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Análise das demonstrações contábeis das centrais de abastecimentos de Minas Gerais S.A- Ceasa minas 2011 a 2013

RC: 20456
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CONTEÚDO

SANCHES, Vander Lúcio [1], MELO, Alan da Silva [2], SETTE, Rachel Bicalho [3], LEITE, Isadora Clotilde de Siqueira [4], PEREZ, Lara Godinho [5] CÂNDIDO, Marlúcio [6], NASCIMENTO, Kathleen Garcia [7]

SANCHES, Vander Lúcio. Et al. Análise das demonstrações contábeis das centrais de abastecimentos de Minas Gerais S.A- Ceasa minas 2011 a 2013. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 09, Vol. 07, pp. 11-37- setembro de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

Este artigo possui como objetivo principal interpretar quais foram as evoluções das demonstrações contábeis das Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S.A – Ceasa Minas no período de 2011 a 2013. Além disso, busca apresentar os conceitos e o contexto dos principais demonstrativos contábeis, dando ênfase ao balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício, caracterizar e apurar e identificar as evoluções dos índices da Ceasa Minas. Metodologicamente, a pesquisa utilizou abordagem qualitativa, pois tem caráter descritivo. Por ser um aprofundamento de estudo de análise e interpretação dos índices financeiros por meio de estudo de caso, utiliza-se de técnicas quantitativas para coleta de dados, porém a análise destes dados será quantitativa. A pesquisa se sustenta através de entrevistas e pesquisa documental. O uso desta pesquisa se justifica, devido à necessidade das empresas em conhecer sua capacidade de solvência para fazer comparações, diagnósticos e tomar melhores decisões gerenciais financeiras para a organização. Os resultados obtidos estão em harmonia com as teorias apresentadas. Foi constatado, portanto, em termos de evoluções, que no ano de 2011 a empresa apresentou melhores índices e que estes caíram com o decorrer do tempo. Apesar de a empresa ter conseguido manter sua capacidade de pagamento no curto prazo ela se encontra mais dependente capital de terceiros. Por fim, perante a entrevista feita na organização foi possível perceber que por ser uma empresa de economia mista do Governo Federal, as análises ajudam os gestores, mas estes possuem dificuldade para utilizar destas para agir estrategicamente.

Palavras-chave: Análise das Demonstrações Contábeis, Evoluções contábeis, Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Índices.

INTRODUÇÃO

O surgimento da análise das demonstrações contábeis, de forma sólida, teve início no final do século XIX, quando os banqueiros americanos solicitavam as demonstrações às empresas que desejavam contrair empréstimos (MARION, 2012). Nesta época, os balanços apresentados forneciam dados que eram examinados apenas superficialmente, afirma o mesmo autor. Além disso, destaca Marion (2012), que no começo do século XX, a literatura contábil mencionava a importância de comparações de dados das demonstrações financeiras, e com o passar dos anos, foi se desenvolvendo a noção de comparação de diversos itens do balanço patrimonial. A análise das demonstrações contábeis, também conhecida como análise das demonstrações financeiras, complementa Iudícibus (1995), desenvolveu-se, ainda mais, com o surgimento dos bancos governamentais de investimento, regionais ou nacionais, interessados na situação econômico-financeira das empresas tomadoras de financiamentos.

Devido à abertura do capital por parte das corporações, os acionistas necessitavam escolher empresas bem-sucedidas para fazer investimentos (MARION, 2012). Desta forma, a análise financeira das empresas tornou-se um instrumento de grande importância para a tomada de decisões, afirma o mesmo autor. Para Braga (1999), as demonstrações contábeis, tem por objetivo, revelar a todas as pessoas interessadas, as informações sobre o patrimônio e os resultados da empresa, a fim de possibilitar o conhecimento e a análise de sua situação financeira. A capacidade econômico-financeira de uma empresa é identificada por meio dos seus relatórios, registros e documentos contábeis chamados demonstrações financeiras, afirma Ribeiro (1997). Atualmente, as principais demonstrações financeiras são: Demonstração de Resultado do Exercício (DRE), Balanço Patrimonial (BP), Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) e Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), Demonstrações de Origens e Aplicação de Resultados (DOAR) e Demonstração do Valor Adicionado (DVA) esclarece Gitman (2012). A ênfase maior é dada à DRE e ao BP, uma vez que, por meio delas, é evidenciada, de forma objetiva, a situação financeira e econômica da empresa conclui o mesmo autor.

A DRE e a DMPL retratam o fluxo econômico, fornecendo uma visão financeira dos resultados das operações (GITMAN, 2012). O BP, para Gitman (2012), é um demonstrativo resumido da posição financeira da empresa. A DFC fornece uma síntese dos fluxos de caixa operacionais, de investimentos e de financiamento, explica o mesmo autor. A DOAR tem por finalidade indicar as modificações na posição financeira da companhia, discriminando as origens e aplicações dos recursos (MATARAZZO, 2003). De acordo com Zanluca (2015) a DVA, é um informe contábil que evidencia os valores correspondentes à formação da riqueza gerada pela empresa em um determinado período e sua respectiva distribuição aos empregados, financiadores de recursos, governos e acionistas. De forma resumida, o relatório de análise verifica quanto cada conta representa de um todo (MARION, 2012). Por meio da DRE e do BP, é possível extrair índices que ao serem transformados em informações possibilita ao tomador de decisão uma maior assertividade em suas escolhas financeiras e estratégicas para o melhor desempenho da organização conclui o mesmo autor.

Para Gitman (2012) A análise é feita por meio de algumas técnicas: vertical e horizontal, mediante índices de liquidez, endividamento, rotatividade, lucratividade e outros. Transformando esses índices em informação, obtém-se um relatório de análise que fornecerá, aos tomadores de decisões, comparações da situação econômico-financeira da empresa de um ano para o outro conclui o mesmo autor. O primeiro passo para a análise, é averiguar todas as demonstrações contábeis (MARION, 2012). O mesmo autor afirma, ainda, que é necessário ter as demonstrações de três períodos para as comparações do exercício atual e dos anteriores. Em seguida, deve-se averiguar sua credibilidade e depois preparar as demonstrações contábeis, de forma conveniente para a análise (MARION, 2012).

Perante o que foi exposto, o presente artigo visa ressaltar a relevância das empresas realizarem a análise das demonstrações contábeis por meio dos índices, pois estes mostram a capacidade de solvência da organização (MATARAZZ0, 2003). Com esses indicadores, é possível interpretar as evoluções entre um exercício e outro; realizar diagnósticos financeiros, fazer previsões sobre o desempenho futuro da empresa e, ainda, comparar esses mesmos indicadores com os de outras empresas, completa o mesmo autor. De acordo com Marion (2012), a análise contábil proporciona ao gestor uma informação confiável, comparável e em melhor qualidade para que se possa, estrategicamente, tomar a melhor decisão econômico-financeira para a empresa.

