreiras encontradas no processo de inclusão das pessoas com necessidades especiais tanto no contexto formal, quanto no contexto não formal.

Palavras-Chave: Educação, Inclusão, Ensino-aprendizagem, Modificabilidade Cognitiva.

INTRODUÇÃO

O estudo realizado tem por objetivo analisar o processo histórico da educação especial e inclusiva no ensino aprendizagem e no desenvolvimento social de crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais.

Diante disso, a escola juntamente com pais e profissionais da área, devem reconhecer a diversidade cultural e desenvolver as habilidades e a modificabilidade cognitiva dos educandos com necessidade especial. O tema proposto resultou-se de interesse e reflexão pelo assunto abordado na área da educação especial e inclusiva, assim como de pesquisa, análise e compreensão do assunto.

Em análise á pesquisa verificou-se a importância e a influência do ambiente no meio social e educacional, tanto o formal, quanto o não formal. O ambiente, assim como o brinquedo e os estímulos devem ser usados competentemente no resgate da modificabilidade cognitiva dos educandos com necessidades especiais, mas é fundamental lembrarmos, que só uma formação docente qualificada saberá fazer a diferença na construção do conhecimento, da autonomia, da mediação da consciência do aluno, na tarefa da modificabilidade, onde crianças “normais” trocam ideias, sentimentos e brincadeiras com as crianças consideradas “especiais”.

Diante desse fato, é importante verificar o processo de inclusão e exclusão social das pessoas com deficiência, como também todas as suas características. As pessoas com necessidades especiais são pessoas com personalidade única, que estabelecem boa comunicação e são capazes de aprender e se desenvolver de maneira lúdica. Na escola o lúdico deve ser aplicado competentemente e o currículo deve ser aberto, pois os educandos com necessidades têm suas limitações específicas e não devem em momento algum ser comparados ou competir com alunos normais. O professor/ mediador tem de acompanhar as etapas de evolução do aluno longo do ano e lhes prestar total apoio e mediação no ensino-aprendizagem.

A escolha do tema proposto resultou de reflexão e entrosamento com o assunto abordado, na busca de verificar quais soluções e conhecimentos pode-se buscar para obter menos discriminação/ preconceito e um processo de modificabilidade cognitiva em nossas escolas e em nossa sociedade contemporânea.

A abordagem metodológica é de natureza qualitativa, sendo desenvolvida através de pesquisa bibliográfica exploratória (livros literários, metodológicos, pesquisa em obras, metodologia científica, cadernos, etc.). Em relação à pesquisa exploratória, Gil (2002), descreve que, a pesquisa exploratória tem como objetivo, proporcionar maior familiaridade do pesquisador com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito, pode envolver levantamento bibliográfico (neste caso, da intuição do pesquisador). Através dos estudos sobre a educação especial e a educação inclusiva, elaborou – se o seguinte problema de pesquisa.

Quais as principais dificuldades enfrentadas pela escola, pelos pais, pelos professores na busca pela inclusão social e pela modificabilidade cognitiva dos educandos com necessidades educacionais especiais?

Em relação a tal problematização, pode-se concluir através de estudos aprofundados sobre o tema que, a família que tenha um membro seu com necessidade educacional especial, certamente sofre com algum tipo de preconceito, discriminação e com o processo de exclusão social da pessoa deficiente. As escolas, juntamente com pais, comunidade escolar e seus professores, devem lutar incansavelmente pela inclusão de seus alunos em todos os contextos sociais e pela reabilitação de seus educandos no contexto educacional e social. A teoria da Modificabilidade é um exemplo de superação, onde as escolas devem seguir o modelo e jamais desistir de seu educando com graves limitações. O resultado do estudo oferece possibilidades para modificar o processo de inclusão social, com base em desafios e conquistas adquiridas gradativamente no processo inclusivo e no ensino-aprendizagem. Na Antiguidade, as barbáries praticadas contra os seres humanos “especiais” seguiram décadas, e quando a luta pelo reconhecimento e o respeito ás diferenças se fortaleceu, os adeptos da exclusão tiveram que se adaptar á inclusão social. Não se pode deixar de relembrar que hoje tem muitas Leis em favor aos portadores de deficiência, aos negros, aos indígenas, as lésbicas aos gays etc., mas essas Leis foram aprovadas recentemente e permanecem em vigor graças às lutas da população. As lutas significam que não podemos se acomodar com os direitos já conquistados bravamente, pois os direitos já garantidos correm o risco de ser retirado de circulação na alteração das Leis Brasileiras.

