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Marketing para o mercado de eventos: o comportamento do consumidor

RC: 20459
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CONTEÚDO

QUIRINO, Gabriel Manganaro Ramos [1]

QUIRINO, Gabriel Manganaro Ramos. Marketing para o mercado de eventos: o comportamento do consumidor. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 09, Vol. 07, pp. 38-52 Setembro de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

O comportamento do consumidor sofre diversas influências que determinam seu modo de agir. Frente a isso, a atuação dos profissionais do marketing na busca pelo conhecimento da personalidade de seus consumidores torna-se determinante para o sucesso (ou não) de determinada marca, produto e/ou serviço. Posto isso, o conhecimento, estudo e monitoramento constante do comportamento dos consumidores torna-se extremamente relevante, resultando na denominada personalização das estratégias a serem tomadas pela organização, com vistas a aprimorar a troca de satisfação das necessidades entre empresa e cliente. Com o esse empenho é possível que a empresa mantenha os antigos e crie consumidores, fazendo com que seu encantamento pela estrutura da organização gere cada vez mais vendas e, consequentemente, lucro. Diante disso, o presente artigo, utilizando-se da pesquisa bibliográfica, busca compreender os fatores que influenciam no comportamento dos consumidores, juntamente com suas variáveis, atentando-se, em especial, à utilização do marketing no mercado de eventos para alcance dos objetivos de venda e lucratividade.

Palavras-chave: Marketing, Comportamento do consumidor, Mercado de eventos, Decisão de compra.

INTRODUÇÃO

O estudo detalhado dos diversos e diferentes comportamentos dos consumidores mostra-se cada vez mais importante para os profissionais de marketing e gestores empresariais. Através da análise desses comportamentos, a empresa pode criar melhores estratégias para promoção, lançamento e venda de seus produtos/serviços, melhorando a satisfação de seus clientes e, consequentemente, seu sucesso no atual mercado competitivo.

Na decisão pela compra ou não de determinado serviço ou produto, a atuação do marketing e o estudo do comportamento do consumidor têm se tornado fatores decisivos para o sucesso das empresas, vez que tal decisão, bem como a satisfação, são influenciados por fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos, os quais precisam ser bem conhecidos e cuidados pelas organizações.

Diante disso, a cada dia se torna mais importante que os clientes estejam encantados pelas empresas que podem satisfazer suas necessidades, sendo que esse encantamento se torna decisivo para a realização da compra, bem como para sua fidelização e atração de novos consumidores.

Nesse contexto, o marketing surge com as necessidades e desejos do ser humano, de modo que a compreensão mais aprofundada sobre o que o leva a adquirir determinado produto demonstra o sucesso ou não de uma estratégia elaborada (KOTLHER, 1998, p. 18).

Posto isso, na buscar para obter as informações a respeito de seus consumidores, é possível ao marketing desenvolver diferenciados tipos de estratégias, dividindo e agrupando seus clientes em um banco de dados, a fim de satisfazê-los conforme os desejos de cada um.

2. O CONSUMIDOR

Nas palavras de Churchill Jr e Peter (2005, p. 146), “consumidores são pessoas que compram bens e serviços para si mesmas ou para outros, e não para revendê-los ou usá-los como insumos”.

Frente a isso, Druker (1994,) apud Portela (2011, p. 7) consagra que a criação de consumidores deve ser a primeira tarefa de uma empresa, sendo fundamental compreender

que a satisfação e probabilidade de recompra por parte desses depende especialmente da superação, ou não, da expectativa de valor.

2.1 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR

Inicialmente, conforme Menezes (2012, p. 1), “o estudo do comportamento do consumidor necessita combinar elementos da psicologia, sociologia, economia e antropologia social, buscando compreender o processo de tomada de decisão do comprador, tanto individualmente como em grupo”, isso, porque, nas palavras de Ribeiro (2010, p. 1), o comportamento do consumidor envolve desde a seleção do produto até seu consumo final.

A área do comportamento do consumidor estuda como os indivíduos tomam decisões de gastar seus recursos disponíveis (tempo, dinheiro, esforço) em itens relacionados ao consumo. O comportamento do consumidor engloba o estudo de o que compram, por que compram, quando compram, onde compram com que freqüência compra e com que freqüência usa o que compram (MENEZES, 2012, p. 1).