Diante deste contexto, este trabalho busca responder à seguinte pergunta: Quais foram às evoluções das demonstrações contábeis das Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S.A – CEASA MINAS no período de 2011 a 2013?

Nesta perspectiva, o objetivo principal deste estudo é interpretar quais foram às evoluções das demonstrações contábeis das Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S.A – CEASA MINAS no período de 2011 a 2013. Além deste, tem como objetivos específicos, apresentar conceitos e o contexto dos principais demonstrativos contábeis, de forma geral, dando ênfase ao balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício; caracterizar os índices financeiros; apurar os índices e por fim identificar quais foram às evoluções das demonstrações contábeis das Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S.A – CEASA MINAS no período de 2011 a 2013.

Para elaboração deste artigo, utiliza-se a técnica qualitativa quanto à abordagem. Por ser baseado em experiência, poder de avaliação e julgamento da situação. Quanto aos meios será realizado um estudo de caso das Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S.A – CEASA MINAS no período de 2011 a 2013. Por sua vez, quanto aos fins, a pesquisa será de caráter descritivo.

REFERENCIAL TEÓRICO

A análise das demonstrações contábeis objetiva extrair informações financeiras para a tomada de decisão aponta, Matarazzo (2003). A necessidade de averiguar essas demonstrações é tão antiga quanto a própria contabilidade (IUDÍCIBUS, 1998). Ainda para Iudícibus (1998, p.39) “relatório contábil é a exposição resumida e ordenada dos principais fatos registrados pela contabilidade, em determinado período.” Completa ainda o mesmo autor que as demonstrações financeiras (terminologia utilizada pela Lei das S.A) ou demonstrações contábeis são os mais importantes relatórios contábeis. As sociedades (S.A e LTDA) devem elaborar suas demonstrações em cumprimento das disposições legais da Lei 11.638/07, que substituiu a Lei 6.404/76 (ZANLUCA, 2015). De acordo com Braga (2006) o objetivo é alterar as regras contábeis tornando padrão as estruturas dos demonstrativos contábeis e assim disponibilizar estas informações para as partes interessadas, a fim de prestar contas aos mesmos. As principais mudanças foram a substituição da DOAR pela DFC (Art.176, IV); além da Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) para as S.A de capital fechado, as sociedades anônimas de capital aberto deverão publicar a Demonstração de Valor Adicionado (DVA) que evidencia de forma concisa os dados e informações do valor da riqueza gerada em determinado período e sua distribuição; entre outras modificações (FILHO, 2015).

2.1 CONCEITOS E O CONTEXTO DOS PRINCIPAIS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS

Relatório contábil é a exposição resumida e ordenada de dados colhidos pela contabilidade de uma empresa, essenciais para identificar seus resultados, esclarece Marion (2006). Continuando, o autor menciona ainda que, as Sociedades Anônimas (S.A.) e as Limitadas (LTDA) devem elaborar suas demonstrações contábeis em cumprimento legal, regido pela (Lei nº 11.638/07), com o objetivo de padronizar e tornar segura a informação contábil. Braga (1999) afirma que a Lei das Sociedades por Ações determina que, ao término de cada exercício social (12 meses) a administração da empresa faça elaborar, com base em sua escrituração contábil, demonstrações contábeis, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da empresa e suas mutações ocorridas no exercício.

Nesse contexto, Marion (2006) afirma que as demonstrações exigidas pela legislação societária são: balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício, demonstração das mutações do patrimônio líquido, demonstração dos fluxos de caixa. Além das demonstrações financeiras relacionadas, existem as notas explicativas que são complemento às demonstrações e tem como objetivo dar maior transparência as informações contidas nos relatórios contábeis, de modo que possibilitem perfeito entendimento das partes interessadas (IUDÍCIBUS, 1995).

2.1.1 BALANÇO PATRIMONIAL

De acordo com Marion (2006), o Balanço Patrimonial (BP), é a principal demonstração contábil já que reflete a posição financeira da entidade em um determinado momento, normalmente no fim do ano ou de um período prefixado. É constituído pelos bens, direitos, obrigações e o patrimônio total investido na empresa, estruturado em contas do ativo, passivo e patrimônio líquido, evidencia Morante (2007).

O ativo é composto por todos os bens e direitos de propriedade da empresa, estruturado por ordem decrescente de grau de liquidez, salienta Marion (2006). Em primeiro lugar, são agrupadas as contas que já são dinheiro (Caixa, Bancos, etc), com aquelas que converterão em dinheiro rapidamente (Títulos a receber, Estoque), este grupo é chamado de Ativo Circulante alega Marion (1998). Logo após, são agrupadas as contas que se transformarão em dinheiro mais lentamente, chamadas de Ativo Realizável a Longo Prazo (Valores a receber, mas que levam mais tempo para serem recebidos), completa Matarazzo (2003). Por fim, são agrupados os itens que dificilmente serão transformados em dinheiro, denominado Ativo Realizável à Longo Prazo (Prédios, máquinas) conclui Marion (2012).

Para Marion (2006), no passivo, estão todas as obrigações da empresa para com terceiros ordenados do menor para o maior prazo de vencimento. As contas pagas mais rapidamente chamamos de Passivo Circulante (Salários a pagar, Impostos, etc.) aponta Iudícibus (1998). O Passivo Não Circulante são contas que serão pagas num prazo mais longo e por fim existem as contas que não serão pagas, as obrigações com os proprietários da empresa, as obrigações não exigíveis que são chamadas de Patrimônio Líquido, completam o mesmo autor. Conforme a percepção de Marion (2012), o Patrimônio Líquido é a diferença entre o ativo e o passivo, está estruturado no mesmo lado do passivo, porém este evidencia os recursos dos sócios aplicados no empreendimento. Abaixo segue a estrutura básica do Balanço Patrimonial:

Quadro 1: Balanço Patrimonial

ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante
  • Realizável a longo prazo
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
  • Investimento
  • Capital Social

(-) Gastos com Emissão de Ações

  • Imobilizado
  • Reservas de Capital

Opções Outorgadas Reconhecidas

  • Intangível
  • Reservas de Lucro

(-) Ações em tesouraria

Ajustes de Avaliação Patrimonial

Ajustes Acumulados de Conversão

Prejuízos Acumulados

Fonte: www.portalcfc.org.br

Desta forma, o Balanço Patrimonial é a representação da forma de como os valores monetários da entidade estão disponíveis em um determinado período conclui Marion (2012).