2. EDUCAÇÃO ESPECIAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ANÁLISE HISTÓRICA E POLÍTICA

A trajetória das pessoas com necessidades especiais é marcada por fatos históricos, entre eles, o sofrimento, a exclusão social, o preconceito, o abandono e até mesmo a eliminação da pessoa doente. A deficiência seja ela física, mental, ou intelectual, sempre foi questionada e não aceitável durante décadas, onde pessoas com quaisquer tipos de deficiência foram vítimas históricas dos massacres, das barbáries da sociedade civil, da discriminação, do abandono cruel e da morte. Tais pessoas com necessidades especiais eram vistas pela maioria da sociedade como um mal contagioso na face da terra e que deveriam ser eliminadas de imediato, consideradas pessoas subumanas e condenadas à morte por causa de sua aparência e de sua deficiência. Na época tal sociedade possuía uma mentalidade distorcida do real, onde focava há “perfeição da pessoa humana” e não acreditava um décimo na capacidade de regeneração e desenvolvimento da pessoa deficiente, tendo receio que tal deficiência contaminaria a população em geral, não aceitando jamais as diferenças, ou o “ser humano não normal”.

Se analisarmos a história e a evolução humana, percebemos que verdadeiramente somos todos diferentes, ninguém é igual a ninguém, a diferença faz parte de nossas culturas, etnia, gênero, religiões e raças. Observa-se que muitos não compreendem as diferenças, e certamente, são esses que condenam as pessoas com algum tipo de deficiência seja ela, física, intelectual ou mental, pois todo o processo de exclusão social deriva de mentes contaminadas pelo idealismo do “Corpo Perfeito, do Ser Normal, do Belo, do Saudável Forte para a Guerra”.

Dessa forma, séculos passados, todas as crianças que nasciam com alguma deficiência visível, por exemplo, a falta ou a deformação de membros ou a incapacidade de andar, falar ouvir ou enxergar era de fato condenada á morte por apresentarem riscos à sociedade e custos sociais à população. O período histórico da Antiguidade Clássica é um período no qual se verifica ás primeiras formas de tratamento desumano ás pessoas com deficiência. Nessa ocasião aconteceram práticas de abandonos sendo comuns essas práticas na época, e pessoas com algum tipo de deficiência não recebiam qualquer tipo de atendimentos, as mesmas eram negligenciadas e condenadas ao abandono. Na Grécia Antiga, conforme relata Giles, citado por Emmel (2002), havia o ideal do adulto saudável e forte. Segundo o autor (2002, p. 141), “Essa preocupação visava á atuação militar, á defesa, da pátria, ao êxito nos jogos, á boa prática das ciências (matemática, astrologia etc.), á representação estética da beleza e a manutenção da saúde”. Na Esparta, havia a eliminação das crianças, mais antes disso, as mesmas passavam por uma inspeção do Estado, para confirmar se eram fortes e sadia, caso contrário os imaturos, os fracos e os defeituosos eram propositalmente eliminados.

Consta que os romanos descartavam-se de crianças deformadas e indesejadas, em esgotos localizados ironicamente, no lado externo do Templo da Piedade. Em Atenas também havia o costume de manter vivos somente os filhos fortes e com boa saúde, mas essa decisão era tomada pelos pais e não pelo Estado, como em Esparta.

Os relatos comprovam como era comum na Antiguidade o ato de abandonar crianças em montanhas e florestas ou atirá-las de penhascos ou nos rios, por ser considerada pela sociedade como uma ameaça á manutenção social, vistas como subumana e não como pessoa humana ou normal, pois qualquer pessoa que fugisse do padrão idealista da época era considerada inútil para a vida em sociedade. Na época preocupava-se com os gastos que essas pessoas iriam conceber a sociedade civil se acaso continuassem vivas, pois para o trabalho esses indivíduos não teriam utilidade. Entre os trabalhos encontra-se o manual e o intelectual, sendo que para essa divisão do trabalho nenhum dos dois trabalhos se encaixaria essas pessoas, pois as mesmas não obteriam capacidades de desenvolver as atividades por motivo de suas limitações. Analise-se que um processo educativo e inclusivo nunca foi pensando, planejado ou se quer discutido na sociedade idealista, e passava distante das mentes contaminadas pela busca do poder, do corpo perfeito, da pessoa sadia e forte.

Na Idade Média com o surgimento e a propaganda do cristianismo, as práticas de extermínio e abandono passam a ser condenadas e alteradas em função dos novos valores morais e religiosos que postulavam serem todos os homens iguais, portanto todos deveriam ser amados e aceitos como tal independentemente de suas condições físicas, sociais, intelectual ou mental. Nessa época as pessoas com deficiências foram alvo de caridade e acolhidas pela própria igreja, como também em asilos e conventos. Mas devemos relembrar também, que na Era Cristã por mais que a igreja tenha colaborado no tratamento aos indivíduos deficientes, e as pessoas com deficiência deixaram de ser abandonadas e receberam abrigo, caridade e alimentação, foi também, à própria doutrina Cristã que condenou as pessoas deficientes pela deficiência que as mesmas possuíam, alegando que era um castigo de Deus pelos pecados cometidos. Segundo Pessotti (1984, p. 6) “Muitos chegam a admitir que o deficiente é possuído pelo demônio, o que torna aconselhável o exorcismo com flagelação para expulsá-lo”.