Por sua vez, para Oliveira (2007, p. 2), o comportamento do consumidor não pode ser definido conforme um padrão ou modelo pré-estabelecido, vez que “representa a união de distintos fatores sociais e psicológicos que o fazem eleger um determinado produto e preterir a outro”.

De acordo com Rez (2016, p. 1), o estudo do comportamento do consumidor, fundamental para os profissionais de marketing, deve ser baseado na pirâmide de Abraham Maslow, a qual estabelece os níveis de necessidade do ser humano conforme seu grau de realização.

Assim, a denominada pirâmide de Maslow, separa as necessidades humanas em 5 (cinco) grupos, conforme demonstra a Figura 1. Na base, coloca as necessidades relacionadas com a fisiologia, englobando as necessidades básicas de viver, respirar e se alimentar; após, a segurança, trazendo a necessidade de emprego, renda e saúde física; em terceiro, amor e relacionamento, envolvendo a família e o círculo de amizades; na sequência, a estima, visando suprir a confiança e respeito a si mesmo e aos demais; e, por fim, a realização pessoal, trazendo a consciência de moralidade, criatividade, capacidade de aceitação dos fatos e nível intelectual superior.

Figura 1 – Pirâmide de Maslow

Posto isso, Portela (2011, p. 10) esclarece que a satisfação das necessidades segue a prioridade disposta na pirâmide, ou seja, “as pessoas tentam primeiro satisfazer as necessidades básicas, como as fisiológicas – alimento e descanso – para após satisfazerem as necessidades de categorias superiores como segurança, estima e autorrealização”. Assim, as necessidades de níveis superiores ficam dormentes enquanto as de nível mais baixo não forem atendidas.

Diante disso, o surgimento de uma necessidade faz com que surja o impulso que leva à motivação para o ato de comprar.

Com base na hierarquia de Maslow e através de estudos os profissionais do marketing podem satisfazer de maneira eficiente os desejos e necessidades existentes dos consumidores. O estudo do comportamento do consumidor objetiva o entendimento da percepção do consumidor para que com tais informações os profissionais do marketing consigam influenciar as compras. Pois uma pessoa motivada está pronta para agir e a influência da percepção que ela tem da situação é o ponto inicial (KOTLER, KELLER, 2006).

A partir disso, Portela (2011, p. 10) também esclarece que toda a compra está baseada em uma necessidade, a qual pode surgir de sensações internas, tais como fome, autoafirmação ou status, bem como de estímulos externos, como um convite ou anúncio em uma revista.

De acordo com Oliveira (2007, p. 4), “há vários fatores que podem determinar o comportamento do consumidor, fazendo com que a compra não siga as mesmas etapas de um processo considerado normal”.

Nesse contexto, tem-se que, geralmente, o processo de tomada de decisão de compra pode ser (a) rotineiro – na compra de produtos simples, baratos e conhecidos; (b) limitado – envolvendo um nível moderado de atividade de pesquisa e compra; ou (c) extensivo – com uma considerável atividade de pesquisa e compra, geralmente utilizada na aquisição de produtos complexos, caros, pouco conhecidos e bastante significativos para os consumidores (CHURCHIL; PETER, 2005, p. 47).

Assim, ao compreender que as necessidades levam à motivação, o marketing deve se atentar, também, ao processo de decisão de compra.

De acordo com o Sebrae (2015, p. 1) algumas variáveis influenciam no comportamento do consumidor, de modo que o pleno conhecimento dessas torna mais fácil o alcance dos desejos e necessidades do consumidor. Posto isso, essas variáveis podem ser caracterizadas por quatro fatores, quais sejam: (1) culturais: engloba a cultura, subcultura e classe social, esclarecendo que “as pessoas acabam adquirindo um conjunto de valores, percepções, preferências e comportamentos através da vida em sociedade. Com relação a esse fator, Menezes (2010, p. 1) esclarece que uma vez compreendidos os fatores culturais, os profissionais de marketing podem aumentar sua probabilidade de sucesso, eficácia e ascensão de produtos ao mercado; (2) sociais: trazendo os grupos de referência, família e papéis sociais, ou seja, envolvendo todas as pessoas que influenciam os sentimentos, pensamentos e, consequentemente, comportamentos dos consumidores. Ademais, para Menezes (2010, p. 1), os fatores sociais podem ser divididos em primários (família, amigos, vizinhos e colegas de trabalho), secundários (grupos religiosos e profissionais de classe), aspiração (grupos onde a pessoa espera pertencer) e dissociação (grupos com valores ou comportamentos que a pessoa rejeita); (3) pessoais: traz as características particulares das pessoas-consumidores, atentando-se à sua idade e estágio do ciclo de vida, ocupação, condição econômica, estilo de vida e personalidade. Nesse contexto, tem-se que “cada consumidor reage de forma distinta sob estímulos idênticos. A estrutura do conhecimento, opinião ou crença acerca do ambiente e de si próprios leva os consumidores a agir cada um de maneira desigual” (MENEZES, 2010, p. 1); (4) psicológicos: definindo-se que as escolhas do consumidor são influenciadas pela motivação (desejo), percepção, aprendizagem e crenças (atitudes), assim, “o entendimento do comportamento humano se faz através do diagnóstico de suas necessidades, visto que todo o