2.1.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Sob o ponto de vista de Marion (2006), a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um grande indicador global de eficiência, pois indica o retorno resultante do investimento dos donos da empresa – lucro ou prejuízo. É o resumo das receitas e despesas da empresa, dado um período específico (IUDÍCIBUS, 1995).

A finalidade básica da DRE de acordo com Braga (1999, p.92) consiste na “formação do resultado gerado no exercício, mediante especificação das receitas, custos e despesas por natureza dos elementos componentes até o resultado líquido final – lucro ou prejuízo.” Inicia-se a DRE por meio das receitas que deduzidas dos tributos, dos custos e das despesas, operacionais ou não, e em seguida indica-se o resultado final líquido que pode ser lucro ou prejuízo, afirma Morante (2007). Abaixo segue a estrutura básica da Demonstração do Resultado do Exercício:

Quadro 2: Demonstração do Resultado do Exercício

RECEITA OPERACIONAL BRUTA
(-) Deduções e abatimentos da Receita Bruta
(-) Devolução de vendas/impostos e contribuições incidentes sobre venda
(-) Descontos/abatimentos
(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) Custos Produtos Vendidos
(-) Custo das Mercadorias Vendidas
(-) Custo dos Serviços Prestados
(=) LUCRO OPERACIONAL BRUTO
(-) Despesas Operacionais
(+) Recitas Operacionais
(=) LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IR E DA CSLL
(-) Provisão para IR e CSLL sobre o lucro
(=) LUCRO LÍQUIDO PÓS-PROVISÃO E ANTES DAS PARTICIPAÇÕES
(-) Participações
(=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

Fonte: Marion (2012)

A cada exercício social a empresa deverá apurar o resultado de sua atividade e apresentar a Demonstração do Resultado do Exercício salienta Iudícibus (1998). A Receita Bruta constitui a venda de produtos e serviços, incluindo todos os impostos cobrados e não excluindo as devoluções de mercadoria (ou produtos), e os abatimentos concedidos pelas mercadorias (ou serviços) em desacordo com o pedido (MARION, 1998). A Receita Líquida serve de base para cálculo do Lucro Bruto, é a receita real com a exclusão dos impostos, completa o mesmo autor. O Lucro Bruto é a diferença entre a venda de produtos ou serviços menos o custo sem considerar despesas administrativas, de vendas e financeiras (IUDÍCIBUS, 1998). O Lucro Operacional é resultante da atividade operacional da empresa, afirma Marion (1998). O mesmo autor ainda completo que, ao final depois da provisão do IR e da CSLL encontra-se o Lucro Líquido ou Prejuízo.

2.2 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS – ÍNDICES FINANCEIROS

Na percepção de Marion (2006), as análises das demonstrações contábeis são realizadas por meio de índices. Por meio do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício é possível extrair esses índices, completa o mesmo autor. Índice é um número usado para indicar a variação de um determinado item (MICHAELIS, 2004). O índice é a relação entre contas ou grupo de contas originadas das demonstrações contábeis para interpretar a situação econômico financeira de uma entidade (MATARAZZO, 2003). Por meio dos índices pode-se medir a capacidade da empresa em gerar lucro e sua capacidade de arcar com suas obrigações dos prazos previstos (MARION, 2006). As análises contábeis e os índices interpretam as evoluções internas e externas da empresa, a fim de compará-las com organizações semelhantes em porte, tamanho, setor etc. (BRAGA, 2006).

2.2.1 ANÁLISE

As duas principais características de análise de uma empresa são a comparação dos valores obtidos em determinado período com aqueles levantados em períodos anteriores e o relacionamento desses valores com outros fins (NETO, 2010). Desta forma, pode-se dizer que o critério básico que norteia a análise de balanço é a comparação, conclui o mesmo autor. Assim a comparação dos valores entre si e com outros de diferentes períodos oferece uma visão de como a empresa se encontra e se ela está evoluindo ou não (IUDÍCIBUS 1995). A partir da Análise horizontal e vertical, pode-se conhecer pormenores das demonstrações financeiras que escapam à análise genérica por meio dos índices evidencia Matarazzo (2003). Ainda o mesmo autor completo que a análise de balanços deve partir do geral para o particular, apontando, por exemplo, qual o principal credor e como se alterou sua participação em cada um nos últimos exercícios ou ainda pode mostrar que a empresa teve reduzida sua margem de lucro, etc.

2.2.1.1 ANÁLISE HORIZONTAL

A análise horizontal é a comparação que se faz entre os valores de uma mesma conta ou grupo de contas, em diferentes exercícios sociais Neto (2000). De acordo com Iudícibus (1995, p.92), “A finalidade principal da análise horizontal é apontar o crescimento de itens dos balanços e das demonstrações de resultados através dos períodos, a fim caracterizar tendências.” Portanto, a análise horizontal é obtida ao buscar identificar as evoluções que foram apresentadas durante vários períodos analisados (MARION, 2012). Para Iudícibus (1998) a finalidade da análise horizontal é apontar o crescimento de itens dos balanços e das demonstrações de resultados, por meio dos períodos a fim de caracterizar tendências.

De acordo com Matarazzo (2003), a evolução de cada conta mostra os caminhos trilhados pela empresa e as possíveis tendências. A análise horizontal baseia-se na evolução de cada conta de uma série de demonstrações financeiras em relação à demonstração anterior e/ou em relação a uma demonstração financeira básica, geralmente a mais antiga da série, para análise, é considerado o período igual a 100, conclui o mesmo autor. Para o entendimento Matarazzo (2003) explica a seguinte fórmula:

AH%= (valor atual do item x100) – 100

valor do item no ano-base

Onde:

AH% = índice de variação horizontal;

Valor atual= valor da conta do último ano do exercício em estudo;

Valor base= valor da conta do ano base comparado dentro da série histórica

Série Histórica= vários exercícios.