As ideais liberais divulgadas no Brasil no final do século XVIII e inicio do século XIX influenciaram o surgimento da educação das crianças com deficiência, que se deu incialmente, em instituições, (JANNUZZI, 2004). A história da educação especial no Brasil começou no inicio da segunda metade do século XIX, em um primeiro momento, a educação desses indivíduos acontecia em escolas anexas aos hospitais psiquiátricos, em asilos e também em instituições especializadas. O primeiro período da educação no Brasil foi caracterizado pela segregação. Na década de 1960 houve um grande número de instituições especializadas e a prática da educação segregada nas instituições começou há ser questionada, pois os portadores de necessidades educativas eram isolados de suas famílias e do convívio social. A respeito da segregação, é interessante citar a posição de Bueno (1997).

A educação especial, desde seu surgimento no final do século XVIII, atende a dois interesses contraditórios: o de oferecer escolaridade a crianças anormais, ao mesmo tempo em que serve de instrumento básico para a segregação do individuo deficiente (p. 38).

Em 1970 as escolas regulares começaram a aceitar matriculas de alunos com deficiência em classes comuns e em classes especiais das escolas regulares, tendo início à conquista pelo espaço e pelo direito da escolarização para as pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais.

De acordo com Vidal e Faria Filho (2003), a partir dos anos de 1960 e inicio de 1970, com o surgimento de programas de pós-graduação e pesquisas em educação, começou uma crescente produção de trabalhos em história da educação no Brasil.

A Declaração de Salamanca (1994, pág. 43), o princípio fundamental de uma escola inclusiva está em que todos devem aprender juntos. Cabe á escola “reconhecer e responder ás necessidades diversas de seus alunos acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de um currículo apropriado”.

A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção, estudantes com deficiência física, os que têm deficiência mental, os superdotados e para todas as crianças que são discriminadas por qualquer outro motivo. No Brasil, a educação inclusiva que visa inserir as crianças com necessidades educacionais especiais no ensino regular, fundamenta-se na Constituição Federal de 1988, a qual garante a todos o direto há igualdade (art. 5). Todos os seres humanos devem ser protegidos e respeitados com base na Declaração Universal dos Direitos Humanos. A violação desses direitos afeta a dignidade ética de muitos outros direitos.

O artigo 8º da Lei 7.853/89 específica que recusar a inscrição de um aluno em qualquer escola, seja pública ou privada, por motivos relacionados a qualquer deficiência, é crime. Além de receber uma multa, os diretores ou responsáveis pela escola que se negar a matricular pessoas com deficiência podem ser punidos com reclusão de um a quatro anos. Não se nega a ninguém o direito a aprender e desenvolver suas capacidades/ potencialidades, os direitos humanos são para todos independentemente de raça, classe social, gênero, etnia, religião entre outros.

No artigo 205, a Constituição trata do direito de todos há educação, visando ao “pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL 2004). No artigo 206, inciso I, coloca como um dos princípios para o ensino a “igualdade de condições, de acesso e permanência na escola” (BRASIL 2004). Em conformidade com tal Constituição, o Congresso Nacional, por meio do Decreto Legislativo n° 198 de 13 de junho do ano 2001, aprovou a lei baseada no disposto da Convenção de Guatemala, que trata da eliminação de todas as formas de discriminação contra a pessoa portadora de deficiências e deixa clara a impossibilidade de tratamento desigual aos deficientes.

2.1 OS FUNDAMENTOS DO ENSINO – APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA

Contemporaneamente, observa-se com mais ênfase a importância da escola no processo de inclusão social de crianças, jovens e adultos em diversos contextos da sociedade. Foram muitas as lutas do passado pelo reconhecimento das diferenças, da diversidade cultural de nosso país e pelo respeito á vida humana para com as pessoas com necessidades especiais. Hoje as pessoas com necessidades educacionais especiais são vistas pela maioria da população como cidadãos capazes de dar importantes passos na vida individual, social, profissional e até mesmo na vida afetiva.

O Brasil, ao concordar com a Declaração Mundial de Educação para Todos, proclamada em 1990 em Jontien, na Tailândia, e com os postulados da Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais (acesso e qualidade), realizada em 1994, em Salamanca, na Espanha optou pela construção de um sistema educacional inclusivo. Nessa perspectiva, salienta-se o conceito dado á educação especial e inclusiva pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, em seu artigo 58: “Entende-se por educação especial, para efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais”.

A educação especial constitui-se, portanto, como uma proposta pedagógica que assegura recursos e serviços para apoiar, complementar e suplementar serviços educacionais comuns. Realizam-se transversalmente em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino para assegurar aos alunos com necessidades educacionais especiais as condições de acesso á escola e permanência nela, assim como desenvolver todas as suas potencialidades (Brasil, 2004).

A escola inclusiva deve ter sua proposta curricular voltada ao seu público alvo, onde as pessoas com necessidade educacionais especiais sejam incluídas com democracia no ambiente escolar, e que as escolas junto com seus educadores sejam capazes de desenvolver as funções cognitivas, as habilidades motoras e o potencial de seus educandos. De acordo com Werneck (1997).