processo de tomada de decisão baseia-se na percepção das necessidades satisfeitas” (MENEZES, 2010, p. 1).

Ainda no estudo dos fatores, importante ressaltar, de acordo com Menezes (2010, p. 1), que “a motivação é uma força interior que se modifica a cada momento durante toda a vida, onde direciona e intensifica os objetivos de um indivíduo”. Assim, na tomada de decisão de compra, é imprescindível que o consumidor esteja motivado a comprar ou, então, que a compra lhe traga alguma motivação.

A motivação refere-se a um estado alterado de uma pessoa, o qual conduz a um comportamento voltado a um objetivo. Ela é constituída de várias necessidades, sentimentos e desejos que conduzem as pessoas a este comportamento. A motivação começa com a presença de um estímulo que impulsiona o reconhecimento de uma necessidade (MOWEN; MINOR, 2003, p. 121).

Assim, é no momento em que os consumidores percebem que possuem uma necessidade que surge a motivação, ou seja, o impulso para atende-la.

2.2 O PROCESSO DE COMPRA

Nos dizeres de Portela (2011, p. 12), no processo de decisão de compra o consumidor passa por cinco etapas, sendo o conjunto conhecido por mapeamento do sistema de consumo, mapeamento do ciclo de atividade do cliente ou mapeamento do cenário do cliente.

Figura 2 – Modelo dos 5 (cinco) estágios do processo de compra do consumidor.

Conforme a Figura 2, a primeira etapa, denominada de reconhecimento do problema, traz o momento em que o consumidor reconhece sua necessidade em adquirir determinado produto ou serviço, seja por estímulo interno ou externo.

No momento que os consumidores percebem que têm uma necessidade, o impulso para atendê-la é denominado motivação. O reconhecimento de uma necessidade é o primeiro passo para o consumidor comprar produtos e serviços.

necessário conhecer o máximo possível o que motiva os consumidores, para que assim se criem estratégias direcionadas para atender essas motivações (LEMOS, 2009, p. 1).

A segunda etapa, conhecida como busca de informações, impulsiona o consumidor interessado a buscar informações sobre aquilo que deseja adquirir. Nessa fase, dependendo da experiência do consumidor, a busca de informações pode ser feita em cinco fontes básicas: fontes internas, que estão armazenadas em sua memória pessoal; fontes de grupo ou pessoais, através da consulta a outros pessoas; fontes de marketing ou comerciais, por meio de informações em embalagens, vendedores, propagandas, entre outros; fontes públicas, as quais são independentes dos profissionais de marketing e outros consumidores, incluindo, assim, os artigos de mídia sobre os produtos ou classificações feitas por organizações independentes; e fontes de experimentação, vez que os consumidores podem ter acesso aos produtos de forma a prova-los e/ou testá-los (LEMOS, 2009, p. 1).

Na sequência, a terceira etapa – avaliação de alternativas, caracteriza-se pela análise das informações coletadas na busca da melhor maneira em se satisfazer as necessidades e desejos. Assim, de acordo com Kotler (1998, p. 57), no processo de avaliação, o consumidor busca, primeiramente, satisfazer sua necessidade e, logo após obter benefícios a partir do que

  • oferecido pelo produto. Assim, ele enxerga o produto como um conjunto de atributos, com capacidades diferentes e apto a prestar os benefícios anunciados.

A quarta etapa, por sua vez, traz o momento de decisão de compra, ou seja, o momento em que, após avaliar suas opções, o consumidor opta em fazer a compra, decidindo o que, onde, quando comprar e como pagar.