2.2.1.2 ANÁLISE VERTICAL

Na percepção de Neto (2000), a análise vertical, é também um processo comparativo, que se aplica ao relacionar uma conta ou grupo de contas com um valor relacionável. Desta maneira, é possível apurar valores absolutos em forma vertical e apurar a participação de cada item contábil no ativo, no passivo ou na participação de resultados, conclui o mesmo autor. Esse tipo de análise é importante para avaliar a estrutura de composição de itens e sua evolução no tempo (IUDÍCIBUS,1995). Segundo Marion (2012), a análise vertical é necessária para realizar uma leitura vertical dos dados que compõem um mesmo período. Fundamenta-se entre duas grandezas, quais fazem parte de um mesmo conjunto, sinaliza o mesmo autor. A análise baseia-se em valores percentuais das demonstrações financeiras, para isso se calcula o percentual de cada conta em relação a um valor-base (MATARAZZO, 2003). Com objetivo de facilitar a apuração do resultado o mesmo autor propôs a seguinte fórmula:

AV%= valor da conta (ou grupo de contas) x 100

valor global

Onde:

AV%= análise vertical

Valor da conta= Conta específica ou grupo de contas

Valor global= Valor de um todo

2.2.2 ÍNDICES DE LIQUIDEZ

São utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade para saldar seus compromissos (MARION, 2012). “Índice é a relação entre contas ou grupo de contas das Demonstrações Financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica financeira de uma empresa.” (MATARAZZO, 2003, p.147). Servem de medida dos diversos aspectos econômicos e financeiros das empresas, enfatiza o mesmo autor.

2.2.2.1 LIQUIDEZ GERAL

A liquidez geral avalia a capacidade de liquidez diante de suas obrigações, reflete a situação financeira de forma global, servindo para detectar a capacidade de pagamento da empresa levando em consideração os ativos a longo prazo (MARION, 2012). Este cociente serve para detectar a saúde financeira no que se refere à liquidez, para melhor entendimento segue abaixo sua fórmula de acordo com Iudícibus (1998):

LG=Ativo Circulante + Realizável à Longo Prazo

Passivo Circulante+Exigível à Longo Prazo

2.2.2.2 LIQUIDEZ CORRENTE

A liquidez corrente mede aproximadamente se empresa consegue uma margem de segurança para arcar com seus compromissos de curto prazo, conclui o mesmo auto (MARION, 2012).

Este quociente relaciona quantos reais dispomos imediatamente disponíveis e conversíveis em curto prazo em dinheiro, com relação a dívidas de curto prazo. É um índice muito divulgado e frequentemente considerado como o melhor indicador da situação de liquidez da empresa. É preciso considerar que no numerador estão incluídos itens diversos como: disponibilidades, valores a receber a curto prazo, estoques e certas despesas pagas antecipadamente. No denominador, estão incluídas as dívidas e obrigações vencíveis a curto prazo. (IUDÍCIBUS, 1998, p. 100).

LC=Ativo Circulante

Passivo Circulante

2.2.2.3 LIQUIDEZ SECA

Na visão de Marion (2012) a liquidez seca demonstra qual é a situação financeira da empresa ao medir a possibilidade de esta pagar suas dívidas de curto prazo. É uma variante muito adequada para se avaliar conservadoramente a situação de liquidez da empresa completa Iudícibus (1998). Quando se elimina o estoque extingue-se uma fonte de incerteza, concluindo o mesmo autor apresenta a seguinte forma:

LS= Ativo Circulante – Estoque

Passivo Circulante

2.2.2.4 LIQUIDEZ IMEDIATA

Por fim a liquidez imediata avalia qual é o menor valor monetário de caixa e banco ideal para a entidade financiar parte de seus compromissos, sintetiza Iudícibus (1998). As disponibilidades representam o valor de quanto dispomos imediatamente para saldar nossas dívidas de curto prazo, enfatiza o mesmo autor com a fórmula abaixo:

LI= Disponibilidades

Passivo Circulante

2.2.3 ÍNDICES DE RENTABILIDADE

É possível mensurar quanto os investimentos realizados pela empresa trouxe-lhe de rendimentos, afirma Iudícibus (1995). A rentabilidade busca medir se o capital investido na organização tem gerado retorno e qual é a capacidade da empresa obter lucro (MATARAZZO, 2012). É possível conhecer qual é a capacidade de obter lucratividade, sendo que seus cálculos são extraídos da DRE e do BP, finaliza o mesmo autor.

2.2.3.1 MARGEM DE LUCRO SOBRE AS VENDAS

Este cociente compara o lucro (bruto, operacional e líquido) com as vendas líquidas, e pode ser dividido da seguinte forma de acordo com Iudícibus (1998):

  • Margem Bruta mede a rentabilidade das vendas:
Margem Bruta= Lucro Bruto x100

Vendas Líquidas

  • Margem Operacional mede a eficiência operacional da empresa:
Margem Operacional= Lucro Operacional x100

Vendas Líquidas

  • Margem Líquida mede a fração de cada real de vendas que resultou em lucro liquido:
Margem Líquida = Lucro Líquido x100

Vendas Líquidas

2.2.3.2 GIRO DO ATIVO

Apura o volume de venda da empresa em relação ao investimento total (MATARAZZO, 2003). Neste contexto o mesmo autor ainda completo que o giro do ativo indica o potencial de venda em relação aos investimentos que foram destinado ao ativo total. Matarazzo (2003) indica a fórmula abaixo:

Giro do Ativo = Vendas Líquidas

Ativo total

2.2.3.3 RENTABILIDADE DO ATIVO

O cociente avalia quanto à empresa dispõe de lucro líquido ao ser analisado em conjunto com o ativo total (MATARAZZO, 2003). Ou seja, quanto à empresa obteve de lucro líquido para cada R$100,00 de investimento total, conclui o mesmo autor apresentando a fórmula abaixo:

Rentabilidade do Ativo = Lucro Líquido x100

Ativo Total

2.2.3.4 RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Indica quanto à empresa obteve de lucro para cada R$100,00 de capital próprio investido. Quanto maior for o índice melhor será para a empresa (MATARAZZO, 2010). Abaixo se apresenta a seguinte fórmula:

Rentabilidade do Patrimônio líquido= Lucro Líquido x100

Patrimônio Líquido Médio

2.2.4 ÍNDICES DE ROTATIVIDADE

Os índices de rotatividade medem a velocidade com que diversas contas se convertem em vendas ou caixa – entradas ou saídas (GITMAN, 2010). Estes índices medem o tempo que uma empresa gasta para comprar matéria prima, vender produtos, receber de seus clientes e pagar aos seus fornecedores, explica Neto (2000). Abaixo segue as estruturas das fórmulas apresentadas pelo mesmo autor:

  • PMRC – tempo médio que a empresa leva para receber de seus clientes:
Prazo Médio de Recebimento de Clientes = Receita Líquida

Clientes (médio)

  • PMPF – tempo médio que a empresa leva para pagar seus fornecedores:
Prazo Médio de Pagamento Fornecedor = Compras Líquidas

Fornecedor (médio)

  • RE – tempo médio de giro dos estoques:
Rotatividade dos Estoques = Custo das Vendas

Estoque (médio)

2.2.5 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO

De acordo com Iudícibus (1995), o índice de endividamento demonstra o quanto à empresa é dependente do capital de terceiros, ou seja, mostra a proporção existente entre capital próprio e capital de terceiros, calculados com base em valores extraídos do balanço patrimonial. O mesmo autor ainda completa com as seguintes fórmulas:

Participação de Capital de Terceiros = PC + PNC x 100

PL

Onde:

A PCT tem como objetivo fazer uma correlação entre o capital de terceiros e o capital próprio.