Caberá á escola encontrar respostas educativas para as necessidades especificas de cada aluno, quaisquer que sejam elas. A inclusão não admite diversificação pela segregação. Busca soluções sem segregar os alunos em atendimentos especializados ou modalidades especiais de ensino. Tende para uma especialização do ensino como um todo (p. 53).

O currículo deve ser aberto, flexível e não um mero transmissor de conteúdos fragmentados sem utilidade nenhuma para a vida do educando, além do mais, a escola deve desenvolver habilidades, pontos positivos que permita mudanças e transformações em determinados contextos da sociedade, tanto no ambiente formal, quanto no ambiente não formal. É essencial que na escola os educadores trabalhem o ensino-aprendizagem com base em princípios, procedimentos, atitudes e valores, para Carvalho (2000, p. 80), a melhoria da qualidade das respostas educativas e a remoção de barreiras para a aprendizagem representam o especial na educação no contexto da educação inclusiva.

O professor tem o papel fundamental de auxiliar seus educandos com necessidades educacionais em todos os sentidos, acolhe-los independentemente de suas necessidades especiais, pois esse é o primeiro passo para se promover o acesso curricular a todos os alunos com necessidades educativas especiais no contexto escolar. Observar seus alunos, reconhecer suas capacidades, do que o educando já dispõe em relação aos conteúdos a serem trabalhados e quais as adaptações curriculares serão necessárias para os mesmos obter novos conhecimentos.

Utilizar da criatividade para trabalhar com os alunos na rede regular de ensino faz toda diferença no desenvolvimento cognitivo de crianças, jovens e adultos com necessidades educativas especiais, pois os mesmos possuem uma excelente criatividade, ou seja, dom artístico, e quando essa criatividade é bem aproveitada pelo professor essa situação favorece o ensino-aprendizagem dos educandos, sendo benéfico para os aprendizes e também para o professor.  A criatividade é um estímulo complexo e enriquecedor do trabalho pedagógico e deve ser valorizado pelos docentes, como também, os ambientes formais e não formais.

Os PCNs esclarecem que uma das primeiras responsabilidades do professor é promover ajustes na utilização do espaço da sala de aula, pois isso permitirá aos alunos que apresentam dificuldades de locomoção ou não possuem visão funcional movimentarem-se com segurança. Quanto á organização didática, esta pressupõe conteúdos e objetivos de interesse ao aluno, bem como a disposição física do mobiliário, de materiais didáticos e do espaço disponível para trabalhos diversos (Brasil, 1999b, p.32).

A sala de aula é um espaço complexo e o professor deve integrar e interagir com seus alunos com necessidades educacionais especiais constantemente na busca de conhecimentos, gestão de organização, valores e normas, com base em uma pedagogia centrada no aluno em suas dificuldades, necessidades/ peculiaridades e não apenas nos conteúdos curriculares. O professor é o educador que deve criar situações para a inclusão e a integração dos seus alunos, promovendo problemas desafiadores para seus alunos, para que os mesmos desenvolvam passo a passo a sua aprendizagem com base na criatividade e nos estímulos externos e internos, oferecendo-lhes oportunidades de serem autônomos de desenvolver suas capacidades/ potencialidades, pois não há barreiras que com o apoio de uma equipe de profissional um aluno com necessidades educativas especiais (NEE) não possa superar. Na Política Nacional de Educação Especial, a integração é conceituada como:

Um processo dinâmico de participação das pessoas num contexto relacional, legitimando sua interação nos grupos sociais. A integração implica em reciprocidade. E sob o enfoque escolar é processo gradual e dinâmico que pode tomar distintas formas de acordo com as necessidades e habilidades dos alunos (BRASIL, 1994, p. 18).

Os professores juntamente com a equipe pedagógica e seus representantes da escola precisam acreditar verdadeiramente que uma pessoa com necessidades educacionais especiais tem condições de se adaptar, se modificar e avançar na sua vida pessoal, acadêmica, profissional, afetiva e social. Sabemos que há obstáculos no caminho, não há como afirmar ao contrário, mas é possível. Devemos ter sempre em mente que podemos produzir mudanças significativas na vida dessas pessoas, e que todo ser humano é capaz de se modificar e de aprender independentemente de suas condições e de suas limitações.

No processo de inclusão social o acompanhamento da família na escola é essencial e faz parte do que chamamos de democracia educacional, pois um processo inclusivo e significativo começa com o apoio da família, sabemos o quanto os pais são importantes na vida dos filhos, e a luta pela inclusão é mais forte quando se tem o apoio familiar. É necessário que os pais tenham a preocupação de incluir seus filhos na sociedade desde o nascimento dos mesmos, pois apresentá-los a sociedade é forma de ir rompendo com as barreiras da discriminação social.