No processo de decisão de compra, alguns fatores incidem sobre a decisão do consumidor, o primeiro fator é a atitude dos outros, ou seja, se um consumidor recebe um conselho de um amigo é bem capaz dele mudar totalmente de idéia em relação a um produto que ele estava pensando em adquirir, por outro lado, quando um consumidor recebe conselhos por alguém que já usa determinado produto, influencia positivamente. Os fatores situacionais imprevistos também influenciam no processo de decisão de

compra, como por exemplo, quando o consumidor fica desempregado ou é mal atendido por um vendedor (KOTLER apud LEMOS, 2009, p. 1).

Por fim, a quinta etapa traz o comportamento pós-compra ou avaliação da compra, que, como o próprio nome sugere, caracteriza-se pela avaliação formal e informal do consumidor sobre o resultado da compra. Nessa etapa final, se o desempenho da compra atende às expectativas, tem-se a satisfação do cliente; se excede, tem-se o seu encantamento, sendo que é a partir desses sentimentos que se conseguirá, ou não, a fidelização do cliente à empresa, bem como seus comentários favoráveis ou desfavoráveis.

3. O MARKETING

Para Vavra (1993) apud Lourenço (2008, p 21), o marketing envolve todo o processo de “conceber, produzir, fixar preços, promover e distribuir ideias, bens e serviços que satisfazem as necessidades de indivíduos e organizações”.

A função principal do marketing é satisfazer os clientes, sendo, portanto, utilizado por diversas organizações para divulgar a marca, atrair clientes, obter lucros, de modo que “caso uma organização escolha um marketing sobre um de seus produtos de forma que não deixe o cliente satisfeito ou não gere interesse pelo seu produto, acarretará em resultados negativos e inesperados pela organização” (AKKARI, TASSÁRA, 2015, p. 11).

Posto isso, no bom relacionamento com o cliente, é necessário que a empresa se atente ao objetivo de oferecer produtos ou serviços que satisfaçam as necessidades de seus consumidores, vez que, conforme Kotler e Keller (2006, p. 139), os clientes atualmente possuem diversas ferramentas para avaliar as empresas e buscar melhores alternativas.

Diante disso, para se adotar uma boa estratégia de marketing, é preciso que cada empresa considere o ambiente interno e externo na relação com seus clientes, implementando sua atuação através do composto de marketing, também conhecido por 4 P’s, quais sejam: produto, preço, ponto de venda e publicidade, os quais são definidos por MacCarthy (1997) apud Lourenço (2009, p. 22) como: (a) produto: “bem ou serviço destinado às necessidades do mercado-alvo; (b) ponto-de-venda: “a tarefa de levar o produto certo ao local onde está o consumidor”; (c) promoção: “comunicar ao mercado-alvo o produto certo”; (d) preço: “os gerentes de marketing além de desenvolver o produto, o ponto-de-venda e a promoção

corretos, devem também decidir os preços certos, estando atentos à reação do consumidor em relação a sua estratégia de preço e de seus concorrentes”.

A partir dos 4 P’s, tem-se o caminho para que as organizações elaborem suas estratégias de vendas para o cliente, visando alcançar seus objetivos. Nesse sentido, para Churchill e Peter (2005, p. 20), “o composto de marketing é uma combinação de ferramentas estratégias usadas para criar valor para os clientes e alcançar os objetivos da organização”, sendo que seus elementos devem ser utilizados para influenciar o comportamento do consumidor.

3.1 ESTRATÉGIAS E PLANOS DE MARKETING

Toda a atividade de marketing, conforme Kotler e Keller (2006, p. 135), deve ser pautada em disciplina e flexibilidade. Assim, ao mesmo tempo em que a empresa deve se apoiar em uma estratégia, deve, também, encontrar novas maneiras de aprimorá-las.

Voltado ao consumidor, o marketing deve atingir o objetivo de satisfazer as necessidades e desejos desses, retornando em lucro para o negócio, sendo que, diante da extrema competitividade que o mundo atual traz para os produtos e serviços, deve sempre se preocupar em entregar valor ao seu consumidor.

Para o sucesso de todo esse planejamento, Portela (2011, p. 3), destaca a necessidade de ação em três áreas: gerenciamento dos negócios da empresa, através de uma carteira de investimentos; avaliação dos pontos fortes do negócio, da taxa de crescimento do mercado e da posição da empresa no mercado competitivo; e estabelecimento de uma estratégia, a partir de um plano de ação com objetivos a longo prazo.