Composição de Endividamento = PC x 100

PC+PNC

Demonstra a proporção das obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais existentes.

2.2.6 OUTROS ÍNDICES

Existem outros índices para verificar a capacidade econômica da empresa, que visam melhorar seu desempenho, identificar possíveis falhas e alavancar uma entidade (MATARAZZO, 2010). Cada autor apresenta um conjunto de índices, que de alguma forma difere dos demais. Foram escolhidos os índices que melhor se adéquam ao tipo de trabalho elaborado, pois existem índices que são interessantes apenas em determinadas análises completa o mesmo autor.

METODOLOGIA

Neste estudo, utiliza-se a abordagem qualitativa. De acordo com Marconi; Lakatos (2011) a pesquisa qualitativa tem caráter exploratório; busca entender um fenômeno específico em profundidade, desvendar o significado dos mesmos.Por ser baseado em experiência, poder de avaliação e julgamento da situação, implica uma série de leituras sobre o assunto da pesquisa, a fim de relatar, detalhadamente, o parecer de especialistas no assunto completa o mesmo autor. Por ser assim, a pesquisa qualitativa se torna mais apropriada para o estudo ao qual este trabalho se propõe:o aprofundamento do estudo da análise e interpretação dos índices financeiros, com o objetivo principal de verificar quais foram às evoluções destes indicadores permitindo, assim, tomar as melhores decisões no âmbito econômico-financeiro da empresa. Para que possam ser feitas estas análises, será utilizada uma técnica quantitativa, pois o primeiro passo do trabalho será a coleta de dados numéricos dos grupos de contas disponíveis nas demonstrações financeiras. Embora, seja utilizada uma técnica basicamente quantitativa de coleta dos dados, a análise deles será qualitativa.

Por sua vez, quanto aos fins, a pesquisa é de caráter descritivo. A abordagem descritiva expõe características de determinada população ou determinado fenômeno (GIL, 2008). Sendo assim, a utilização da pesquisa descritiva permite que analisem as demonstrações financeiras, a fim de verificar a evolução dos índices, buscando descrever as relações ocorridas entre duas ou mais variáveis, finaliza o mesmo autor.

Por fim, para o alcance dos objetivos almejados, quanto aos meios, será realizado um estudo de caso nas Centrais de Abastecimentos de Minas Gerais S.A – CEASA MINAS 2011 a 2013. Conforme Gil (2008), o estudo de caso busca examinar um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto e tem caráter de profundidade e detalhamento. O mesmo autor ainda completo que o estudo de caso é caracterizado pelo estudo e aprofundamento de um ou de poucos objetos, e seu conhecimento se torna amplo e detalhado. Para que todas as teorias fossem esclarecidas, assimiladas e absorvidas, o estudo de caso se torna um meio indicado para a investigação.

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

A Ceasa Minas – Centrais de Abastecimentos de Minas Gerais S.A é uma empresa de economia mista do governo federal, sob supervisão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. Constituída em 1971, por meio da Lei nº 5.577, de 20 de outubro de 1970, a Ceasa Minas entrou em operação em 28/02/1974. A empresa possui e administra diretamente o entreposto da Grande BH, localizada no município de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte e outras cinco, instaladas nos municípios de Uberlândia, Juiz de Fora, Barbacena, Governador Valadares e Caratinga. O mercado atacadista de gêneros alimentícios de Minas Gerais é um dos principais do país e grande parte está concentrada nas dependências da unidade Ceasa Minas em Contagem. A pesquisa foi realizada na área de Departamento e Planejamento. Foram entrevistados o Gestor de Departamento e Planejamento – Economista especializado em Finanças empresariais; o Supervisor de Operações e o Coordenador de Setor ambos especializados em Ciências Contábeis.

Dentro deste contexto, a pesquisa realizada teve o objetivo de analisar as evoluções contábeis da Ceasa Minas nos anos de 2011 a 2013 além de verificar se na prática os entrevistados utilizam das demonstrações financeiras para tomada de decisão e estabelecimento das metas. No decorrer desse capítulo, apresenta-se a análise dos dados coletados.

Quando foi perguntado aos entrevistados sobre o que eles entendem por análise das demonstrações contábeis e qual sua importância os entrevistados responderam que as análises financeiras são efetivadas por meios do BP e da DRE e ao transformarem os dados apurados em informações é possível verificar a saúde financeira da empresa, e tomar a melhor decisão estratégica para a organização. Com isso percebe que os entrevistados possuem um bom conhecimento do assunto, pois as respostas encontradas estão de acordo com as ideias de Matarazzo (2003), ao afirmar que a análise contábil consiste em uma técnica que realiza a comparação e interpretação dos demonstrativos financeiros da empresa e ainda completa que sua finalidade é a transformação dos dados extraídos em informações úteis para tomada de decisão.

Ao serem questionados sobre qual são os objetivos das análises financeiras dentro da Ceasa Minas, constatou-se que os entrevistados frisaram que as análises serviam para avaliar a situação monetária da empresa para a tomada de decisão. Matarazzo (2010) valida o que os entrevistados responderam, ao afirmar que as análises financeiras objetivam extrair informações para a tomada de decisões.

Ao ser perguntado aos entrevistados qual a importância do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício para a apuração das análises este respondeu que os demonstrativos apontam um caminho a ser seguido pela empresa e mostram a posição patrimonial da empresa. Gitman (2012), porém, afirma que o principal objetivo do BP para os gestores financeiros é evidenciar as fontes de financiamento da empresa por meio da sua estrutura de capital e a DRE tem como principal função, apurar o lucro ou prejuízo do exercício pela diferença entre as receitas auferidas e os custos e as despesas, apresentando o resultado econômico da empresa. Estas ferramentas servem como um histórico da saúde financeira da empresa e possibilita a visualização de oportunidades de melhores direcionamentos da política financeira da empresa complete o mesmo autor.