Todas as pessoas com qualquer tipo de deficiência devem ser respeitadas e acolhidas pela escola, pela sociedade e pelos familiares. Em relação há família. Drummond & Drummond Filho (1998, apud PRATTA E SANTOS, 2007, P. 248). Descrevem.

O grupo familiar tem o papel fundamental na constituição dos indivíduos, sendo importante na determinação e na organização da personalidade, além de influenciar significativamente no comportamento individual através das ações e medidas educativas tomada no âmbito familiar.

Em relação a tal problematização, verifica–se que, as famílias que tem alguém com necessidades especiais, certamente sofrem com algum tipo de preconceito, discriminação e exclusão social da pessoa “especial”. Mas diante de tais preconceitos, essas famílias lutam incansavelmente pela inclusão de seus familiares e não perdem a esperança e a fé na reabilitação dos mesmos.

O que verificamos muitas vezes é uma falha dos próprios sistemas de ensino, faltam profissionais especializados nas diversas áreas para atuarem na escola regular de ensino, há casos que nem sempre os pais encontram apoio ou profissionais especializados para tratar do caso específico dos seus filhos, como, professores pós–graduados, psicopedagogo, psicólogos, auxiliares de classe, especialistas e um ambiente seguro com estrutura arquitetônica como manda todos os casos de locomoção de dificuldades dos alunos. Em relação à escola, Mantoan afirma: “É a escola que deve mudar, e não os alunos, para terem direito a ela, isto é, a escola precisa respeitar e adaptar a necessidade de todos” (Mantoan 2005). A escola deve desenvolver um atendimento de qualidade ao seu público alvo, como um ensino-aprendizagem significativo e inclusivo. Na escola inclusiva são necessários profissionais especializados no atendimento educacional aos educandos com necessidades educacionais especiais, entre eles podemos destacar, (Pediatra, Fonoaudiólogo, Terapeuta Ocupacional, Fisioterapeuta, Psicólogo e Psicopedagogo).

2.2 A INFLUÊNCIA DO BRINQUEDO NO AMBIENTE E DOS ESTÍMULOS NO PROCESSO DE ENSINO – APRENDIZAGEM NA INCLUSÃO SOCIAL

A fase do lúdico é a mais importante no desenvolvimento das potencialidades da criança, do adolescente, do adulto e até mesmo do idoso, seja ela pessoa especial ou não, o processo lúdico é necessário para todas as pessoas, sendo o mesmo indispensável na formação ativa das mesmas. O lúdico é uma ferramenta essencial ao aprendizado e ao desenvolvimento cognitivo humano.

Um ambiente calmo e tranquilo faz toda diferença para os educandos de forma há inclui–lós no ambiente formal e não formal para que não ocorra futuramente no decorrer de suas vidas maiores dificuldades no enfrentamento com a questão da exclusão social que ainda prevalece em alguns contextos. O lúdico é uma possibilidade de integração, interação e ensino-aprendizagem entre as crianças com limitações específicas e as crianças sem tais limitações. O adulto-mediador da criança com necessidade educativa especial deve ter o entendimento que mediar, significa possibilitar a essa criança a construção de sua própria autonomia, de seu próprio conhecimento e deve ser de fato uma ação intencional. Em relação ao brincar, Maluf (2003) descreve que:

[…] através do brincar, a criança prepara-se para aprender. Brincando, ela aprende novos conceitos, adquire informações e tem um crescimento saudável. Toda criança que brinca vive uma infância feliz. Além de tornar-se um adulto muito mais equilibrado física e emocionalmente, conseguirá superar com mais facilidade problemas que possam surgir no dia a dia […]. Todo aprendizado que o brincar permite é fundamental para a formação da criança, em todas as etapas da sua vida, (MALUF, 2003, p. 20-21).

É necessário respeitar as competências próprias da idade dos educandos e de suas possibilidades de participação nas atividades. Para as pessoas com necessidades educativas especiais o ambiente e o tempo são valiosos, assim como os estímulos internos e externos no processo de ensino – aprendizagem, e quanto mais cedo forem estimuladas e inseridas no processo de inclusão social, maior será a probabilidade dos mesmos se desenvolver cognitivamente. O cotidiano deve ser harmonioso, espaçoso, lúdico e mediado pelo adulto (família, especialista, educador).  O ambiente/ espaço tanto formal, quanto informal, é um excelente recurso para a escola e para a família dos portadores de necessidades educativas, quando os espaços são bem utilizados e aproveitados por docentes, alunos e familiares, o mesmo torna-se benéfico para a socialização e a integração dos educandos na educação especial/ inclusiva. Mesmo que algumas pessoas demostrem pouco ligação com o ambiente, o mediador precisa desenvolver o interesse das mesmas pelo espaço. O espaço é a oportunidade que se tem em um devido lugar para aplicar atividades prazerosas que favoreça o ensino – aprendizagem.