3.2 MARKETING PARA O MERCADO DE EVENTOS

Conforme Neto (1999) apud Akkari e Tassára (2015, p. 25), evento é “qualquer fato que pode gerar sensação e, por isso, ser motivo de notícia (seja este de cunho interno ou externo)”. Assim, a realização de um evento deve envolver criatividade, imaginação e, principalmente, algo atrativo e interessante para os patrocinadores/clientes, sendo que o seu insucesso pode levar à contradição da imagem da empresa, demonstrando uma fraqueza em seu desempenho.

De acordo com Zogbi (2017, p. 1) quatro itens são indispensáveis para a realização do mercado de eventos. São eles: (1) inovação; (2) qualidade; (3) segurança e (4) sustentabilidade.

A inovação surge com a atual necessidade de os eventos planejarem e maximizarem a experiência dos participantes, vez que com a tecnologia, é possível criar experiências surpreendentes e únicas, com impacto positivo, gerando valor para a marca e para os consumidores.

Por sua vez, a qualidade se relaciona com os equipamentos, produtos e serviços prestados pelas empresas, sendo desejável que o empreendedor esteja atento às oportunidades, focado sempre na ética e transparência.

A segurança define que os eventos devem ser sempre bem estruturados, sendo necessário, além de um ótimo planejamento, a atenção a alguns cuidados e medidas de segurança obrigatórios.

Por fim, a sustentabilidade traz a necessidade de o mercado de eventos se ajustar cada vez às modalidades de sustentabilidade ambiental, social e econômica, agregando valor para a empresa e posicionando-a em um patamar admirável pela sociedade e patrocinadores.

Hoje em dia para obter sucesso no mercado não basta satisfazer os clientes, as empresas devem inovar constantemente com o cliente de modo a criar ações inovadoras que os surpreenda positivamente para que possa criar um evento memorável para propagar em meio à sua rede social. Para isto, os eventos devem ser bem programados, planejados e executados para trazer ótimos benefícios para a organização, pois pode atrair os clientes, gerar interesses, despertar a curiosidade e causar euforia no consumidor (AKKARI, TASSÁRA, 2015, p. 8).

Com o exposto é possível entender que um evento bem-sucedido implica no alcance dos objetivos da empresa, levando ao seu prestígio e, consequentemente, sucesso.

4. O MARKETING E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR

Para Kotler apud Portela (2011, p. 1), “a administração de marketing é a arte e a ciência de escolher mercados-alvo e obter, manter e multiplicar clientes por meio da criação, da entrega e da comunicação de um valor superior para o cliente”. Assim, o marketing é a entrega de satisfação em forma de benefício para o cliente, sendo preciso que as organizações busquem constantemente essa satisfação, partindo das necessidades e desejos de seu público alvo.

A partir da percepção apurada do que significa satisfação para os clientes, o mercado atual tem se deparado com clientes cada vez mais exigentes, de modo que, a decisão pela compra de um produto ou aquisição de um serviço, tem ultrapassado a simples satisfação e se tornado uma necessidade de encantamento.

Frente a isso, inicialmente, Churchill Jr e Peter (2005, p. 4) destacam que dois tipos de clientes participam das trocas comerciais: os compradores organizacionais e os consumidores. Enquanto os compradores organizacionais se dedicam às compras para empresas, órgãos governamentais e instituições, os consumidores compram produtos e serviços para uso próprio ou para presentear terceiros.

Posto isso, a administração de marketing vem se adequando à necessidade de desenvolvimento de estratégias e planos de marketing, para que a conexão do produto ou serviço com o cliente torne a marca forte, desenvolva as ofertas ao mercado, obtendo, ao final, um crescimento bem sucedido (KOTLER E KELLER, 2006, p. 146).

4.1 VALOR PARA O CONSUMIDOR

Com a alta concorrência do mercado atual, uma estratégia de marketing bem desenvolvida tem se tornado o ponto forte do relacionamento com os clientes e sucesso do produto ou serviço.

Nesse contexto, conforme Portela (2011, p. 8), “empresas centradas nos clientes são capazes de construir clientes, não apenas produtos, e são hábeis em engenharia de mercados, não apenas em engenharia de produtos”. Assim, com a compreensão de que os consumidores

compram da empresa que, segundo sua visão, lhes oferece maior valor, tem-se a definição de que (a) valor entregue ao consumidor é a diferença entre o valor total esperado e o custo total do consumidor; (b) valor total para o consumidor é o conjunto de benefícios esperados por determinado produto ou serviço; (c) custo total do consumidor é o conjunto de custos esperados na avaliação, obtenção e uso do produto ou serviço.