Quando os entrevistados foram indagados se possuíam um bom entendimento das análises horizontais e verticais e quais são as suas finalidades estes responderam que a análise horizontal mensura a variação de um período com outro. E a análise vertical representa o percentual de cada conta em relação a um grupo total de contas. Percebe-se que as respostas estão corretas, porém os entrevistados não deixaram muito claros o seu entendimento. Para Matarazzo (2010) a análise horizontal/vertical aponta qual o principal credor e como se alterou a participação de cada credor nos últimos exercícios, mostra ainda se a empresa teve ou não sua margem de lucro reduzida. O mesmo autor ainda completo que a análise horizontal é a evolução de cada conta de uma série de demonstrações financeiras em relação à anterior, mostra os caminhos e possíveis tendências da empresa. Já a análise vertical baseia-se em valores percentuais das demonstrações financeiras; calcula-se o percentual de cada conta em relação a um valor base.

Quando questionado aos respondedores da pesquisa sobre seu entendimento por índice de liquidez e quais são utilizados pela Ceasa Minas os mesmos responderam que os índices mensuram o ativo e o passivo circulante da empresa e medem a capacidade da empresa atender seus compromissos no curto e no longo prazo. Responderam ainda que a Ceasa utiliza os índices de liquidez corrente, geral, seca, endividamento, margem operacional e imobilização do patrimônio. Marion (2012) afirma que os índices de liquidez são utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, constituem uma avaliação se a empresa possui capacidade para saldar seus compromissos. Matarazzo (2010) completa que os índices servem de medida dos diversos aspectos econômicos e financeiros das empresas, e os principais são os índices de estrutura de capital, liquidez e rentabilidade.

Outra questão abordada na entrevista foi o que se é feito para melhorar a evolução dos índices na Ceasa Minas o Coordenador de Setor especialista em contabilidade informou que não há muito que se fazer já que sua função exige uma série de medidas em conjunto. Já o Gestor de Departamento e Planejamento e o Supervisor de Operação economista e contador respectivamente informaram que são feitos ajustes atuando diretamente nas contas inclusive nas que estão abaixo do padrão. Para Matarazzo (2010, p.119) “uma vez calculado os índices e comparados com padrões, pode-se fazer primeiro uma avaliação individual de cada índice, depois uma avaliação conjunta e, assim, avaliar-se a empresa e sua administração”. O autor ainda completo que a avaliação e melhora dos índices deve ser feita por meio de descoberta de indicadores, definição do comportamento do indicador, tabulação de padrões, escolha dos melhores indicadores e atribuição dos seus respectivos pesos.

Os entrevistados foram perguntados se a área estratégica toma conhecimento do resultado dos índices apurados e suas metas da empresa se baseiam nas análises financeiras os mesmos responderam que os resultados apurados são apresentados por meio de reuniões e relatórios aos diretores e ao conselho administrativo e fiscal. Informaram que as demonstrações ajudam no estabelecimento das metas, mas que a Ceasa procura olhar o mercado e suas políticas já que é uma organização de economia mista do Governo Federal. Matarazzo (2010) enfatiza que as análises proporcionam a avaliação do patrimônio da empresa e das decisões tomadas, tanto em relação ao passado quanto ao futuro. A análise financeira é uma ferramenta poderosa à disposição das pessoas físicas e jurídicas relacionadas à organização. O autor ainda completo que a análise baseia-se no raciocínio lógico e é de suma importância para a melhor escolha na hora de tomar a decisão.

Abaixo é apresentada a parte prática do trabalho. Este conteúdo aponta a aplicação dos estudos abordados no referencial teórico, por meio dos dados extraídos da empresa Ceasa Minas. Os resultados encontrados objetivam analisar as evoluções financeiras que aconteceram nos anos de 2011 a 2013. Todos os dados foram extraídos por meios de cálculos fundamentados no BP e na DRE na comparação dos anos de 2011 a 2013 conforme descritos na TAB. 1 e TAB. 2.

TABELA 1

CENTRAIS DE ABASTECIMENTO DE MINAS GERAIS S/A – CEASA MINAS
CNPJ 17.504.325/0001-04
BALANÇO PATRIMONIAL COMPARATIVO DOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011, 31 DEZEMBRO DE 2012 E 31 DE DEZEMBRO DE 2013 EM REAIS
EXERCÍCIOS 31/12/2011 31/12/2012 31/12/2013
R$ R$ R$
ATIVO
Circulante 11.539.377,00 13.298.916,00 12.718.697,00
Disponibilidades Imediatas 561.365,00 365.845,00 855.743,00
Aplicações Financeiras 3.918.595,00 2.172.128,00 3.180.225,00
Contas a Receber de Clientes 4.234.191,00 5.386.536,00 5.750.023,00
Valores a Recuperar 686.768,00 808.202,00 805.216,00
Adiantamentos 304.774,00 313.402,00 370.823,00
Impostos e Encargos a Recuperar 11.000,00 333.561,00 559.088,00
Almoxarifados 378.796,00 260.310,00 322.148,00
Despesas Exercícios Seguintes 1.443.888,00 3.658.932,00 875.431,00
Despesas a Recuperar
Não circulante 26.993.961,00 27.996.641,00 29.661.596,00
Realizável a Longo Prazo 1.577.000,00 1.567.409,00 3.502.280,00
Créditos em Cobrança Judicial 309.411,00 228.226,00
Créditos a Recuperar 907.045,00 639.524,00 673.933,00
Depósito e Ação judicial 489.209,00 509.659,00 2.567.627,00
Direito de Uso a Realizar 180.746,00 108.816,00 32.495,00
25.416.961,00 26.429.232,00 26.159.315,00
Investimentos 341.471,00 316.441,00 248.975,00
Imobilizado líquido 24.192.965,00 25.113.025,00 25.026.747,00
Intangível 882.525,00 999.766,00 883.593,00
Diferido
Total do Ativo 38.533.338,00 41.295.557,00 42.380.292,00
PASSIVO
Circulante 7.838.754,00 9.409.346,00 8.881.660,00
Fornecedores 2.547.669,00 2.718.201,00 2.069.559,00
Obrigações Tributárias e Previdenciárias 1.070.580,00 1.479.915,00 2.151.944,00
Salários, Provisões e Contribuições sociais 1.633.187,00 1.670.152,00 1.837.169,00
Dividendos 13,00 18,00 219.168,00
Juros sobre Capital Próprio 1.637.641,00
Participações de Empregados 241.830,00 229.999,00 1.947,00
Financiamentos e Empréstimos 528.924,00 577.007,00
Outras Obrigações Contas a Pagar 707.834,00 2.782.137,00 2.024.866,00
Não circulante 2.125.635,00 4.669.939,00 5.578.773,00
Financiamento e Empréstimos 1.923.357,00 1.346.350,00
Provisão para Contingências 1.849.327,00 2.529.957,00 4.060.242,00
Encargos Previdenciários 21.748,00
Credores por Caução 159.416,00 167.640,00 167.833,00
Receita Diferida 95.144,00 48.987,00 4.348,00
Patrimônio Líquido 28.568.949,00 27.216.272,00 27.919.860,00
Capital Social 22.593.213,00 22.593.213,00 26.137.900,00
Reserva de Capital 112.335,00 112.335,00
Reserva Legal 888.119,00 1.078.373,00 1.124.510,00
Reserva de Lucro p/ Expansão 4.975.282,00 3.432,35 657.450,00
Total do Passivo + Patrimônio Líquido 38.533.338,00 41.295.557,00 42.380.292,00