A ligação com o ambiente desenvolve capacidades significativa e comunicativa no ensino-aprendizagem, o espaço deve ser adequado às necessidades cotidianas dos educandos, onde os próprios devem sentir-se motivados a se desenvolverem. O cotidiano se torna mais significativo quando se possui o lúdico no ambiente (casa, escola, comunidade), quanto mais cedo, pais, professores e comunidade escolar se conscientizarem da influência significativa do procedimento lúdico na educação das crianças com necessidades educacionais especiais, maiores serão as chances de obter resultados positivos no ensino, pois o brincar favorece a independência das crianças, estimula o contato visual e auditivo, desenvolve as habilidades motoras das crianças, a imaginação e a criatividade. Muitas das aquisições positivas na vida de tais alunos se deram no brincar.

A influência do brinquedo segundo Vygotsky (1989).

[…] é enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de numa esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não por incentivos fornecidos por objetos externos. (VYGOTSKY, 1989, p. 109)

Na escola o cotidiano das crianças com necessidades educacionais especiais deve ser desenvolvido diariamente com base em estímulos, os estímulos devem ser adquiridos pelo mediador e favorecido no brinquedo e no ambiente aos seus educandos, pois através brincar e da mediação do educador o ensino-aprendizagem se torna significativo, prazeroso e encantador há todos os educandos.

2.3 A CONQUISTA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA COM A TEORIA DA MODIFICABILIDADE COGNITIVA ESTRUTURAL DE REUVEN FEUERSTEIN.

O processo inclusivo na escola, assim como no meio social é um processo lento, mas vantajoso há todos, principalmente para aqueles com (NEE) que necessitam de nossa total atenção, dedicação, tempo e respeito as suas diferenças, respeito às diferenças é uma questão de princípio e ética humana. Deve-se preservar a diversidade cultural, utilizar a mesma como um elemento enriquecedor da prática educativa, social e do desenvolvimento dos educandos com necessidades educacionais especiais. As escolas juntamente com seus profissionais da educação devem promover um ensino-aprendizagem significativo, modificável e benéfico há todas as pessoas com limitações, incluindo no seu processo de ensino o respeito aos diferentes ritmos de aprendizagem.

Contemporaneamente, ainda há pessoas que não acreditam que o ser humano possa ser modificável, com tudo buscamos refletir, por exemplo, se o educador trabalha com crianças, jovens e adultos com necessidades educativas especiais e não acredita ou tem dificuldades em entender a capacidade de regeneração e modificabilidade cognitiva dos mesmos, a situação do ensino-aprendizagem com certeza será desastrosa e complicada no processo de inclusão.

Nesse processo, onde o docente ou á família desacreditam que é possível a transformação cognitiva, perde-se a chance do agir na vida do educando. Essa reflexão certamente acrescenta aspectos negativos para a educação brasileira, péssimo exemplo os educadores que não acreditam, e á escola que se acomoda em seu espaço e em sua estrutura. Observa-se que se não houver estímulos no ensino e no ambiente, certamente não haverá avanços na educação, pois o brinquedo, o ambiente, a autonomia do alunado, a mediação do educador e os estímulos do meio fazem toda a diferença na conquista da modificabilidade cognitiva de qualquer ser humano.

Devemos acreditar que somos modificáveis, como nos prova a Teoria do psicopedagogo Reuven Feuerstein desenvolvida em Israel e aplicada em diversos países por conta de seus resultados conquistados. O postulado básico da Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural de Reuven Feuerstein, que está alicerçada em um axioma universal: “Todo ser humano é modificável”. O ser humano é incrível, possui uma capacidade cognitiva admirável, um cérebro magnífico com dois hemisférios o direito e o esquerdo, capazes de se desenvolverem com base nos estímulos do meio, de se adaptar as várias situações, ambientes e a métodos de ensino-aprendizagem, provando que todos os seres humanos são capazes de aprender, indiferentemente de sua origem, de suas dificuldades e de suas necessidades físicas e funcionais.

Abaixo detalhado dois exemplos surpreendentes de pessoas com necessidades especiais que mesmo com suas limitações conseguiram reverter o diagnóstico médico, e com base em estímulos se adaptaram a modificabilidade cognitiva estrutural.

Quando Feuerstein recebeu a notícia de que seu neto havia nascido com síndrome de Down, comunicou a todos: “Deem-me os parabéns! Sou avô, meu neto nasceu com síndrome de Down”. Na sua Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural, o psicopedagogo Reuven Feuerstein, afirma que, a inteligência de qualquer pessoa, independentemente de sua idade pode ser “expandida”, por exemplo: seu neto portador de síndrome de Down teve sua inteligência estimulada por seus métodos desde o seu nascimento, e sempre frequentou escola normal com bom desempenho. Feuerstein (2002) fundamenta-se na crença que todo ser humano é capaz de modificar-se, independente de sua origem, etnia, idade ou condição genética, assim define:

Modificabilidade (cognitiva) é a propensão (potencial) de um indivíduo se modificar através de ambas as experiências de aprendizagem direta e mediada direcionadas para necessidades estruturais e comportamentais. Em resposta a apresentação de intervenções de mediação que sejam sistemáticas, planejadas e repetitivas num período de tempo e através de 16 variações na exposição de estímulos, o sujeito se torna plástico e modificável, cada vez mais favorável à exposição aos estímulos diretos. A propensão para a modificabilidade pode ser avaliada através de procedimentos dinâmicos, e pode ser influenciada pela EAM oferecida em contextos situacionais estruturados. (FEUERSTEIN; FALIK; FEUERSTEIN, 2006, p.16).