Posto isso, ao precisar de determinado produto/serviço, o consumidor avalia, além do custo monetário, também seus custos de tempo, energia física e psíquica.

Conforme Churchill Jr e Peter (2005, p. 19), o marketing voltado para o valor se baseia em seis princípios que levam o produto ou serviço a desenvolver um valor superior para o cliente, são eles: (1) princípio do cliente, o qual implica na concentração em atividades de marketing que criem e forneçam valor para o cliente, levando as empresas a reconhecer que as trocas com os clientes são a vida das organizações; (2) princípio do concorrente, que leva à empresa a oferecer um valor superior quando comparada às opções da concorrência, fazendo com que os profissionais de marketing considerem não apenas o valor de seus produtos/serviços, mas também os de seus concorrentes; (3) princípio proativo, com o objetivo de melhorar as chances de sucesso da empresa através da mudança de seu ambiente, ou seja, as empresas não podem apenas reagir ao ambiente que lhes é imposto, devem também ser proativas e mudar mercados e ambientes para melhorar sua posição competitiva; (4) princípio inter-funcional, o qual estabelece a utilização de uma equipe inter-funcional para melhoria da eficiente e eficácia das atividades de marketing, vez que é preciso reconhecer a necessidade de interação entre os setores funcionais; (5) princípio da melhoria, com o objetivo de melhoria contínua do planejamento, implementação e controle de marketing; (6) princípio do stakeholder, ou seja, análise do impacto das atividades de marketing sobre os outros públicos que possuem interesse na organização, já que, em que pese sua atenção centrada no cliente, o marketing deve sempre estar atento aos indivíduos e grupo com interesse em suas decisões.

Portanto, a análise do comportamento do consumidor demanda que a organização e seus profissionais de marketing se atentem às necessidades, satisfação e valor que os potenciais clientes buscam e esperam alcançar.

CONCLUSÃO

Por todo o exposto, é possível compreender que o comportamento do consumidor é estreitamente relacionado ao modo com que percebe o produto e é sensibilizado a consumi-lo. Assim, o ato de comprar se torna apenas o final de todo o processo de decisão e análise da necessidade em adquirir ou não o produto/serviço, sendo importante, por isso, que o marketing esteja atento à motivação necessária para despertar a necessidade que impulsiona o consumo.

Atualmente é preciso que as organizações estejam cada vez mais próximas de seus clientes, atendendo e satisfazendo seus desejos e necessidades. Além disso, com a competição do mercado, é também preciso que os profissionais do marketing compreendam que o perfil do consumidor se modifica rapidamente com o surgimento de necessidades até então desconhecidas.

Assim, em que pese a globalização e os benefícios da internet, é preciso estar atento

  • exponencial propagação de tendências e valores, a qual traz uma incrível modificação na aceitação ou não de determinado produto/serviço. As estratégias de marketing devem ser inteligentes e eficazes, atingindo diretamente seu mercado-alvo, de modo não só a garantir a compra, mas também gerar a fidelização do cliente, de modo que o resultado seja satisfatório para todos os envolvidos.

REFERÊNCIAS

AKKARI, Luís Felipe Rodrigues; TASSÁRA, Matheus Gonzales. Marketing de eventos: dimensionamento e análise do mercado de eventos realizados na cidade de Marília. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Administração). Centro Universitário Eurípides de Marília – UNIVEM, 2015. Disponível em: < http://aberto.univem.edu.br/bitstream/handle/11077/1437/TCC%20Marketing%20Eventos.pdf ?sequence=1>. Acesso em: 28 ago. 2017.

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[1] Graduado em Marketing pela Faculdade Pitágoras de Londrina (2014), especialista em Docência do Ensino Superior (2016) e Gestão, Planejamento e Organização de Eventos (2018) pela Universidade Norte do Paraná – UNOPAR. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Marketing e Gestão de Pessoas. Já atuou como gestor operacional na empresa Íntegra Promotora de Vendas e consultor de marketing na empresa Imagine. Atualmente atua como professor e coordenador dos cursos de Administração e Gestão de Recursos Humanos da Faculdade Pitágoras de Londrina e Proprietário da empresa London Cred localizada em Londrina-PR

 

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Gabriel Manganaro Ramos Quirino

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