FONTE- Adaptado da Ceasa Minas (2011, 2012 e 2013)

De acordo com Marion (2006), o Balanço Patrimonial, é a principal demonstração contábil que reflete a posição financeira da entidade em um determinado momento. Os valores contidos no BP indicam o quanto à empresa possui de bens e direitos; obrigações; capital próprio e capital de terceiros, completa o mesmo autor. A tabela 1 evidencia a situação patrimonial da Ceasa Minas nos anos de 2011 a 2013. Para apuração das análises e dos índices foram utilizados os grandes grupos de contas contidos no BP.

TABELA 2

CENTRAIS DE ABASTECIMENTO DE MINAS GERAIS S/A – CEASA MINAS
CNPJ 17.504.325/0001-04
DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS COMPARATIVA DOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011, 31 DEZEMBRO DE 2012 E 31 DE DEZEMBRO DE 2013 EM REAIS
EXERCÍCIOS 31/12/2011 31/12/2012 31/12/2013
R$ R$ R$
RECEITA OPERACIONAL BRUTA 33.790.688,00 30.643.834,00 29.761.466,00
Serviços e Concessionários 33.790.688,00 30.643.834,00 29.761.466,00
DEDUÇÃO DA RECEITA BRUTA (2.470.388,00) (2.302.103,00) (2.196.188,00)
Imposto Faturado (2.464.187,00) (2.294.668,00) (2.058.082,00)
Serviços Cancelados (6.201,00) (7.435,00) (138.107,00)
LUCRO BRUTO 31.320.300,00 28.341.731,00 27.565.277,00
DESPESAS OPERACIONAIS (25.944.230,00) (22.685.696,00) (25.579.320,00)
Pessoal (8.936.706,00) (9.236.675,00) ] (10.310.135,00)
Encargos Sociais (3.152.147,00) (3.305.056,00) (3.737.462,00)
Outros Proventos (2.449.699,00) (2.237.483,00) (2.224.740,00)
Material de Consumo (1.202.114,00) (846.227,00) (673.276,00)
Serviços e Seguros (18.440.492,00) (16.473.585,00) (16.786.413,00)
Impostos e Taxas (236.784,00) (270.435,00) (217.080,00)
Despesas com Depreciação (989.547,00) (894.780,00) (1.054.973,00)
Despesas com Amortização (93.547,00) (104.687,00) (115.945,00)
Provisões Despesas Operacionais (1.151.034,00) (1.157.062,00) (1.840.357,00)
Subtotal (36.652.070,00) (34.525.990,00) (36.960.382,00)
Recuperação Despesas 9.546.709,00 10.415.695,00 9.674.061,00
Despesas Financeiras (668.400,00) (321.550,00) (347.040,00)
Receitas Financeiras 1.829.531,00 1.746.149,00 2.054.041,00
Subtotal 10.707.840,00 11.840.294,00 11.381.063,00
LUCRO OPERACIONAL 5.376.070,00 5.656.035,00 1.985.958,00
Outras receitas 152.147,00 111.361,00 34.354,00
Outras despesas (246.989,00) (255.512,00) (279.849,00)
LUCRO ANTES DOS IMPOSTOS 5.281.228,00 5.511.884,00 1.740.462,00
(-) Contribuição Social (346.066,00) (410.203,00) (230.162,00)
(-) Imposto de Renda (904.657,00) (1.066.595,00) (587.564,00)
LUCRO APÓS IMPOSTOS 4.030.505,00 4.035.086,00 922.737,00
(-) Participações dos Empregados (241.830,00) (229.999,00)
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 3.788.675,00 3.805.087,00 922.737,00
Lucro Líquido por ação do Capital Social no final do exercício 0,7553 0,7585 0,1839

FONTE- Adaptado da Ceasa Minas (2011, 2012 e 2013)

Sob o ponto de vista de Marion (2006), a Demonstração do Resultado do Exercício é um grande indicador global de eficiência, pois indica o retorno resultante do investimento dos donos da empresa – lucro ou prejuízo. Na tabela 2 estão dispostas as receitas, os custos, as despesas e o resultado, da Ceasa nos anos de 2011 a 2013. Para apuração das análises e dos índices foram utilizados os grandes grupos contidos na DRE.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise financeira propicia as avaliações do patrimônio da empresa e das decisões tomadas, esses documentos visam organizar a contabilidade da empresa e são essenciais para identificar seus resultados. Este artigo teve como objetivo específico analisar as evoluções financeiras da Ceasa Minas no período de 2011 a 2013, utilizando como principais demonstrativos o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. Conceituar, apurar e identificar dentro das delimitações do estudo, quais foram às evoluções das demonstrações contábeis das Centrais de Abastecimento de Minas Gerais nos anos de 2011 a 2013.

As análises verticais e horizontais demonstraram que o ativo total da Ceasa cresceu em 9,98% de 2011 para 2013, porém o ativo circulante da empresa teve uma pequena redução do ano de 2012 para 2013 em 4,36%. Já o ativo não circulante da Ceasa aumentou em 9,88% de 2011 para 2013. O passivo total da empresa aumentou passando de R$9.964.389,00 em 2011 para R$14.460.433,00 em 2013, ou seja, 45,12% a mais em dois anos. O patrimônio líquido de 2011 para 2013 teve uma queda de 2,27%. Percebe-se que a empresa está mais dependente de capital de terceiros, reduzindo a participação do capital próprio, comparados os anos de 2011 até 2013. No período analisado, os dados extraídos por meio da DRE mostram que as vendas apresentaram uma redução de 11,99% de 31/12/2011 para 31/12/2013. Comparando ano a ano o lucro bruto da Ceasa teve uma queda significativa de 2011 para 2012 em 9,51% e de 2012 para 2013 uma queda de 2,74%. Desta forma, seu lucro bruto passou de R$ 31.320.300 em 2011 para R$ 27.565.277 em 2013.