É maravilhoso repensarmos a importância e o papel da Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural. Essa Teoria como tantas outras, prova que podemos incluir pessoas com necessidades educativas especiais em turma normal, e isso pode acontecer se acreditarmos assim como Reuven Feuerstein e trabalharmos diariamente com métodos estimulantes no ensino-aprendizagem dos educandos, quanto mais cedo iniciarmos esse processo de ensino, maiores serão as chances de modificabilidade dos educandos. Nós professores, devemos mediar à consciência da modificabilidade, de forma a ajudar o aluno a acreditar que ele consegue aprender e que o erro faz parte do ensino-aprendizagem, assim como crescer e evoluir. O Segundo exemplo de Modificabilidade Cognitiva é o caso do menino Victor de Aveyron.

No ano de 1798, tinha sido avistado em uma floresta francesa da região de Aveyron um “animal” parecido com um ser humano. Anos depois, aparentando ter 12 ou 13 anos de idade, o menino foi capturado, sendo o mesmo chamado de Victor em referencia á sua vitória por ter sobrevivido. As hipóteses mais prováveis sugeriam que o menino fora abandonado por seus pais quando ele tinha 4 anos de idade e que acabara sobrevivendo por ter se alimentado de frutos da floresta e folhas.

Tendo sido avaliado pelo famoso Dr. Pinel quanto á sua inteligência, foi diagnosticado como surdo e incapaz de aprender qualquer coisa. Não aceitando tal diagnóstico, o Dr. Itard, discípulo de Pinel, trabalhou diretamente com o menino, ensinando-lhe até mesmo noções básicas, como sensações de quente e frio. No trabalho realizado com Victor, o Dr. Itard modificou e adaptou as técnicas de ensino conhecida, pois ele acreditava na possibilidade de mudança do menino, e muitos anos depois, os progressos de Victor eram evidentes e comprovavam que o ser humano, por pior que seja seu estado inicial, tanto físico quanto mental, pode se modificar, aprender e evoluir. O que fez a diferença no caso do menino Victor, foi à crença do Dr. Itard na possibilidade de mudança por meio da aprendizagem. Victor aprendeu até mesmo a ouvir, deixando de ser “surdo” como registrado no primeiro diagnóstico. Acreditar na modificabilidade, na capacidade de aprendizagem e evolução do ser humano, foi o que motivou o Dr. Itard a criar metodologias diferenciadas para ensinar o menino e ajudá-lo a evoluir.

A Teoria da Modificabilidade Cognitiva é uma conquista, um exemplo de inclusão, de superação dos preconceitos e do diagnóstico médico, de possibilidades da modificabilidade humana e da capacidade das pessoas com NEE se adaptar, se transformar e viver em sociedade. Talvez para alguns educadores essa Teoria não seja válida ou não seja fácil de ser compreendida, mas acredita-se que todo profissional da educação deve ter conhecimento sobre tal Teoria, a mesma possibilita aos docentes desenvolver um olhar modificado em relação ao educando com necessidade educacional especial, seja lá qual for à gravidade. O docente que possui conhecimentos aprofundados sobre a tal Teoria, certamente desenvolverá um olhar de motivação/ modificabilidade diante as dificuldades de seus alunos e não um olhar de espanto perante as dificuldades encontradas. Ainda se analisa em muitas escolas professores atuando sem formação complementar ou especialização na área da educação especial e inclusiva, isso causa preocupação e indignação por parte da população, pois é nesses casos onde docentes sem formação continuada atuem que perdemos a capacidade de mudança, de reabilitação dos alunos com NEE, pois tais professores não adquiriram conhecimentos precisos para lidar com a questão da modificabilidade cognitiva dos educandos, essa situação, infelizmente fragmenta o processo de ensino-aprendizagem tornando-o um fracasso. Só docentes especializados podem atender há esses alunos, a formação continuada é necessária e deve ser exigida dos professores. As escolas inclusivas necessitam de profissionais com formação complementar voltada ás necessidades das pessoas com limitações específicas.