De acordo com os levantamentos realizados por meios dos índices de liquides, o exercício que apresentou melhores resultados contábeis foi em 2011, onde a Ceasa conseguiu quitar melhor suas dívidas de curto prazo, onde o ideal é que o indicador seja o mais alto possível. No ano de 2012 estes índices caíram e voltaram a subir em 2013, porém abaixo de 2011. Apesar desse decrescimento, a Ceasa Minas sustentou seu índice de liquidez corrente com uma folga, ou seja, manteve uma capacidade de solvência no curto prazo e ainda, a empresa conseguiu obter uma margem.

O índice de rentabilidade possível de ser analisado foi o de rentabilidade do ativo, devido às limitações encontradas no estudo. No ano de 2011 a Ceasa Minas teve o seu melhor resultado nos períodos comparados. Mostrando que para cada R$100,00 de investimento total a empresa gerou em 2011 R$9,83 de lucro e em 2013 R$2,18 de lucro. A empresa teve uma queda relevante de 2011 para 2013 reduzindo assim seu poder de capitalização. Variando a rentabilidade de seus ativos em 77,82% de 2011 para 2013. A rentabilidade do seu patrimônio líquido também teve uma queda relevante. A Ceasa no ano de 2012 possuía uma rentabilidade do seu PL de R$13,80 para cada R$100,00 de capital próprio investido caindo para R$3,17 no ano de 2013.

Os índices de endividamento mostraram que a Ceasa se tornou mais dependente de capitais de terceiros em 48,48% se comparados os anos de 2011 com 2013, passando de R$34,88 em 2011 para R$51,79 em 2013. Além disso, foi possível verificar que a empresa conseguiu melhorar seu perfil de dívidas de curto prazo passando de 78,67% em 2011 para 61,42% em 2013, ou seja, esta melhora neste índice mesmo sendo pequena mostra que a empresa está conseguindo saldar melhor suas dívidas nos vencimentos programados. Significa que no ano de 2013 a Ceasa tem 61,42% de seu endividamento sobre o capital de terceiro no curto prazo.

Por meio desta pesquisa ficou claro o quanto é muito importante apurar os índices financeiros para verificar a saúde econômico-financeira da empresa. A efetuação das análises e dos seus relatórios faz com que os interessados pela informação contábil possam verificar o patamar da entidade e, além disso, possibilita um grande número de informações sobre a organização. É fundamental para analisar empresas concorrentes, é um guia para os Administradores da empresa já que pode ser considerado um instrumento complementar para a tomada de decisões, proporciona bons resultados na previsão de insolvência, entre tantos outros benefícios que as análises nos proporcionam.

Diante do conteúdo apresentado, os objetivos propostos neste estudo foram alcançados. Foi possível perceber que a Ceasa obteve lucro líquido em todos os exercícios analisados, entretanto houve uma redução de 75,75% do ano de 2012 para 2013. Sugere-se que a empresa procure evidenciar as causas dessas reduções e busque medidas para solucionar o problema a aprimorar seus resultados. Na entrevista realizada na Ceasa Minas foi possível perceber que as decisões não dependem somente de um grupo de gestores devido à organização ser uma empresa de economia mista do Governo Federal. Ficou claro que os entrevistados possuem um grande conhecimento no tema abordado e que tentam utilizar das análises para melhores decisões, porém, ficam de certa forma presos a tomarem certas medidas devido a Ceasa ser uma empresa pública.

Os resultados encontrados nos índices não podem ser considerados absolutos, auxiliam as tomadas de decisões e a empresa deve sempre buscar estrategicamente soluções para alavancar estes índices. Depois de realizado este trabalho, fica claro que não se esgotam as possibilidades de pesquisa sobre o tema abordado e para tanto, a empresa deve tentar conseguir conciliar o fato de ser de economia mista do Governo Federal com projetos e ideias propostas pelos gestores para alavancar seus resultados. As análises são peças fundamentais que auxiliam e geram profundas informações sobre o desempenho, situação econômico-financeira e gerencia das empresas.

REFERÊNCIAS

BRAGA, Hugo Rocha. Demonstrações Contábeis: estrutura, análises e interpretação. 5. ed. – 2 reimpr. São Paulo: Atlas, 2006.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Nova Estrutura do Balanço. Disponível em <http://www.portalcfc.org.br>. Acesso em: 07 de Mar 2015.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 2008.

GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson, 2010.

IUDÍCIBUS, Sergio de. Análise de Balanços. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 1995.

IUDÍCIBUS, Sergio de. Análise de Balanços: análise da liquidez e do endividamento, análise do giro, rentabilidade e alavancagem financeira. 7. Ed. São Paulo: Atlas, 1998.

MARCONI, Mariana de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Científica. 6 eds. São Paulo: Atlas, 2012.

MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 8. Ed. São Paulo: Atlas, 1998.

MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 12. Ed. São Paulo: Atlas, 2006.

MARION, José Carlos.Análise das Demonstrações Contábeis – contabilidade empresarial. 7. ed. atual. São Paulo: Atlas, 2012.

MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanços: abordagem básica e gerencial. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 2003.

MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanços: abordagem gerencial. 7. Ed. São Paulo: Atlas, 2010.

MORANTE, Antonio Salvador. Análise das Demonstrações Financeiras: aspectos contábeis da demonstração de resultado e do balanço patrimonial. São Paulo: Atlas, 2007.

NETO, Alexandre Assaf. Estrutura e Análise de Balanços: um enfoque econômico-financeiro. 9. Ed. São Paulo: Atlas, 2010.

RIBEIRO, Osni Moura. Estrutura e Análise de Balanços Fácil. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 1997.

[1] Professor orientador: Mestre em Economia e Doutorando em Ciência da Informação, especialização em Contabilidade Governamental, Gestão de Agronegócio, EaD, Serviço Social, Sociologia, Controladoria e Gestão de Tributos, graduado em Ciências Contábeis, Serviço Social, Sociologia, Graduando em Administração e Matemática.

[2] Graduada em Psicologia. Mestrado em Administração.

[3] Graduado em Ciências Contábeis pela UCDB, Especialização em Gestão Pública

[4] Graduada em Administração pela PUC,

[5] Graduado em Administração pela FEAD

[6] Graduado em Ciências Contábeis, Administração, Economia, Direito

[7] Graduada Administração, Economia, Direito

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Vander Lúcio Sanches

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