A Teoria é um estímulo a todo professor em fazer a diferença, lembrando que não devemos se conformar em aceitar apenas um diagnóstico médico, mas devemos insistir em novos resultados e novos diagnósticos a todo o momento, investir seriamente no aluno, utilizar da Teoria dos métodos já comprovados para realizar transformações nos ambientes através dos mais diferenciados processos de estímulos e da mediação do professor, como também de materiais concretos e diversificados, onde o professor avalia o progresso de seus alunos. Nossa tarefa quanto educadores deve ser desempenhada com comprometimento, buscando desenvolver estímulos e consciência nos alunos de modo concreto. Não basta dizermos aos nossos alunos “Olha vocês evoluíram parabéns”, é preciso mais do que palavras, é necessárias mudanças profundas no sistema escolar, e isso acontece somente com atitudes mediadoras e transformadoras do professor ao meio. A mediação do professor vai além de um simples elogio ou de uma breve explicação, mas é importantíssimo que o professor–mediador construa situações/ problemas para que os educandos com necessidades educacionais especiais percebam passo a passo seu progresso de forma real e significativa.

3. METODOLOGIA

Na procura de analisar o processo da educação especial e educação inclusiva, assim como os fundamentos no ensino-aprendizagem, os métodos criativos no desenvolvimento cognitivo, (brinquedos, ambientes e estímulos) e a modificabilidade cognitiva, a realização e conclusão desde trabalho baseou–se em pesquisa bibliográfica exploratória, realizada em bibliotecas e escolas pública do município de Bela Vista da Caroba–PR, (livros e obras de autores, livros de literatura, livros de metodologia científica, obras literárias, cadernos). Na pesquisa identificou-se que o estímulo é fundamental no cotidiano das pessoas com necessidades especiais, podendo ser desenvolvido com a aplicação de atividades lúdicas, (brinquedos variados, danças, livros ilustrativos, contos de histórias, jogos diversificados etc.). A prática do lúdico nas brincadeiras deve ser realizada em contextos formais e não formais.

A pesquisa bibliográfica científica como citada acima, foi realizada com base em livros e artigos referente assunto abordado educação especial e inclusiva, analisada em escritos meramente pedagógica sob a visão de vários autores e suas obras como Reuven Feurstein. Na busca por obter respostas aos questionamentos suscitados pela consecução das metas estabelecidas, optou-se pelo estudo de natureza qualitativa, para Chizzotti (1991, p. 79) “Parte do fundamento de que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interpendência viva entre o sujeito e o objeto, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito”. O estudo dessa natureza qualitativa possibilitou um aprofundamento sobre o tema proposto na área educacional especial, desenvolvida através do conhecimento/ reflexão e com base em análise sobre o tema norteador do trabalho.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sabemos que a inclusão social é uma questão de ética humana, e quem não for a favor dela, certamente estará cometendo um crime contra os valores e os princípios fundamentais da vida em sociedade. Na busca de analisar o processo de educação especial e educação inclusiva, baseei-me em pesquisa bibliográfica exploratória de natureza qualitativa, desenvolvida por meio de diversos materiais didáticos impressos de fonte confiável.

O estudo baseou-se principalmente na análise histórica da educação especial e do método de inclusão social, nos estímulos do ambiente e do brinquedo na conquista da Modificabilidade Cognitiva. Na inclusão das pessoas com necessidades especiais o papel dos pais é muito significativo frente ao processo de inclusão social e escolar de seus filhos. O papel da sociedade também é importante na luta em reverter esse quadro de preconceitos e discriminação pela qual passam as pessoas com necessidades especiais devido as suas limitações.

Realmente, ainda há pessoas limitadas e excluídas da sociedade por não se enquadrar no padrão de beleza e inteligência que a tal sociedade contemporânea acredita ser o “mais importante no ser humano”. É sabido que a inclusão social nem sempre acontece de um modo fácil, já que alguns encontram dificuldades em aceitar as diferenças, mais é possível através da conscientização abrir caminhos para que o processo de inclusão ocorra gradativamente. Não devemos deixar de lutar pelas pessoas “especiais”, pois nunca sabemos o dia de amanhã, e devemos agir e conscientizar a sociedade, pois o padrão estabelecido de beleza passa, envelhece e sai de moda, mas os distúrbios e as doenças permanecem no ser humano, algumas pela vida toda. O tema abordado resultou um grande aprendizado em questão á problematização abordada, á reflexão da realidade, análise dos processos de inclusão x exclusão e modificabilidade cognitiva. Em forma de conclusão do artigo científico, pode-se afirmar que as contribuições trazidas pelo trabalho foram gradativamente significativas. Verificou-se que a inclusão social é possível, e através dela se obtêm maiores oportunidades e capacidade de estabelecer laços e se desenvolver fisicamente e cognitivamente. Contudo, os estímulos da família, da escola e sociedade para com essas pessoas, contribuem para que sejam membros ativos na construção de conhecimentos. Devemos abranger todos os âmbitos, isto é, participar e colaborar na busca de conscientizar as pessoas que as diferenças são normais, assim como a necessidade de um processo inclusivo em todas as dimensões da sociedade.

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[1] Graduada em Pedagogia (FACINTER), Especialização em Educação Especial e Inclusiva (FACINTER), Especialização em Docência no Ensino Superior (Faculdade de São Luís).

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Rosane Machado de Oliveira

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